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UM ESTRANHO AMPARO - Francisco Daudt

“Por que se recai tanto no vício sadomasoquista, mesmo tentando combatê-lo?”

FD: Por duas razões: a autobahn e o amparo. Me explico: há caminhos neuronais tão bem trilhados em nosso cérebro, você está usando um deles agora enquanto lê, que se parecem uma rodovia alemã perfeita, uma autobahn.

O comportamento vicioso é um deles. Alguns têm décadas de treino; quando o “carro” do vício dá a partida, ele flui rápido e sem obstáculos pela autobahn afora, mesmo que te leve para um lugar amargo e triste, cheio de rancor e desejo de vingança, pleno de ressaca moral. O destino é lamentável, mas a autobahn está lá, pronta para ser percorrida.

No caso do vício sadomasoquista, a coisa é pior, porque ele pode ser o único meio de se obter algum amparo na vida. Sua história afetiva foi construída assim desde cedo, o clima era de maltrato e humilhação, mas você não tinha alternativa, como apenas a criança frágil que foi. Era jogar ou morrer.

Isso foi se repetindo em outros relacionamentos, você encontrou parceiros de maltratos, nunca aprendeu um amor que não fosse assim. Olha aí a soma dos fatores: autobahn e amparo.

Quando se deu conta disso, quis sair. Procurou ajuda, e o analista subiu com você numa árvore alta para procurar o destino alternativo do amor e do afeto. Você estranhou: “Ah, mas o caminho para lá é uma floresta densa, vai dar um trabalho enorme abrir uma picada”. É mesmo. E ainda por cima, tem sempre a autobahn te tentando, logo ali ao lado…

Entendeu porque é fácil ter uma recaída? É um problema de competição e de construção: você está abrindo uma picada, tentando construir duas coisas ao mesmo tempo, um novo caminho e um novo jeito de se relacionar. A picada compete com a autobahn; o relacionamento amoroso compete com o sadomasoquismo, que foi a única fonte de amparo que você conheceu. Você teme a novidade, quase sente síndrome de abstinência do sofrimento…

Mas com o tempo e o uso, a picada vai se tornando mais e mais transitável. A alegria de chegar a um destino belo vai se tornando mais e mais atraente. De modo que, quando acontece a recaída, a pedra do Sísifo não rola até ao pé da montanha, você não volta à estaca zero; é muito mais fácil retomar o novo caminho, agora já pavimentado.

E a autobahn, abandonada, vai criando capim nas rachaduras…

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ACESSE - CONTOS, CRÔNICAS, POESIAS E ETC.


SÁNDOR FERENCZI, UMA REFERÊNCIA PARA A PSICANÁLISE

Sándor Ferenczi 
ficou conhecido na história 
como o “enfant terrible” da psicanálise. 

Este maravilhoso homem da ciência nasceu em 7 de julho de 1873 na Hungria. Seu nome original era Alexander Fränkel. No entanto, seu pai adotou o sobrenome Ferenczi em 1880 e ele, por sua vez, ficou com o diminutivo de Alexander, “Sándor”.

Ferenczi tinha 11 irmãos e perdeu seu pai prematuramente. A partir desse momento a mãe teve que começar a trabalhar na livraria da família. Diz-se que boa parte das teses deste psicanalista vieram desse singular núcleo familiar. Freud, que depois seria seu professor, chegou a mencionar o “complexo fraterno de Ferenczi”.

“Coube à psicanálise a tarefa de exumar problemas
trazidos pela sexualidade que mofavam há séculos
no armário de venenos da ciência”.
-Sándor Ferenczi-

Segundo ele mesmo comentava, viveu sua infância no meio de uma grande falta de afeto. Sua mãe era muito estrita e na família as demonstrações de afeto eram praticamente proibidas. Ao mesmo tempo, a livraria permitiu-lhe adentrar o mundo da leitura desde muito cedo e tornar-se poeta precocemente. Ele se mudou para Viena quando era muito jovem e entrou na universidade para estudar medicina.

Sándor Ferenczi e seu encontro com a psicanálise
Sándor Ferenczi obteve seu diploma de médico aos 21 anos. Depois se especializou em neurologia e psiquiatria. Entre 1899 e 1907 publicou uma grande quantidade de artigos em uma revista húngara especializada em medicina. Essa produção ficou conhecida como Os escritos de Budapeste. Neles, o autor faz uma primeira aproximação com a psicanálise.

