FRANZ KAFKA - 15 pensamentos

1 - Quem possui a faculdade de ver a beleza, não envelhece.

2 - O tempo é teu capital; tens de o saber utilizar. Perder tempo é estragar a vida.

3 - Existe uma meta, mas não há caminho; o que chamamos caminho não passa de hesitação.

4 - Só podia encontrar a felicidade se conseguisse subverter o mundo para o fazer entrar no verdadeiro, no puro, no imutável.

5 - Toda a educação assenta nestes dois princípios: primeiro repelir o assalto fogoso das crianças ignorantes à verdade e depois iniciar as crianças humilhadas na mentira, de modo insensível e progressivo.

6 - Acreditar no progresso não significa que já tenha acontecido algum progresso.

7 - Um livro deve ser o machado que quebra o mar gelado em nós.

8 - Depois de ter dado abrigo ao mal, ele não mais pedirá que você acredite nele.

9 - Todos os erros humanos são fruto da impaciência, interrupção prematura de um processo ordenado, obstáculo artificial levantado ao redor de uma realidade artificial.

10 - A incitação à luta é um dos meios de sedução mais eficazes do mal.

11 - A história dos homens é um instante entre dois passos de um caminhante.

12- Os pontos de vista da arte e da vida são diferentes ainda que no mesmo artista.

13 - O gesto de amargura do homem é, com freqüência, só o petrificado assoreamento de um menino.

14 - A literatura é sempre uma expedição à verdade.

15 - Não desesperes, nem sequer pelo fato de que não desesperas. Quando tudo parece findo, surgem novas forças. Isto significa que vives.

WILLIAM FAULKNER - Loucura Subjectiva


Às vezes não tenho tanto a certeza de quem tem o direito de dizer quando um homem é louco e quando não é. 

Às vezes penso que não há ninguém completamente louco tal como não há ninguém completamente são até a opinião geral o considerar assim ou assado. 

É como se não fosse tanto o que se faz, mas o modo como a maioria das pessoas o encara quando o faz. 

TATE BRITAIN MUSEUM (GALLERY), London - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART , New York - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

MUSEU RAINHA SOFIA - Madrid - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

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PALÁCIO DE VERSAILLES - França - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra, passo a passo pelo museu

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MARTHA MEDEIROS - Fidelidade Feminina

Eu adoraria trocar minha manicure por outra novinha que recém entrou no salão.
Me diz se tem cabimento isso. 
Já troquei de marido três vezes, e não tenho coragem de deixar a Suely”

Peguei a conversa pela metade, mas não pude deixar de acompanhar até o final. Ninguém resiste a escutar uma mulher confidenciado um segredo a outra.
- Desde quando isso está acontecendo?
- Ainda não está acontecendo, mas vai acontecer em breve. É horrível ter que traí-lo, nunca me imaginei nessa situação. A gente sempre se deu tão bem. Mas sinto que chegou a hora de meu turning point.
Você conheceu outro?
- Uma colega me apresentou. Fiquei fascinada. Tão solto, tão moderno.
- Procura resistir, Marília! Afinal, você construiu uma relação sólida de...quanto tempo mesmo?
- Dezessete anos, acredita? E nunca olhei para o lado, sempre com ele, fiel como uma labradora. Hoje, é meu melhor amigo. Muito além do que qualquer outra coisa.
- E você vai arriscar perder essa cumplicidade por causa de uma tentação?
- Rê, chega uma hora em que é preciso mudar. Eu vou fazer 50 anos. Olho todos os dias para o espelho e exergo a mesma cara, a mesma falta de brilho. Estou envelhecendo sem arriscar nada, sem experimentar algo diferente, nunca. Me diz a verdade: você acha que ele irá suportar?
- Tá brincando! Você pretende contar a ele????
- Ele vai reparar, né? Lógico!
- Não precisa falar nada, mulher! Se você for discreta, ele não vai descobrir.
- Só se eu trocasse de cidade, Rê. Ele vai ficar sabendo no mesmo dia. Você sabe como as fofocas voam.
- Se você pretende fazer essa besteira mesmo, melhor pensar nas consequências. A não ser que ele seja muito bem resolvido.
- Quem é bem resolvido numa hora dessas? Ele vai querer me matar. Vai me chamar de traíra pra baixo. Vai se sentir um lixo de homem.
- Ai, Marília. Pra que inventar moda a essa altura do campeonato? Claro que às vezes também fico a fim de experimentar uma novidade, quem não fica? Mas, por outro lado, é tão bom não precisar mentir, não ter que criar desculpas...Uma amiga minha fez essa bobagem e conseguiu ser perdoada porque garantiu que tinha acontecido uma vez só, e em Nova York! O cara engoliu, mas a relação está estremecida até hoje, nunca mais foi a mesma.
- Eu sei, eu sei, só que não aguento mais usar o mesmo corte há 17 anos. Estou decidida, Rê. Vou trocar de cabeleireiro. Se me arrepender, assumo as consequências. Não suporto mais ficar refém de uma situação que é cômoda, mas que não me revitaliza.
- Então só posso te desejar boa sorte, amiga. Vou te confessar uma coisa, mas não espalha: eu adoraria trocar minha manicure por outra novinha que recém entrou no salão. Me diz se tem cabimento isso. Já troquei de marido três vezes, e não tenho coragem de deixar a Suely.

