ARNALDO JABOR - Meia-noite em Nova York

Vi, emocionado, o filme de Woody Allen Meia Noite em Paris. Ali estavam meus mitos artísticos, vivendo o momento da arte do século 20, quando os criadores eram respeitados, depois do horror da Grande Guerra. Quando Cole Porter canta Let"s Do It - chorei. A arte prometia um tempo novo, antes de ser transformada num gueto da indústria do entretenimento. Queria fazer a mesma viagem no tempo, como Woody, e me lembrei que tive situações semelhantes em minha pobre vida.

Estive uma vez sentado no hall do velho Hotel Algonquin, em Nova York, onde outrora retumbaram hinos e onde se reuniam os gênios das décadas de 20 e 30 no famoso Oak Room. Esse hotel era o point dos donos da ironia, patente importante da intelectualidade americana. Ali sentado, eu ouvia os risos de Dorothy Parker e pensava no grande Edmund Wilson, com seus cinco martínis enfileirados, tomando um depois do outro, até cair no tapete persa. Para onde foi o charme dos artistas e intelectuais? Onde estará a frase mordente do Alex Olcott de hoje, onde andará o neo-Harold Ross, fundador da New Yorker, onde se esconde o George S. Kaufman e até o genial Harpo Marx com seu sorriso de anjo sem-vergonha? Adorava aquele hotel onde ficava, na esperança de que os fantasmas dos anos 30 me segredassem soluções no ouvido. Bons tempos, quando os artistas eram olhados como messias chiques em Paris e Manhattan, cheios de veneno e esperança, línguas afiadas, muito olhados com humildade bovina pelos idiotas que ficavam calados, de boca aberta, de onde pingava a baba da admiração. Hoje, com a liberalização da cretinice, se metem em tudo. Sobrou ao artista uma atitude masoquista, se mutilando, se flagelando, querendo recuperar o tempo em que Gertrude Stein era tão temida quanto hoje se teme um dono de corretora.

Em cima da mesinha, havia um número do The Atlantic Monthly, que abri e caí no meio de um artigo que parecia uma resposta aos meus devaneios. "Onde estão os artistas?", perguntava o ensaísta Brad Holland, lembrando que muitos criadores dos anos 20 aderiram ao "futurismo" que pregava "a substituição da lenta tradição do século 19 por um mundo veloz e moderno de máquinas, violências de marketing e relações públicas". E sacaneava os meus fantasmas, dizendo que "é preciso ter cuidado com os intelectuais. Às vezes eles conseguem o que querem". O tom do artigo de Holland pertencia à moda de fazer graça de tudo que ainda denotasse esperança de mudar o mundo. Meus queridos fantasmas da mesa do Oak Room pareciam irritados com Brad - ficaram mais tênues. Holland implicava com eles, criticando o dadaísmo e o surrealismo: "Hoje é impossível distinguir estes movimentos estéticos da vida cotidiana". Meus fantasmas se mexiam indignados enquanto eu tomava meu uísque clássico. E pensava que nos anos 20, se imaginaram os traços do mundo de hoje. Quem previu melhor o que nos assola do que os escritores da época, como Kafka ou Thomas Mann?

Talvez a arte hoje não passe de uma efêmera produção de objetos parciais, passageiros e descartáveis. A morte da "aura" da arte (que Benjamim transformou numa "meta-aura" reproduzida) talvez seja mais difícil de aceitar do que pensávamos. Hoje, a aura passou para o próprio artista, que se vê como um profeta abandonado, mas ansiando por liberdade e beleza, mesmo se ele expõe na Leo Castelli os seus próprios excrementos, para delícia das grã-finas. Mas, há em Holland umas frases fantásticas: "Antigamente, o artista de vanguarda chocava a classe média. Hoje a classe média é que choca o artista de vanguarda". Ou o que Picasso poderia ter dito: "Estamos tentando romper com as normas", que hoje é slogan do McDonald"s.

Eu também tive contato com gênios do passado, contato real, tocando com a mão. Já tomei um porre com Buñuel. Juro. Foi em 1967, em Veneza, quando Buñuel estava lá com A Bela da Tarde. Ele estava surdo e puto da vida com os críticos franceses: "Estes críticos franceses son todos unos cabrones de mierda. Dicem que mis películas mejicanas son mejores que las actuales en color... Cabrones!"

Nesse mesmo festival jantei com o Fritz Lang e fui azarado pelo Luchino Visconti - é verdade!

Fritz Lang estava num grande "bode", coitado. Cego de um olho, angustiado com sua idade (mais de 80 anos), rejeitado pelo sistema de Hollywood e só feliz porque Godard o chamara para Le Mepris. Eu olhava aquele homem amargo e pensava em Brigitte Helm do Metropolis, dançando com sua carapuça de prata e entendi que nada, nem a beleza, nem a genialidade nos livra do tempo.