Primeiro, Ferenczi se impressionou com o trabalho e as ideias de Carl Gustav Jung. Quando este visitou a Hungria, tiveram a oportunidade de se conhecer. Jung fez com que Ferenczi e Sigmund Freud se conhecessem, já que pensava que os dois conseguiriam ter uma troca de ideias muito enriquecedora.

Desde então teve início uma amizade entre Ferenczi e Freud. Boa parte da biografia de ambos e da história da psicanálise advém da profusa correspondência que eles sustentaram durante vários anos.

Os dramas passionais de Ferenczi
Sándor Ferenczi teve uma vida amorosa cheia de tempestades e contradições. Muitos asseguram que essa vida exemplificou perfeitamente vários conceitos da psicanálise, como o complexo de Édipo e a compulsão à repetição. Aos 31 anos apaixona-se por Gizella, uma mulher casada e 8 anos mais velha do que ele. Ela quis o divórcio, mas seu esposo não, de modo que a relação com Ferenczi se manteve no plano da clandestinidade.

Elma, a filha de Gizella, se sentia profundamente deprimida e sua mãe a aconselhou a fazer psicanálise com Ferenczi. Este a recebeu como paciente e imediatamente começou a sentir que não poderia manter sua neutralidade analítica. Ele se apaixonou pela filha de sua amante, se negou a ser seu psicanalista e a enviou a Freud. Este a atendeu durante três meses e depois a devolveu aos cuidados de Ferenczi.

Enquanto isso, a relação entre Ferenczi e Gizella começou a renascer. Em consulta, Ferenczi convenceu Elma, a filha de Gizella, a ir para longe. Ele finalmente se casou com a mãe da garota, mas essa relação jamais conseguiu superar as cicatrizes desses anos. O que todo esse drama tem a ver com a psicanálise? O triângulo amoroso fez com que Ferenczi percebesse sua própria neurose. Muitas de suas conclusões saíram dessas vivências.

As teses de Ferenczi
Uma das obras mais memoráveis de Sándor Ferenczi é Psicanálise e Pedagogia. Nela, ele analisa o efeito que a chamada educação tem nos traumas e neuroses dos seres humanos. Chega a dizer que a pedagogia quer negar as emoções e as ideias das pessoas. A consequência é que isto leva a criança a aprender a enganar a si mesma, negando o que sabe, o que sente e o que pensa.

Sustenta que a psicanálise deve ser um processo que permita ao indivíduo romper com os preconceitos que o impedem de se conhecer realmente como é. Também introduz valiosas contribuições ao que deve ser uma técnica para  realizar o processo psicanalítico. Uma delas é o que se conhece como “psicanálise didática”. Ou seja, o princípio de que todo psicanalista deve passar por sua própria psicanálise antes de atender pacientes. Está claro porque ele pensava que isso era tão importante.

Criou também a “técnica ativa”, que considerava uma grande flexibilidade no enfoque psicanalítico, o qual depende das características do paciente e das circunstâncias específicas do problema. O conceito tem sido muito questionado, mas ainda hoje tem seus seguidores. Do mesmo modo, desenvolveu o conceito de “identificação com o agressor”, ainda que este geralmente seja atribuído a Anna Freud.

Um de seus biógrafos descreve Ferenczi como “um psicanalista peculiar, sonhador e sensitivo”. Muitos asseguram que sua obra não é suficientemente valorizada. Pode ser verdade. Suas vicissitudes amorosas conquistaram a antipatia e a rejeição de muitos de seus colegas. Talvez seja por isso que seu nome não receba menções honrosas dentro dessa escola.
Fonte: A mente é maravilhosa.
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O NÓ DO AFETO - Eloi Zanetti

Era um reunião numa escola. A diretora incentivava os pais a apoiarem as crianças, falando da necessidade da presença deles junto aos filhos. Mesmo sabendo que a maioria dos pais e mães trabalhava fora, ela tinha convicção da necessidade de acharem tempo para seus filhos.

Foi então que um pai, com seu jeito simples, explicou que saía tão cedo de casa, que seu filho ainda dormia e que, quando voltava, o pequeno, cansado, já adormecera. Explicou que não podia deixar de trabalhar tanto assim, pois estava cada vez mais difícil sustentar a família. E contou como isso o deixava angustiado, por praticamente só conviver com o filho nos fins de semana.