ROSELY SAYÃO - Filhos, Sábado é Dia de Balada e de Preocupação

Sábado pode ser um dia pesado na vida de quem tem filho adolescente. Em geral, é nesse dia que eles querem sair para a balada, por isso os pedidos dirigidos aos pais para obter e permissão necessária começam a ficar mais pesados. Eles pressionam de todos os modos: ora com sedução, ora com embromação, ora com cara feia e reclamações sem fim. Mas, uma coisa é certa: eles não desistem facilmente, não.

E eles têm razão, não têm? Afinal, uma das partes boas da vida deles é justamente festejar. Estar com amigos, conhecer gente nova, ficar, dançar, beber, “zoar”, “azarar”, ficar na boa, ter prazer. O que mais eles poderiam querer?

A questão é que eles sabem – e muito bem – o que querem. Mas ainda não discriminam bem se o que eles querem pode fazer bem ou mal a eles. Além disso, não têm maturidade, muitas vezes, para não perder o próprio eixo frente às sedutoras tentações que surgem nem para reagir frente a situações totalmente inesperadas que podem ocorrer nessas situações. É por isso que muitos pais ainda não dão a eles a tão desejada permissão. Acham que é preciso esperar um pouco mais, ainda. É claro que isso eles não aceitam nem entendem, o que coloca seus pais frente a um dilema cruel. Afinal, deixar ou não deixar que eles saiam e freqüentem as baladas?

A questão é bem mais complexa para os pais. Decidir por uma ou outra alternativa até que pode não ser tão difícil assim. O que realmente exige a atitude firme dos pais é o que vem logo depois de a decisão ter sido tomada e comunicada ao filho.

Caso os pais tenham escolhido pela negativa, que se preparem para a tempestade que há de vir. Perder uma balada pode parecer, a eles, algo fatal. A vida deles nunca será a mesma, é o que imaginam. Outra oportunidade dessas de viver intensamente, eles nem consideram que possam existir.. É por isso que sofrem tanto quando não têm a permissão para ir, e fazem questão de declarar esse sofrimento aos pais. Firmeza, atitude acolhedora e encorajadora é o que eles precisam nesse momento. E isso nem sempre é fácil para os pais.

Já se os pais decidirem por permitir, o trabalho não acaba aí. É preciso tutela discreta, acompanhamento passo a passo para avaliar se já conseguem administrar a situação e respeitar os limites colocados para que o passe permaneça válido para o próximo pedido etc. E isso dá bastante trabalho.

Moral da história: nenhuma das escolhas é fácil de ser tomada e bancada. Muitos pais acreditam que dar qualquer uma das respostas – em geral a que o filho quer – os livra de problemas, chateações e do trabalho educativo. Deixar ou proibir resultam no mesmo trabalho, afinal. Por isso, talvez o mais sensato seja tomar a decisão que tenha valor de apontar ao filho o norte do estilo familiar de viver, e não a que tenha o simples valor de deixar ou não o filho ir à balada.