Depois, na minha viagem, ousei contestar o Luchino Visconti, marxista aristocrata que estava namorando na época o Pierre Clementi, vestido num terninho "mao" de seda branca. Em sua entrevista, me ergui e critiquei seu filme O Estrangeiro, baseado no Camus, também em competição. Ele riu e me sacaneou: "Só te respondo pessoalmente..." Glauber rolava de rir: "Ele quer te comer..."

Volto ao presente e me pergunto: O que mudou?

Os artistas sonhadores dos anos 20/30 foram substituídos pelos desesperados "contemporâneos" e os cineastas tratados feito cachorros pelos produtores. Ou então, fingindo uma profundidade que as formigas atravessam com água pelos joelhos, como dizia o Nelson Rodrigues. Assim como o "cinemão" manipula os espectadores com porradas e transformers, os "artistas" moram num gueto permitido, fabricando o que chamo de "metafísica comercial", como esses dois abacaxis inacreditáveis recentes:

A Árvore da Vida e Melancolia - que posam de "profundos" e que ninguém ousa contestar. Hollywood criou um galinheirinho para "arte permitida". O filme do Malick é constrangedor - americano querendo ser filosófico. O Melancolia é a diluição esquemática e superficial de O Sacrifício, de Tarkovski, esse sim, um gênio que os middle-brows não entendem.

O melhor filme que está passando é o Super Oito do J.J. Abrams, que restaura a magia do cinema dos anos 70.

Tudo isso eu pensei naquela meia-noite em NY, enquanto ouvia as risadas do Alex Olcott e via o fantasma tênue do Ed Wilson caindo de porre, comendo a última cereja do quinto dry Martini.

MULHERES SÃO MENOS TOLERANTES COM AS OUTRAS DO QUE OS HOMENS ENTRE SI

Um novo estudo mostrou que as mulheres formam uma impressão negativa 
de suas colegas mais rapidamente 
do que os homens.

Os pesquisadores, da Emmanuel College, de Boston, pediram que homens e mulheres analisassem seus colegas de quarto sob diferentes perspectivas.

Quando julgaram os colegas por ter praticado um ato fictício com comportamento negativo, mulheres foram críticas enquanto homens se mostraram bem mais tolerantes.

As moças também trocariam de colega de quarto mais facilmente do que os rapazes.

Os cientistas concluíram que as mulheres são mais severas porque têm mais expectativas em uma relação de amizade com alguém do mesmo sexo. Expectativas bem maiores do que os homens.

De acordo com os pesquisadores, as mulheres simplesmente conferem um peso maior a atitudes ruins porque isso afeta a intimidade que elas têm com as amigas. E, em relações como essas, a intimidade é vital.

O estudo também mostrou que as garotas preferem ter um chefe homem a precisar obedecer outra mulher.

MOACYR SCLIAR - As palavras e o silêncio


DESDE CRIANÇA tinha um sonho: queria ser escritor, autor de livros como aqueles que lia (lia, não: devorava) na escola: as obras de José de Alencar, de Machado de Assis, de Graciliano Ramos. Muito cedo começou a rabiscar historinhas que mostrava com orgulho para os professores e para os pais. Todos o encorajavam, diziam que deveria prosseguir, que tinha muito talento. Mas disso ele próprio duvidava. A verdade é que se sentia muito distante dos grandes mestres.
Não tinha fôlego, parecia-lhe, para escrever uma obra como as de Shakespeare, autor que admirava, embora nem sempre o entendesse. Uma constatação que o deixava deprimido. E mais deprimido ficou quando, a conselho dos pais e dos amigos, começou a estudar letras.
Quanto mais autores famosos conhecia, mais se envergonhava de seu próprio trabalho, coisa de simplório amador. Os seus diálogos, por exemplo, eram fracos, banais, nada que chegasse aos pés dos diálogos escritos por Shakespeare, diálogos que traduziam todos os dramas que as pessoas podem viver.
Um dia, e de repente, ocorreu-lhe uma resposta. Um grande tema, era isso o que lhe faltava. Um tema que pudesse ser expresso através de diálogos fortes, transcendentes. Mas que tema poderia ser esse? Na sua própria vida nada acontecia que o motivasse. Era uma vida tranqüila, sem grandes problemas.
Os pais, ele, advogado, ela, médica, não eram ricos, mas podiam sustentá-lo confortavelmente. Moravam numa boa casa, onde ele tinha seu quarto, sua tevê, seu computador.
Nunca passara fome, nem ele nem a irmã mais velha, que aliás era a companheira, a confidente com quem podia contar sempre. Nunca tivera doenças graves, era um jovem atlético (jogava basquete), simpático. Namoradas estavam ao seu alcance à hora que quisesse.
Grandes escritores muitas vezes são pessoas atormentadas, angustiadas. Não era seu caso. E por essa razão, era o que achava, não tinha sobre o que escrever. Faltava-lhe uma tragédia. Então ocorreu o acidente aéreo.
Medonha catástrofe, dezenas de vítimas. Olhando a tevê, ele, como tantos outros, chorou de emoção. Ocorreu-lhe escrever uma história a respeito. Uma história que retratasse a agonia humana numa tragédia como aquela e que a expressasse por meio de diálogos: entre os passageiros, entre os pilotos.
Sem demora, sentou-se ao computador. Mas aí viu, sobre a mesa, o jornal daquele dia, com a transcrição dos últimos diálogos gravados na caixa preta. Ele os leu, ou melhor, releu. Eram palavras simples aquelas, palavras que poderiam fazer parte do cotidiano de qualquer pessoa, mesmo que essa pessoa não escrevesse: ""Desacelera, desacelera!", "Não dá, não dá... Ai, meu Deus!"
Desligou o computador. Nada mais havia a ser dito ou escrito. Nesse momento ocorreram-lhe as palavras daquele distante autor inglês, Shakespeare: o resto é silêncio.