O pai, então, falou como tentava redimir-se, indo beijar a criança todas as noites, quando chegava em casa. Contou que a cada beijo, ele dava um pequeno nó no lençol, para que seu filho soubesse que ele estivera ali. Quando acordava, o menino sabia que seu pai o amava e lá estivera. E era o nó o meio de se ligarem um ao outro.

Aquela história emocionou a diretora da escola que, surpresa, verificou ser aquele menino um dos melhores e mais ajustados alunos da classe. E a fez refletir sobre as infinitas maneiras que pais e filhos têm de se comunicarem, de se fazerem presentes nas vidas uns dos outros. O pai encontrou sua forma simples, mas eficiente, de se fazer presente e, o mais importante, de que seu filho acreditasse na sua presença.

Para que a comunicação se instale, é preciso que os filhos 'ouçam' o coração dos pais ou responsáveis, pois os sentimentos falam mais alto do que as palavras. É por essa razão que um beijo, um abraço, um carinho, revestidos de puro afeto, curam até dor de cabeça, arranhão, ciúme do irmão, medo do escuro, etc.

Uma criança pode não entender certas palavras, mas sabe registrar e gravar um gesto de amor, mesmo que este seja um simples nó.




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AS NECESSIDADES HUMANAS E O SIGNIFICADO DA CULTURA - Ashley Montagu

Todo ser humano nasce com certas necessidades básicas, ingênitas, que precisam ser satisfeitas para que o organismo sobreviva. As necessidades básicas são as de: oxigênio, alimento, líquido, repouso, atividade, sono, exoneração dos intestinos e da bexiga, fuga de situações amedrontadoras e evitação da dor.

Em conexão com cada uma delas, todo ser humano está sujeito aos ensinamentos da sua cultura. Todos respiramos, comemos, bebemos, descansamos, dormimos e eliminamos segundo as formas costumeiras do nosso grupo, seja qual for o costume que prevaleça nos demais. Até certo ponto, somos todos feitos sob medida, de acordo com o modelo que predomina em nossa sociedade.

O significado de cultura
Em virtude da sua grande capacidade de adaptação e do seu engenho notável, o homem pode aperfeiçoar de muitíssimos modos a forma pela qual os outros animais satisfazem as suas necessidades. Possui capacidade de criar o próprio meio, em vez de ser obrigado, como no caso de outros animais, a sujeitar-se ao meio em que se encontra. Dentro de cada sociedade existem maneiras especiais de satisfação das necessidades.

As origens dessas maneiras, em regra geral, estão “perdidas na névoa dos tempos” ou, como dizem os aborígines australianos, “pertencem ao tempo do sonho”. Com efeito, uma das coisas mais difíceis em Antropologia é traçar a origem de um costume. De ordinário, não existe ninguém com idade suficiente para lembrar-se da sua origem porque, por via de regra, ele surgiu há muito tempo, muito antes da tradição oral ou da história escrita.

A cultura representa a resposta do homem às suas necessidades básicas. É o modo que tem o homem de colocar-se à vontade no mundo. É o comportamento que aprendeu como membro da sociedade. Podemos defini-la como o modo de vida de um povo, o meio, em formas de idéias, instituições potes e panelas, língua, instrumentos, serviços e pensamentos, criado por um grupo de seres humanos que ocupam um território comum.

É esse meio feito pelo homem, a cultura, que todas as sociedades humanas impõem ao meio físico e no qual todos os seres humanos são adestrados. De tal forma se identifica a cultura com a própria vida que se pode dizer perfeitamente não ser ela tanto sobreposta à vida quanto uma extensão da mesma vida.

Assim como o instrumento amplia e estende as capacidades da mão, assim a cultura acentua e estende as capacidades da vida.

São os seguintes critérios pelos quais se reconhece a cultura:
(1) precisa ser inventada,
(2) precisa ser transmitida de uma geração a outra,
(3) precisa ser perpetuada em sua forma original ou numa forma modificada.

Ao passo que outros animais são capazes de um restrito comportamento cultural, só o homem parece possuir uma capacidade virtualmente ilimitada de cultura.