DALTON TREVISAN - Grávida porém virgem

Na volta da lua-de-mel, Maria em lágrimas confessou à mãe que ainda era virgem.
Lembrava dona Sinhara como o noivo se apresentou pálido na igreja, por demais nervoso? Justificou que, filho amoroso, muito se afligia com a mãe doente. No ônibus, a mão suada, e esquecido da noiva, olhava a paisagem.
Primeira noite o varão fracassou vergonhosamente. Foi alegada inexperiência. A estranha palidez na igreja de violenta crise nervosa — a mãe tinha saúde perfeita. Maria iludiu-se que era desastre passageiro. Ai dela, assim não foi: noite após noite João repetiu o fiasco. Arrenegava-se de trapo humano, não tomava banho nem fazia a barba. A pobre moça buscou recuperá-lo para os deveres de estado. Uma noite, envergando a capa pijama, saiu de óculo escuro, a noite inteira entregue às práticas do baixo espiritismo.
— O que me conta, minha filha! Me nego a acreditar. João, um rapaz tão simples, tão dado... Dona Sinhara evocava o noivo delicado e de fina educação.
— É para a senhora ver, mãe!
Dia seguinte ao casamento um tipo esquisito, que vivia aflito. Uma feita e outra feita, submeteu a moça a provas de intimidade, as quais não foram além do ensaio.
Mais que se enfeitasse para agradá-lo, indiferente aos encantos de Maria. De vez em longe, sem resultado, perseguia o impossível ato. Depois a acusava de única culpada. Suspeitando-a de traição com o primeiro noivo, agredida a bofetão e pontapé:
— Tem de apanhar bastante, Maria. Você é uma histérica!
Proibida de pintar a olho, tingir o cabelo, usar saia curta e calça comprida, sem que ele chegasse a conhecer a noivinha.
Pretendia arrastá-la ao suicídio a fim de esconder o seu desastre. Em provocação soprava-lhe no rosto a fumaça do cigarro.
Com a brasa queria marcar-lhe a bochecha para que deixasse de ser vaidosa.
— Por que judia de mim, querido?
— Bem sabe por que, sua cadela!
E, quarenta dias de casada, vinte em viagem e vinte em casa, ali estava Maria, a mais inteira das donzelas.
— Ter uma conversa com esse sujeitinho — bradou furiosa dona Sinhara.
Não era tudo: comprou coleção de fotos pornográficas, obrigada a admirá-las uma por uma. Nem assim prestou-se aos caprichos do noivo — eram quadros imundos e pecaminosos. Suspendendo pelo cabelo ou afogando a garganta, ele a constrangia às suas loucas fantasias. Saciado, era jogada ao chão, dali erguida aos bofetões.
— Ah, o teu pai que saiba... – persignou-se dona Sinhara.
Na volta da lua-de-mel, João em lágrimas confessou à mãe que a noiva não era pura. Desde a primeira noite, mais carinhoso que fosse, acusava-o de trair o seu ideal. Sá havia casado para se livrar dos pais e merecer o título de esposa.
— Por que judia de mim, querida?
— Você não soube ganhar o meu amor.
Ao exigir satisfações, ouviu dela que tinha caspa na sobrancelha. Censurava-o por deixá-la fria e manifestava repulsa física. Se insistia em tomá-la nos braços, atacada dos nervos, atirava-se ao chão em convulsões. Para reanimá-la, sacudia-a gentilmente, batia de leve no rosto.
Não era a ele que amava e sim ao primeiro noivo, de quem se separou por exigência dos pais. Três dias antes do casamento, estivera com a mãe na casa de Joaquim, propusera com ele fugir, mas o outro respondeu que era tarde. Além do mais, segunda dona Sinhara, todos os convites já distribuídos.
Não queria confessar, abrigada revelava toda a verdade — somente nojo sentia por ele, os seus dentes eram amarelos:
— Depois que me beija tenho de cuspir três vezes!
Não saía do espelho, olho pintado, de saía curta ou calça comprida, o cabelo retinto de loiro:
— Nasci para artista. Não mulher de você, um pobretão!
Reclamando de sua presença no leito conjugal, implicava com o assobio do nariz torto de João:
— Vai você ou vou eu para a sala?
Por ter comido salada de cebola — lembrava-se a mãezinha de como gosta de bife sangrento? — forçado a dormir no sofá.
— O que me conta, meu filho! Me nego a acreditar. Maria, moça tão querida, tão dada... Educada no colégio de freiras, toda cuidados com a futura sogra: um beijinho aqui, um abracinho ali.
— É para ver, mãe! Usa roupa de baixo que a senhora não imagina...
Se não a deixasse em paz, Maria acabava seus dias: engolindo vidro moído, escrevia com batom no espelho que era o culpado. Tal intriga fizera para os sogros que, ao visitá-la, conversavam apenas com a filha, nem cumprimentavam o pobre rapaz, como se ausente estivesse. Uma tarde surgiu-lhe o sogro porta adentro, bradando que recolhera a moça descabelada. Queria saber o que lhe fizera para que ficasse tão chorosa. Se era verdade que lhe marcava a coxa, com brasa de cigarro, se lhe surrupiava o dinheiro da bolsa, se ao sair de casa apagava todas as luzes. Sem esperar a resposta, berrou que tinha mais duas filhas para casar e bateu a porta.
— Ter uma conversa com essa sujeitinha — acudiu furiosa dona Mirazinha, com a mão no peito, sofria de palpitação.
Qual a sua surpresa: a náusea da noiva era... de estar...
— Grávida?! — espantou-se dona Sinhara. — Grávida, apesar de virgem?
O incrível resultado de um ato falho do noivo, segundo Maria, tanto bastou para a concepção.
— Grávida?! — surpreendeu-se dona Mirazinha. — E ainda pretende que é virgem?
— Para a senhora ver, mãe, quem ela é. Após a confissão do filho, Maria foi visitada pela sogra:
— Eu vivo para Cristo. Não para o imundo de seu filho!
Após a confissão da filha, João recebeu a visita de dona Sinhara, que se instalou na companhia dos noivos. A moça não deu a menor atenção a João assim não fosse o rei da família. Ele passava o dia no trabalho e, de volta, queria certa liberdade: lá estava a maldita sogra. Negando-se a moça a ir para o quarto, ficavam bocejando na sala diante da televisão, até que dona Sinhara os mandava dormir. Ele não exercia poder sobre a noiva: nem bife sangrento nem cebola na mesa.
Bem desconfiou que ela era amante da própria tia Zezé. Revoltou-se contra a atitude da noiva que, instigada pela mãe, se negava a cumprir o dever conjugal, arrependida de ter casado tão novinha quando podia aproveitar a vida.
Sempre na casa do pai, Maria confidenciava que João dormia a manhã inteira. À tarde, em vez de ir para o emprego, escondido na esquina, espiava se a pobre moça não recolhia o ex-noivo Joaquim. Mostrava uma folha em branco, exigia lhe revelasse o que estava escrito, eram palavras em tinta invisível — bom pretexto para tentar esganá-la a toda custo.
Existe um motivo para o noivo sentir ciúme, pensou dona Sinhara, é não ser o rei da casa. Bradou para Deus e o mundo que João não era homem bastante para sua filha.
O moço confidenciou para a mãe que, na tarde anterior, entrara a noiva batendo a porta (ó família que tanto bate a porta) e gritando bem alto:
— Fomos a uma parteira. Ela provou que sou virgem!
O pobre rapaz discutiu com o sogro que era detalhe para ser esclarecido.
— Quantos anos você tem, João?
— Vinte e três, sim senhor.
— Com essa idade, João, não sente vergonha de uma esposa virgem?
— Virgem, porém grávida.
O velho indignado exigiu a filha de volta. Respondeu João que Maria estava muito bem com ele. O sogro berrou que se retirasse imediatamente, e a partir daquele dia, proibido de pisar nos seus domínios.
Dona Mirazinha perguntou a uma amiga:
— Como vai a grande cadela?
Porque a chamava de cadela, Maria nunca mais foi visitá-la.
Cada um se queixa do outro para a respectiva família. Ora, a família de Maria está ao lado dela. E a família de João ao lado dele. Casados de três para quatro meses e Maria, segundo ela, sempre virgem. Como pode ser, contesta João, se está grávida?
Um mistério que até hoje não foi decifrado.