O processo de criar, transmitir e manter o passado no presente é cultura – a capacidade que o semantista norte-america Alfred Korybski denominou vinculadora do tempo. As plantas vinculam as substâncias químicas, os animais vinculam o espaço, mas só o homem é capaz de vincular o tempo.

A cultura é a criação conjunta do indivíduo e da sociedade, que interagem mútua e reciprocamente, para se servirem, manterem, sustentarem e desenvolverem um ao outro.

A cultura, portanto, é o complexo de configurações mentais que, em forma de produtos de comportamento e produtos materiais, constitui de modo principal que tem o homem de adaptar-se ao meio total, controlando-o, mudando-o e transmitindo e perpetuando os modos acumulados de fazê-lo.

A mudança evolutiva se processa em todos os animais por mutação e pela armazenagem, nos genes, das mutações adaptativamente valiosas.

No homem, a mudança evolutiva também se processou dessa maneira, mas a adição de um sem-número de mudanças não genéticas, que também representam mudanças evolutivas sociais.

Essas mudanças culturais ou de comportamento, não genéticas, não estão armazenadas nos genes, porém na parte do meio feita pelo homem, na parte aprendida, na cultura, nos instrumentos, nos costumes, nas instituições, nas baladas, etc., nas lembranças dos homens, assim como em outros dispositivos não genéticos de armazenamento e recuperação de informações.

A natureza humana é o que se aprende do meio feito pelo homem; não é alguma coisa com que se nasce.

O ser humano nasce, isso sim, com as possibilidades de aprendizagem, que, mediante o ensino adequado, podem ser transformadas nas capacidades unicamente humanas.
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A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
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A DOENÇA DE SER NORMAL - Eliane Brum

Com medo da liberdade, 
preferimos aderir à manada.

Na semana passada, li uma entrevista do professor José Hermógenes de Andrade Filho, uma lenda no mundo da ioga no Brasil. No texto, ele conta ter criado uma palavra – “normose” – para dar conta daquele que talvez seja o grande mal do homem contemporâneo. “Normose” seria a “doença de ser normal”. O professor explica: “Como diz o título de um documentário que fizeram sobre mim: ‘Deus me livre de ser normal!’. Pois, na dita normalidade em que vivemos, somos constantemente alimentados pelo que nos aliena de nós. Com isso, perdemos a noção das coisas, do sentido de nossa vida, deixando que o mundo interfira muito mais do que deveria. (...) Essa normalidade nunca esteve tão distante da verdade”.

A entrevista faz parte de uma coletânea de boas conversas com pessoas ligadas ao universo da espiritualidade – não necessariamente religiosa – no Brasil e no mundo, escrito em dois volumes pelo jornalista mineiro Lauro Henriques Jr., com o título “Palavras de poder” (LeYa, 2011). Ganhei os dois livros de uma pessoa especial na minha vida e por isso comecei a ler com curiosidade. Me deparei com a “normose” do professor Hermógenes. E fiquei instigada a pensar sobre ela.

No mesmo período, o psicanalista e romancista Contardo Calligaris fez na Flip, em Paraty, um comentário bem provocador: "Quando desistimos da nossa singularidade para descansar no comportamento de grupo, aí está a origem do mal. O grupo, para mim, é o mal."

Acredito que, por caminhos diferentes, Hermógenes e Calligaris nos estimulam a pensar em algo que vale a pena, que um chamou de “normose” e o outro de “comportamento de grupo”. Daqui em diante, enveredo pelas minhas reflexões a partir das provocações de ambos – que possivelmente sejam diversas do que eles pensaram ao propô-las. A responsabilidade, portanto, é minha.

No passado, a vida no Ocidente era determinada pela tradição. O destino de cada um era imutável, definido pela sua origem, pela categoria social a qual pertencia, e não havia dilemas sobre o que seria a sua passagem pelo mundo: se você fosse homem, seguiria os passos do pai; se fosse mulher, os da mãe. De todos era esperado o cumprimento de um roteiro previsível, que, se você nascesse homem, consistia em dar sequência aos negócios ou ao ócio da família, ou trabalhar para o mesmo patrão ou senhor do pai; e, se nascesse mulher, casar-se com alguém do mesmo nível social, em contratos arranjados previamente, reproduzir-se e cuidar da sua própria casa ou servir na casa em que a mãe serviu. Além disso, esperava-se que cada novo núcleo familiar seguisse a religião dos pais e participasse da comunidade do jeito de sempre, cada um no seu lugar determinado pelo estrato social.

A modernidade embaralhou tudo isso. E fomos, como disse Sartre, “condenados a ser livres”. É o preço que o indivíduo paga para ser indivíduo. Ainda que, em países desiguais como o Brasil, a classe social na qual se nasce influencie as chances que cada um vai ter, mesmo aqui estamos muito longe de ter o lugar cimentado da tradição do mundo de ontem. E cada governo democrático, se quiser garantir a continuidade de seu projeto no poder, precisa agora prometer trabalhar para igualar as bases de onde cada cidadão partirá para construir sua história. No mundo contemporâneo, cada um é o principal responsável pelas suas escolhas, pelos seus desejos e pelas suas desistências.

Embora existam muitos órfãos da tradição, suspirosos de nostalgia, penso que a prisão daquela vida determinada desde antes do nascimento era mais assustadora do que a liberdade de se estrepar que a modernidade nos deu. É verdade, porém, que para viver hoje é necessário um outro tipo de coragem, já que cada homem ou mulher virou em si um projeto em constante construção e desconstrução. Não é que não exista mais chão, mas ele é pantanoso, e cada um precisa escolher diante de um emaranhado de trilhas. E, se cada uma delas leva a lugares diferentes, é fato que nenhuma é segura.

É aí que a “normose” ou o “comportamento de grupo” se encaixa. Qual é o desafio de cada um de nós hoje? Desde que você não esteja na faixa da população em que toda energia e talentos são gastos na luta pela sobrevivência mais básica, o desafio que se impõe diante de cada um é a busca da sua singularidade. E esta é a busca de uma vida inteira. Não como se você tivesse uma essência que precisasse encontrar e, tão logo encontrada, estivesse tudo resolvido. Pelo contrário, esta procura leva à invenção de nós mesmos – e nunca está nada resolvido, já que sempre podemos nos reinventar. Não sem limites, mas às voltas com eles.

A proposta da modernidade e da ideia de indivíduo, muito mais libertária do que nossos antepassados amarrados pela tradição jamais sonharam, parece ótima. O problema é que dá uma angústia danada, já que, a rigor, não haveria ninguém para culpar por uma escolha equivocada ou porque o enredo que inventamos para a nossa vida saiu diferente do nosso desejo. Então, com medo de nos “enforcarmos nas cordas da liberdade”, como diz o ator Antônio Abujamra no programa “Provocações” (TV Cultura), em vez de nos arriscarmos a criar uma vida, nos responsabilizando por ela, aderimos à manada. E aqui, é importante deixar bem claro, não estou me referindo a lutas coletivas movidas por indivíduos unidos por suas singularidades, mas à adesão que implica se deixar possuir pelo grupo para não se arriscar a ser possuído por si mesmo.

Nesta adesão à manada, a “normose” ou o “comportamento de grupo” substituiria ilusoriamente o vazio deixado pela tradição. Com medo da liberdade e dos riscos inerentes a ela, muitos de nós colam no grupo. Seja ele do tipo que for: religioso, corporativo, profissional, cultural, intelectual, político, de orientação sexual ou até esportivo. Cada um deles garante, ainda que de forma muito mais frágil do que a tradição, um certo jeito de se comportar e de se vestir, um tipo de ambiente a frequentar, temas que merecem ser debatidos, gêneros de lazer e de viagens para as férias e para os fins de semana, crenças para compartilhar e até bens para adquirir. Um tipo de “normose” – que, paradoxalmente, mas com muita lógica, dentro do grupo é tratada como “diferentose”, já que, como coletivo, contrapõe as suas verdades a dos outros grupos, em geral vistos como inferiores ou limitados.

E como estas são as pessoas com quem se convive, torna-se meio inevitável namorar e ter filhos com gente da mesma turma. Assim como a tendência é reproduzir mais e mais os mesmos padrões e visão de mundo. Sem questionar, porque questionar possivelmente levaria a uma ação. E todos nós conhecemos gente, quando não nós mesmos, que prefere deixar tudo como está, ainda que doa, para não se arriscar ao desconhecido. É assim que muitos de nós abrem mão da época histórica mais rica de possibilidades de ser em troca de uma mercadoria bem ordinária: a ilusão de segurança. Mas, como sabemos, lá no fundo sentimos que algo está bem errado. Especialmente quando fica difícil levantar da cama pela manhã para seguir o roteiro programado.
Suspeito que o mal-estar contemporâneo tem muito a ver com não estarmos à altura do nosso tempo. 