FREI BETTO - O Hipocondríaco

Em tempo de remédios falsificados e laboratórios incompetentes, vale lembrar deste consumidor compulsivo que faz da bula Bíblia: o hipocondríaco. Ele padece do mal de ter mania de doenças e adora tomar remédios. Ao passar à porta da farmácia não resiste e pergunta: "O que tem de novidade?"
Nada mais ofensivo ao hipocondríaco do que erguer um brinde e desejar-lhe "saúde!". Ele só freqüenta coquetel de vitaminas. Encara sempre o interlocutor com aquele olhar de quem diz: "ando sentindo coisas que você nem imagina". No telefone, faz voz de vítima. Cara a cara, suplica, silente, a compaixão alheia.
Está sempre entrando ou saindo de uma gripe; já tomou todas as vacinas; sofre da coluna; padece de insônia; e trata médico como faz com motorista de táxi: "Tá livre?"

O hipocondríaco entra na Justiça exigindo mandado de prisão contra os radicais livres e duvida que alguém possa imaginar o tamanho da enxaqueca que teve ontem. Enquanto outros fazem shopping, o prazer do hipocondríaco é visitar drogarias de vitaminas importadas. Ingere pela manhã o abecedário em drágeas e nunca se deita sem antes tomar um chá de ervas.
Hipocondríaco não tem plano de saúde; prefere cota de cemitério. Gosta de se separar da família para morrer de saudades. E fica doente de raiva quando alguém diz que ele aparenta boa saúde.

O autêntico hipocondríaco carrega sempre uma dorzinha de lado, uma unha encravada, uma afta na boca, uma irritação na garganta, uma dor na coluna e umas tonturas estranhas.
Para o hipocondríaco, esposa ideal é a que banca a enfermeira; cadeira confortável é a de rodas; e cama macia, a de hospital.
O hipocondríaco é a única pessoa que, pelo som, distingue sirene de ambulância da de viatura de polícia e de bombeiro.

O guru do hipocondríaco é Hipócrates, e sua filosofia se resume nesta questão metafísica: "Se a gente nasce deitado e morre deitado, por que não viver deitado?"
O hipocondríaco morre de medo da vida saudável. Está convencido de que a diferença entre o médico e ele é que o primeiro conhece a teoria e, o segundo, a prática. Nunca pergunte a ele: "Vai bem?" É preferível: "Melhorou?"

O hipocondríaco só assina revistas médicas e, nos jornais, lê primeiro o obituário. Mas, ao contrário do que se pensa, o hipocondríaco não quer morrer — isto o curaria de sua loucura.
Nunca convide um hipocondríaco a matricular-se numa academia de ginástica. Ofereça-lhe um check-up. Os únicos exames que ele aceita fazer são os clínicos e adora ser reprovado. Se faz cooper, a perna dói; se pratica natação, fica resfriado; se flexiona o abdome, sente dor nas cadeiras.

O hipocondríaco escuta o médico com a mesma atenção que o bêbado ouve os conselhos do abstêmio. A turma do hipocondríaco se reúne em porta de farmácia e tira férias em clínicas de repouso.
O hipocondríaco é o único paciente que consegue decifrar letra de médico. Ele não se recolhe para dormir, e sim para repousar. Nunca deseje "bom-dia" a um hipocondríaco; pergunte: "Levantou melhor?" Aliás, ele não se levanta; tem alta. No aniversário, dê a ele um vidro de remédios. Todo hipocondríaco é viciado em aspirina, vitamina C e melatonina.

O hipocondríaco sabe dar nó nas tripas e acredita que o melhor lazer é curtir uma diverticulite. Considera incompetente todo médico que diz que ele não tem nada.
O hipocondríaco acredita em tudo que a mídia fala sobre cuidados com a saúde.
Quando viaja, não se hospeda; se interna. No bolso de dentro do paletó ele não carrega caneta, mas termômetro. E é a única pessoa capaz de enxergar vírus e bactérias em talheres de restaurantes.

Sonho de hipocondríaco é ser socorrido por um daqueles helicópteros UTI que aparecem na TV. E sempre reclama de que já existem telessexo, telepiada, telepizza, telessorteio, só falta o teledoença: você liga, descreve os sintomas e, do outro lado da linha, uma voz de médico prescreve a medicação.
Deve ter sido um hipocondríaco quem deu ao remédio que combate infecções o nome de antibiótico — que significa "contra a vida".

O hipocondríaco não tem remédio. Ele só se cura quando morre e, paradoxalmente, a morte é o sintoma mais óbvio de que ele tinha razão. Pena que não possa levantar-se do caixão e enfiar o dedo na cara de quem o tratava pejorativamente como hipocondríaco. De qualquer modo, repare como ele, defunto, traz um sorrisinho de vitória nos lábios.

DITADOS POPULARES CORRIGIDOS PELO PROF. PASQUALE

Sabemos que os ditados populares sempre foram passados de forma oral no decorrer dos anos. E talvez por conta disso, aconteceu com eles a mesma coisa que acontece na brincadeira do telefone sem fio: uma palavra quase nunca chega ao último receptor da forma que foi inicialmente enviada.
Veja estas dicas interessante do Prof. Pasquale em que ele fala sobre os ditados populares, em suas formas corretas:

▪ No popular se diz:
Esse menino não pára quieto, parece que tem bichocarpinteiro.
Minha grande dúvida na infância... Mas que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro?

Correto:
Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro.
Tá aí a resposta para meu dilema de infância! EU NÃO SABIA. E VOCÊ?

▪ Popular:
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.

Correto:
Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.
Se a batata é uma raiz, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparrama pelo chão se ela está embaixo dele?

▪ Popular:
Cor de burro quando foge.

Correto:
Corro de burro quando foge!
Esse foi o pior de todos! Burro muda de cor quando foge? Qual cor ele fica? Porque ele muda de cor?

▪ Popular:
Quem tem boca vai a Roma.
Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar!

Correto:
Quem tem boca vaia Roma. (isso mesmo, do verbo vaiar).

▪ Popular:
Cuspido e escarrado.
Quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.

Correto:
Esculpido em Carrara. (Carrara é um tipo de mármore).

▪ Popular:
Quem não tem cão, caça com gato.
Entendia também, errado, mas entendia! Se não tem o cão para ajudar na caça o gato ajuda! Tudo bem que o gato só faz o que quer, mas vai que o bicho tá de bom humor!

Correto:
Quem não tem cão, caça como gato, ou seja, sozinho!

E a gente pensa que repete de forma correta os ditos populares...
Vai dizer que você falava corretamente algum desses?

MÁRCIA TIBURI - Conversar é uma forma de amar

O diálogo foi uma das questões mais importantes no surgimento da filosofia. Serviu de modelo teórico de uma ação prática. Platão, na antiguidade clássica, usou-o como estilo para mostrar que a filosofia dependia da conversação. Ele queria mostrar que ela não era uma teoria isolada das relações humanas. 

Que nascia da diferença do pensamento de cada um que entrava em contato com o pensamento de outro. Chegou a dizer que o pensamento era o diálogo da alma consigo mesma num sentido muito próximo do “falar com os próprios botões” que conhecemos tão bem. Pensar era uma questão de linguagem.

O pensamento precisava das palavras, da gramática, da língua, do imaginário, do mito, para se expressar e, por isso, o cuidado com a escolha e o uso de todos estes elementos era tão essencial.

Da conversação é que surgem todas as nossas relações sociais: desde a família até as decisões políticas, passando pela amizade e pelo amor. É porque não sabemos que a arte da conversa é muito mais do que a mera persuasão, que convencimento ou sedução, que perdemos de vista sua função ética. Conversar serve para criar laços sinceros e reais. Com ele se funda o que chamamos sociedade cujo laço essencial é o amor, segundo Humberto Maturana, importante biólogo e filósofo chileno da atualidade.

Ninguém conversa mais
Desaprendemos de conversar por alguns motivos. Um deles é o descaso que temos com as palavras. Nem nos preocupamos em conhecê-las, não avaliamos a história da humanidade que nelas se guarda. Não imaginamos que palavras tão comuns quanto liberdade, memória, história, pensamento, prática, e tantas outras possuem uma vasta história. E não se trata apenas da etimologia, da origem dos nomes, mas da função simbólica, do que está guardado nas palavras como sentido que vai além delas e mostra o mundo humano dos afetos, sentimentos, desejos, projetos. Não apenas os poetas e escritores devem cuidar das palavras, mas todos os humanos.

Conversar é perigoso, dizem os donos do poder
A má política, aquela que se separou da ética, sempre soube o quão perigoso para si mesma era a conversação. Nos campos de concentração da Alemanha nazista era comum a separação de prisioneiros de mesma língua e o convívio de prisioneiros de nacionalidades diferentes. Podemos chamar “violência simbólica”, segundo a expressão do sociólogo do século XX Pierre Bordieau, a este gesto de impedir o contato pela palavra. Sabiam os nazistas que este era um procedimento de tortura mental e também de proteção do regime. 