No passado, havia “outsiders”, gente que desafiava a tradição para inventar uma outra história para si. Hoje, com a (bendita) falência da tradição, talvez o que se exija de nós seja que todos sejamos “outsiders” à nossa própria maneira – não no sentido de contrariar o mundo inteiro, mas de encontrar o que faz sentido para cada um, arriscando-se ao percurso tortuoso do desejo. Ciente de que, logo adiante, vamos perder o sentido mais uma vez e teremos de nos reinventar de novo e de novo, num processo contínuo de construção e desconstrução movido pela dúvida – e não pelas certezas.

Vivemos numa época de intenso movimento interno, em que se perder seja talvez o melhor caminho para se achar, mas nos agarramos à primeira falsa promessa como desculpa para permanecermos imóveis. Voltados sempre para fora e cada vez com mais pressa, porque olhar para dentro com a calma e a honestidade necessárias seria perigoso. Queremos garantia onde não há nenhuma, sem perceber que o imprevisível pode nos levar a um lugar mais interessante. Podemos finalmente andar por aí desencaixotados, mas na primeira oportunidade nos jogamos de cabeça numa gaveta com rótulo. Ainda que disfarçada de vanguarda.

Mas o que pode ser mais extraordinário do que inventar uma vida, ainda que com todas as limitações do existir? E que utopia pode ser maior do que nos igualarmos pela singularidade do que cada um é?

Acho que vivemos um momento histórico muito rico. Só precisamos de mais coragem. Como diz o professor Hermógenes, do alto dos seus 90 anos, “Deus (seja ele o que for – ou não – para cada um) me livre de ser normal!”. 
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GUARDAR - Poesia - Antonio Cícero

Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.
Em cofre não se guarda coisa alguma.
Em cofre perde-se a coisa à vista.

Guardar uma coisa é olhá-la, fitá-la, mirá-la por
admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.

Guardar uma coisa é vigiá-la, isto é, fazer vigília por
ela, isto é, velar por ela, isto é, estar acordado por ela,
isto é, estar por ela ou ser por ela.

Por isso melhor se guarda o vôo de um pássaro
Do que um pássaro sem vôos.

Por isso se escreve, por isso se diz, por isso se publica,
por isso se declara e declama um poema:
Para guardá-lo:
Para que ele, por sua vez, guarde o que guarda:
Guarde o que quer que guarda um poema:
Por isso o lance do poema:
Por guardar-se o que se quer guardar.


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POR QUE SENTIMOS VERGONHA ALHEIA? - Vanessa Vieira

Você pode até ser insensível, 
mas seus neurônios são solidários

Se a visão de um colchão com pulgas provoca coceira alheia e um acidente de trânsito gera dor alheia, natural que testemunhar uma situação embaraçosa cause a famosa vergonha alheia. 

Por trás dessas sensações solidárias estão as estrelas da neurologia contemporânea: os neurônios-espelho. Essas células são especialistas em copiar: simulam no nosso cérebro o que está acontecendo com outra pessoa. E isso vale para movimentos e emoções. 

Foi o que mostrou uma pesquisa do Institut de Neurosciences Physiologiques et Cognitives de la Mediterranée, na França, que escaneou o cérebro de voluntários enquanto sentiam um odor desagradável e enquanto apenas assistiam a um vídeo de outras pessoas sentindo nojo. 

Em ambas as situações, as áreas ativadas no cérebro foram as mesmas.

O resultado é que, ao ver alguém experimentando uma emoção, nossa tendência é simular em nós mesmos o mesmo medo, tesão, alegria e, claro, a mesma vergonha. 

Isso vale inclusive para aquelas vezes em que aquela que consideramos a vítima não está nem aí, mas você está. 

"É como se nosso cérebro, ao identificar uma situação desafiadora, nos desse uma provinha para degustação", diz Renata Pereira Lima, pesquisadora do Laboratório de Neurociência e Comportamento da USP

Ou seja, se você vê alguém pagando mico em um reality show e sente vergonha alheia, é seu inconsciente avisando: "não é pra você".
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7 FRASES QUE DESTRUIRÃO SEUS FILHOS. UM ALERTA!