Sabiam que a conversa sempre aproxima os seres humanos por criar afetos e, deles, pode surgir algum projeto que modifique alguma coisa que alguém desejava ver sempre igual. A conversação cria cumplicidade. Por isso, todas as instituições autoritárias proíbem a conversação.

Mas o problema maior em nossa sociedade atual é o fato de que incorporamos a proibição da conversa. Introjetamos o medo do contato. Não sabemos mais conversar, perdemos o estímulo quando caímos em depressão ou morremos de medo quando somos tímidos. A frase de Sartre “o inferno são os outros” muitas vezes pode nos socorrer diante do pavor do contato e da relação mais íntima com quem poderia vir a ser um amigo.

Quantas vezes parecemos conversar, mas isso não ocorre. Conversações estranhas, porque sem diálogo, aparecem quando numa festa, num encontro casual, ou na escola, no trabalho, ou mesmo em casa, contamos sobre um filme que vimos. A pessoa a quem nos dirigimos, quem deveria conversar sobre o que lhe dizemos, recorre imediatamente a outro filme que ela viu ou diz não gostar de cinema. Fazemos isso e assim nem conversamos sobre o filme assistido por quem narra o fato, nem o visto por quem o ouve. 

Perdemos a capacidade de prestar atenção no que foi dito. A capacidade de escutar está em extinção. 

Se usarmos outro exemplo perceberemos o fenômeno de modo ainda mais claro: quando alguém fala de seus problemas, o outro, aquele que deveria ouvir, sempre comparece com seus exemplos interrompendo a atenção necessária à exposição do primeiro, quando não chega a dizer “não quero ouvir, pois isso não me acrescentará nada”, como se conversar – o que fazemos de mais humano - fosse uma troca mercantil de lucros e ganhos. Ou ainda, interrompe com um “eu sei” prepotente, inviabilizando toda descoberta. Em outras palavras, nos tornamos – em graus variados - incomunicáveis. Em tempos de comunicação de massas, numa sociedade estimulada pela mídia que nem sempre cumpre com seu papel de comunicar, esta se tornou uma questão essencial.

O que teremos a nos dizer no futuro?
Walter Benjamin dizia que a incapacidade de narrar experiências comunicáveis resulta das experiências negativas que sofremos. Um soldado que vai a guerra é o seu exemplo, mas podemos usar nossos mais próximos: aquele que vive na rua sem lar, o que vive na miséria material qualquer que seja, aquele que se sente só num asilo, num orfanato, num hospital. 

Que criança será capaz de sobreviver em sua intimidade se nenhuma linguagem será capaz de expressar o sofrimento que ela viveu na pele perambulando pelas faróis e, do outro lado, não havendo ninguém que possa ouvi-la? Que poderá ela nos dizer se chegar a ser adulta? Não temos o que dizer aos descendentes de escravos, aos aviltados históricos deste país?

O que temos nós, de fato, a dizer e a ouvir desta esta criança nas ruas? Elie Wiesel, autor de A Noite, quando criança assistiu à morte por enforcamento de um menino num campo de concentração. A condenação fora a condenação do futuro e de toda a humanidade. Mas ainda podemos corrigir os erros. Melhor começar conversando direito, descobrindo o que temos a dizer e ouvir.

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO - A Estrategista

Bete recomenda um conjunto escuro e sóbrio, mas com um decote que mostre o rego dos seios. O rego dos seios é importantíssimo. O viúvo precisa ter uma amostra do que existe por baixo do terninho compungido já no abraço de pêsames. Bete tem um método de prospecção de viúvos. Procura convites para enterro em que não conste "netos". De preferência nem "filhos". É um sinal de que a mulher morreu jovem. Falecida moça igual a viúvo moço. Precisando de consolo imediato. O ideal é quando há mais de um convite. Quando a firma do marido também convida para o enterro. E dá a posição do viúvo na vida. "Nosso gerente", ótimo. "Nosso diretor-financeiro", melhor ainda. "Nosso diretor-presidente", perfeito! Um diretor- presidente com 40 anos ou menos é ouro puro. Segundo a Bete. Bete dá instruções.― Aumenta o decote. Isso.― O que que eu digo?― Chore. Diga "Eu não acredito". Diga "A nossa Pixuxa."― "Pixuxa?!"
Era o apelido dela. Estava no convite.― A nossa Pixuxa. Certo.― E não esquece de beijar perto da boca, como se fosse descuido. Bete não cobra pelo seu trabalho. Faz pelo desafio, pelo prazer de um desfecho feliz, cientificamente preparado. Quando consegue "colocar" uma das suas amigas, sente-se recompensada. Não é verdade, como dizem alguns, que tenha informantes nos hospitais de primeira classe da cidade e que muitas vezes, quando a mulher morre, ela já tenha um dossiê pronto sobre o viúvo, inclusive com situação financeira atualizada. Trabalha em cima dos convites para enterro, empiricamente, com pouco tempo para organizar o ataque. Procura se informar o máximo possível sobre o viúvo, depois telefona para uma interessada e expõe a situação.― O nome é bom. Parece que é advogado. Entre 55 e 60 anos. Aproveitável. Dois filhos, mas já devem ter saído de casa.― Entre 55 e 60, sei não...― É pegar ou largar. O enterro é às 5.Bete vai junto aos velórios. Para dar apoio moral, e para o caso de algum ajuste de última hora. Como na vez em que, antes de conseguir chegar no viúvo, sua pupila foi barrada pela mãe dele, que perguntou:― Quem é você?A pretendente começou a gaguejar e Bete imediatamente colocou-se ao seu lado.― A senhora não se lembra da Zequinha? Uma das melhores amigas da Vivi e do Momô. Era tanta a intimidade que a mãe do Moraes, embora nunca soubesse que o apelido do seu filho fosse Momô, recuou e deixou a Zequinha chegar nele, com seu rego. Foi um dos triunfos da Bete. Naquele mesmo ano, o Moraes e a Zequinha se casaram. Alguns comentavam que tudo começara no enterro da pobre da Vivi, outros que ocaso vinha de longe. Ninguém desconfia que foi tudo planejado. Que havia um cérebro de estrategista por trás de tudo. Bete tem medo das livre-atiradoras, das que invadem o seu território sem método,sem classe, enfim, sem a sua orientação. Quando o viúvo é uma raridade, uma pepita ―menos de 40, milionário, quatro ou cinco empresas participando o infausto evento, sem herdeiros conhecidos, e bonito ― Bete faz questão que sua orientada chegue cedo no velório, abrace o prospectado ("A nossa Ju! Eu não acredito!"), beije-o demoradamente perto da boca, por descuido, e fique ao seu lado até fecharem o caixão, alerta contra outros decotes. Ela deve até tornar-se uma confidente do viúvo.― Essa que me cumprimentou agora... Não tenho a menor idéia quem é.― Eu também, nunca vi.― Não é uma amiga da Ju?― Vulgar assim? Acho que não. E a Bete cuida da retaguarda. Observa a aproximação de possíveis concorrentes e,quando pode, barra o seu progresso em direção ao viúvo. ("Por favor, vamos deixar o homem em paz.") De tanto freqüentar velórios, Bete já conhece a concorrência. Sabe que elas vêm dispostas a tudo. Quando o viúvo é muito importante e forma-se uma multidão à sua volta, dificultando o acesso, abrem caminho a cotoveladas. Não hesitam nem em ficar de quatro e engatinhar, entre pernas, até o viúvo. A Bete compreende. Sabe o valor de um bom viúvo em tempos como este. Por isso se sente justificada em usar qualquer meio para impedir o sucesso das outras e assegurar o sucesso das suas. Até a coação física e moral."Estamos numa selva", diz a Bete, para encorajar suas discípulas. E as instrui a não desanimar quando não conseguem prender a atenção do viúvo no velório. Afinal, sempre existe a missa do sétimo dia.

JEAN-JACQUES ROUSSEAU - Sobre a Preguiça

É inconcebível a que ponto o homem é naturalmente preguiçoso. Dir-se-ia que ele só vive para dormir, vegetar, ficar imóvel; ele mal consegue se dispor a fazer os movimentos necessários para se impedir de morrer de fome. 

Nada mantém tanto os selvagens no amor do seu estado que essa deliciosa indolência. 

As paixões que tornam o homem inquieto, previdente, ativo, só nascem na sociedade. Nada fazer é a primeira e a mais forte paixão do homem, depois da de se conservar. 

Olhando-se bem, vê-se que, mesmo entre nós, é para chegar ao repouso que cada qual trabalha; é a própria preguiça que nos torna laboriosos.

MARCEL PROUST - Quando estamos enamorados...


 Havia outrora entrevisto nos Champs Élysées, e depois compreendi melhor, que, quando estamos enamorados de uma mulher, projetamos simplesmente nela um estado de nossa alma; que  por conseguinte o importante não é o valor da mulher, mas a profundidade do estado; e que as emoções que uma moça medíocre nos dá podem permitir-nos fazer elevarem-se à consciência algumas partes mais íntimas de nós mesmos, mais pessoais, mais longínquas, mais essenciais do que o prazer de conversar com um homem superior ou mesmo o de contemplar com admiração suas obras seria capaz de produzir.

VÍDEO DEPOIMENTO: LIMA DUARTE POR LIMA DUARTE

MARTHA MEDEIROS - Pedaços de Mim

PEDAÇOS DE MIM

Eu sou feito de
Sonhos interrompidos
detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.

DR. ALBERTO GOLDIN - A paixão é para os fracos?