A raiva, o cansaço e a frustração que vêm com problemas cotidianos podem exasperar-nos e nos fazer dizer coisas que realmente não sentimos. Estas são algumas das piores combinações de palavras que podemos dizer aos nossos filhos, independentemente da idade deles, mas especialmente às crianças pequenas. Os efeitos dessas palavras podem ir além do que você acredita e do que você ou seus filhos podem controlar.
Leia com atenção e pense muitas vezes antes de dizer frases como essas…

1. “Você nunca faz nada direito”
Ninguém gostaria de ouvir isso, menos ainda de um adulto. Imagina a sensação desagradável quando sua filha inocente ouve você dizer palavras como essas. Se sua filha cometeu um erro, quebrou algo, arruinou a mistura do bolo, respire fundo e pense no que é mais importante. A resposta sempre será a mesma: seus filhos são mais importantes do que qualquer outra coisa.

  
2. “Eu gostaria que você fosse mais parecido com seu irmão”
Nós não ganhamos nada comparando nossos filhos, mas podemos criar ressentimentos entre os membros da família. Certifique-se de que comparações não existam em sua casa. Somos todos diferentes e únicos, e somos todos especiais a nossa própria maneira.

3. “Você é gordo/feio/burro”
Nossos filhos acreditam em tudo o que falamos. Nós somos sua fonte mais confiável de informação e também a maior fonte de amor. Não prejudique a autoestima de seus filhos com adjetivos negativos. É melhor reconhecer seus pontos fortes ao invés de enfatizar o negativo.

4. “Eu tenho vergonha de você”
Se o seu filho tem a tendência de chamar atenção em público, como gritar, brincar, correr e cantar para todos ouvirem. Talvez só precise de mais atenção. Não diga coisas como essa na frente de seus amigos e nem em particular. Por que não planejar um espetáculo em casa onde ele seja a estrela principal? Talvez descubram seu lado artístico ao fazer isso e divirtam-se em família.

5. “Eu queria que você nunca tivesse nascido”
Eu não consigo pensar em algo pior que alguém poderia dizer a uma criança. Nunca, em nenhuma circunstância, diga isso a seus filhos, nem sequer de brincadeira. Todos precisamos saber que somos desejados e queridos, independentemente dos erros que cometemos.

6. “Eu cansei, não te amo mais”
Às vezes, sem perceber, caímos nos jogos de palavras de nossos filhos. Sua filha de três anos está frustrada porque não pode comer outro potinho de sorvete no jantar. Depois de explicar a ela várias vezes porque ela não deve fazer isso, ela fica brava, chora e diz que não te ama. A resposta mais fácil seria pagar na mesma moeda, mas isso só prejudica sua filha. A reação correta seria explicar novamente porque ela não pode comer mais sorvete e lembrá-la de que você sempre irá amá-la, mesmo que ela esteja muito brava com você. Ela aprenderá muito mais do que você imagina com esta lição.

7. “Não chore, não é nada sério”
“Quão grandes podem ser os problemas das crianças? Elas são apenas crianças, elas não têm preocupações, tristezas, decepções e medos.” 
Este é um erro que como adultos cometemos com muita frequência. As crianças têm tanta ou maior capacidade emocional quanto um adulto. A diferença é que elas não podem expressar-se e acalmar a si mesmas como nós. Então, de alguma forma, seus problemas não seriam ainda maiores? Nunca menospreze um medo, um arranhão, uma dúvida, um conflito pelo qual seu pequeno está passando. Ajude-o a superar o problema e a reagir de forma saudável.

Com pequenos ajustes e sempre considerando os sentimentos e bem-estar de nossos filhos, podemos evitar estas frases tão prejudiciais e ter uma relação de amor, proteção e bem-estar no lar.