"TENHO 28 ANOS E BASTANTES QUESTÕES. Uma delas é: a paixão é para os fracos?Na sua coluna deixa claro que amor é uma coisa, paixão, outra e os que se entregam a ela frequentemente se estrepam. Alguns se dão bem, é claro. Mas não é a regra. E eu faço parte da maioria. Tive uma relação de seis anos com Mauricio, com idas e vindas. Apaixonei-me perdidamente. Mas surgiu um problema: depois de um tempo de namoro, a atração dele por mim diminuiu e ao longo do tempo se agravou. Ele se justificava, jovem recém-formado, dependia dos pais... Ate lograr independência e mudar de cidade. Rompemos. Dois anos separados, reatamos e fui morar com ele. Nesse período, nosso problema se agravou. Admirava-me, mas não me desejava. Separei e, dois meses depois, engravidou outra garota, com quem está casado hoje, muito feliz. Sinto-me ingênua por ter investido no “amor”; fui meu próprio algoz... Estou solteira e ainda sofro. O que fazer? Apesar de bonita e sexy – ao menos para muitos outros rapazes -, não quero uma nova paixão em 2012...”
Ellen
                                                                  ****

DESSA VEZ O MILIONÁRIO PRÊMIO DA MEGA-SENA tinha saído para um único apostador, um modesto camponês que, de repente, ficou rico e famoso na sua pacata região. Sua felicidade durou pouco, dois anos depois, foi assassinado num episódio amplamente difundido pela mídia. Meses mais tarde, o prêmio novamente acumulado foi para um funcionário público, que discretamente, embolsou a fortuna e mudou de cidade. Seus amigos relatam que agora ele se dedica ao esporte e viaja pelo mundo com sua família.
Ao primeiro a fortuna matou, ao segundo, proporcionou glamour e alegria…
Respondo à Ellen dizendo que a paixão é a Mega-Sena de uma vida que, dependendo de como for administrada, mata ou alegra. Paixão e Mega-Sena oferecem fantásticas quantidades de energia, criatividade, beleza etc., porém obnubilam os sentidos, transformam o sujeito que, nunca mais será o mesmo, promovendo felicidade total ou, às vezes, tragédia iminente.
Ellen precisa entender que sua dolorosa experiência pessoal não demoniza a paixão, nem a transforma em garantia de felicidade. Ela oferece momentos plenos, eufóricos e quase sempre, irresponsáveis… Funciona como uma droga, sem química nem traficante, porém paixão e dinheiro não admitem desaforos. Vamos rever sua história: durante anos foi apaixonada por Maurício e não o perdeu por amá-lo excessivamente, mas porque Maurício não enfrentou nem resolveu seus problemas sexuais. A relação começou como outras, com ereção e desempenho normais, porém, para alguns homens, a continuidade da relação aniquila o desejo. Começam sexualmente bem, porém à medida em que a relação se estabelece, se torna “familiar”, a namorada vira irmã e boa amiga e para recuperar o erotismo, precisam trocá-la ou se separar por um tempo e assim reiniciar o ciclo… A paixão persistiu, por isso retomaram o que desapareceu foi o tesão do Maurício.
Amor e admiração mútuos operaram contra o desejo e era óbvio que precisavam de uma adequada e urgente ajuda terapêutica. Ellen amou e foi amada. Perdeu, porque o sintoma neurótico apagou o desejo é possível que Maurício, com o tempo, venha a repetir o sintoma no seu recente casamento. O único erro da Ellen foi ter retomado o segundo tempo da relação, sem avaliar a gravidade do problema. Foi mulher apaixonada, romântica e ingênua, já que, pensando objetivamente não havia motivos para uma solução espontânea...
Reconheço que com alguma frequência as mulheres toleram as limitações sexuais dos seus futuros maridos, confiando que o casamento, os filhos ou a própria vida irão resolvê-los. Nem sempre é assim, mesmo que neste caso tenha sido o próprio Maurício que desistiu, imaginando, como é típico, que Ellen era a responsável pelos seus fracassos. Por isso não é adequado usar histórias pontuais para demonizar paixão e Mega-Sena, mesmo que, às vezes, aparentem ser as únicas responsáveis. Sinceramente, acredito que Ellen deveria se dar novas oportunidades de amar, evitando negar ou desvalorizar os sinais relevantes do homem que dorme ao seu lado. Precisa enfrentar, discutir, tratar a questão e, na medida do possível, renovar suas apostas no fascinante jogo da vida.

CULT VÍDEO: A POESIA DOS MOVIMENTOS EM CAMERA LENTA


JOÃO CABRAL DE MELO NETO - A Palavra Seda


A atmosfera que te envolve
atinge tais atmosferas
que transforma muitas coisas
que te concernem, ou cercam.
E como as coisas, palavras
impossíveis de poema:
exemplo, a palavra ouro,
e até este poema, seda.
É certo que tua pessoa
não faz dormir, mas desperta;
nem é sedante, palavra
derivada da de seda.
E é certo que a superfície
de tua pessoa externa,
de tua pele e de tudo
isso que em ti se tateia,
nada tem da superfície
luxuosa, falsa, acadêmica,
de uma superfície quando
se diz que ela é “como seda”.
Mas em ti, em algum ponto,
talvez fora de ti mesma,
talvez mesmo no ambiente
que retesas quando chegas,
há algo de muscular,
de animal, carnal, pantera,
de felino, da substância
felina, ou sua maneira,
de animal, de animalmente,
de cru, de cruel, de crueza, que sob a palavra gasta
persiste na coisa seda.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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