Traduzido e adaptado por Sarah Pierina do original “Frases que destruirán a tus hijos”. Publicado originalmente no Brasil em Família.com.br 
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ALBERTO GOLDIN - O primeiro domingo do ano


E-mail da leitora Sônia:

"TENHO OBSERVADO EM MIM UMA CONSTANTE insatisfação com TUDO, no trabalho, nos amigos, no namoro, enfim, com tudo mesmo.
No trabalho tenho sempre uma reclamação, querendo sempre um ambiente "ideal".
No relacionamento é pior ainda, nunca estou satisfeita, acho sempre que tem que melhorar alguma coisa, da parte dele. É uma insatisfação tão grande, que acho sempre que não sou querida pelas pessoas, por todas elas, fico sempre achando que quando recebo um elogio tem por trás algum outro interesse, já que frequentemente ouço que sou chata e que reclamo de tudo.
Acho que as coisas tem que ser muito certas, o que foi dito deve ser cumprido. Na adolescência pensei que deveria ser advogada já que reclamava muito e era persistente.
Tenho imensa dificuldade nos relacionamentos, estou no meu 4° relacionamento longo, tenho 25 anos, e todos eles foram muito conturbados, muitas brigas sempre...
Agora estou passando uma fase de altíssima angustia, quando acho que estou sendo enganada, fico tão nervosa que meu corpo inteiro treme e sinto calafrios.
Já comprei livros, já fiz terapia, vou à igreja e tento ser mais, mas não sei o que acontece comigo, começo a crer que sou realmente chata, reclamona e uma presença indesejada".
Sonia

Psicanalista Alberto Goldin:

TENHO QUE ADMITIR QUE HOJE É UM DOMINGO DIFERENTE , basicamente por ser o primeiro do ano. As comemorações e fogos de artifício da noite passada confirmam que outro ano passou, com suas boas e más notícias, nascimentos e mortes, construções e destruições. Enfim, um dia excelente para refletir, reciclar preocupações, renovar esperanças, somar ganhos e lamentar perdas. Não é um domingo qualquer e, enquanto passam suas horas, percebo com maior nitidez terceiras idades, sonhos futuros em espera e sonhos realizados perdendo atualidade… Minha conclusão óbvia é que o tempo passa.
Preciso responder à Sonia. Sua carta remete ao sentimento universal de frustração. Tem em mente um mundo ideal e o compara com o real, que sempre é pior. Por isso seus namorados, amigos e colegas de trabalho são inadequados e, por isso, seu universo funciona mal, dando constante defeito…
Meu primeiro impulso foi concordar com ela, quando se considera uma pessoa chata. Reclamar é chato, porque contamina qualquer cenário com a própria frustração. Admito que seus opostos, tolerância e bom humor, são produtos escassos…
Acredito que os únicos seres realmente felizes são as crianças pequenas, quando não estão com dor, fome, frio, sono ou desamparo e brincando com as mães riem no volume máximo, com risada cristalina, verdadeiro concentrado de felicidade. Quando as crianças crescem tudo fica mais complicado, acumulam-se as frustrações e a felicidade é depositada no subsolo do sujeito. Aqui o universo se divide entre os bem humorados, que toleram as decepções conservando a felicidade infantil e os outros que, como Sonia, dominados pela frustração, protestam. 

É verdade que há vidas mais afortunadas do que outras, porém Sonia é infeliz onde poderia não ser. O grande projeto cultural da espécie humana é, em essência, ensinar às pessoas a renunciar às suas fantasias idealizadas e aceitar a realidade com suas limitações, ou seja, aceitar viver num mundo possível.
Sonia permaneceu infantil quando se irrita por habitar um planeta que não está feito sob medida para ela, por isso precisa, com bastante urgência, decifrá-lo e aprender a suportá-lo sem queixas, porém trabalhando duro para torná-lo mais adequado às suas necessidades. É inútil se irritar ou reclamar, só cabe entendê-lo para melhorá-lo. Aprender a viver e decifrar a diferença entre fantasia e realidade e a irritação denuncia o fracasso da aprendizagem.

À semelhança de crianças que se negam a comer porque a comida oferecida não é como esperavam. Não tenho fórmulas melhores para a Sonia. 
É honesta quando reconhece sua chatice e admirável em seu empenho de viver num mundo melhor.
 Poderia colocar estas virtudes a serviço de um programa acelerado de crescimento, que lhe permita entrar no mundo que hoje rejeita e a partir desta plataforma, resgatar a alegria do fundo da sua alma. 
Os chatos, do seu modo, são românticos e otimistas, porque querem que tudo seja melhor, porém erram no procedimento para consegui-lo. Sonia, madura, poderá receber melhor o ano novo.
Poderá ser tolerante como adulta e alegre como criança. Um bom projeto para começar o ano.
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