SER OU TER? - Solange Bittencourt Quintanilha

 Será que na prática todos concordam, 
de verdade, que é o SER?

Na prática, porém, num mundo cada vez mais capitalista e competitivo, o sistema nos empurra para valorizarmos bastante o aspecto material. 
Os meios de comunicação em massa estimulam absurdamente o consumo, com imagens e propagandas a cada segundo. 

Os valores estão sendo invertidos, e o TER tem cada vez mais sido prioridade para a população. Ter uma vida confortável e sem preocupações financeiras é um desejo quase universal. É claro que é necessário ter dinheiro para sustentar as necessidades essenciais da vida e ter uma qualidade de vida como: acesso à moradia, saúde, alimento, estudos, conforto, segurança, bons meios de transporte, possibilidades de acesso a cursos de aprimoramento, diversões... 

Uma das causas, porém, do consumismo desenfreado é a nossa necessidade de ganhar mais, de ter mais posses, mais bens materiais do que os vizinhos ou amigos, numa competição nada saudável. É como se o nosso valor estivesse totalmente atrelado ao que possuímos, à fama, ao que ostentamos... 

Essa busca costuma trazer muita ansiedade, estresse, problemas sociais, dificuldades de relacionamentos familiares e amorosos, pois vivemos na correria para adquirir cada vez mais, atropelando muitas vezes os que estão à nossa frente. 
 
Aquilo que fazemos para ganhar a vida é diferente daquilo que fazemos para ter uma vida. Trabalhamos pelo sustento, porém para fazer uma vida devemos amar, nos conectar, servir a um propósito e encontrar um real significado.

Na verdade, dinheiro algum será capaz de fazer recuperar o tempo perdido e mal utilizado por nós. Quando o dinheiro vira sinônimo de amor, a vida torna-se uma grande confusão. Ele seduz porque alimenta a ilusão de suprir as faltas e as necessidades emocionais, de estar a salvo de contratempos da vida , de ser possível aumentar de verdade a nossa autoestima e de tentar cobrir um grande vazio afetivo. Sabemos, porém, que nada substitui o afeto. 
 
A maneira de dar, receber, gastar ou acumular dinheiro revela frustrações emocionais que se arrastam desde a nossa infância. O dinheiro assume uma função de expressão de força, de poder, para compensar a nossa fragilidade interna e nossas inseguranças. Precisamos valorizar tudo aquilo que possuímos, e não só os bens materiais.

Na realidade, precisamos descobrir outros valores, que de verdade tragam mais autoconfiança, segurança e satisfação interna. É com a nossa saúde psíquica e física, bons relacionamentos familiares e sociais, qualidade de trabalho, uma tranquilidade financeira ( sem necessidade de luxo e riqueza ), que podemos conquistar uma vida mais plena e mais feliz. 

Vamos administrar melhor o nosso tempo, procurando utilizá-lo da forma mais saudável sem esquecer as nossas reais prioridades, visando uma boa qualidade de vida e uma vida mais prazerosa.

Quando somos, ficamos mais felizes do que quando temos, além de que o SER não se acaba com o tempo, é eterno, mas o TER pode terminar a qualquer momento. Vamos correr atrás do SER: ser gente, ser íntegro, ser amigo, amar e ser amado, ser solidário..., pois assim teremos mais paz e felicidade.

MARCIA TIBURI - As pessoas têm medo de falar o que pensam

 A Luana Piovani era uma bobinha do mal. 
A Maitê Proença é a Luana Piovani vezes dois. 
A Betty Lago era divertida, mas uma bobalhona.

Marcia Tiburi senta a pua no que identifica como males de nossos tempos: o pavor generalizado de dar opinião, a caretice moralista. Sua participação no programa Saia Justa resultou em livro sobre experiência e hiperexposição na mídia.

Gaúcha, a filósofa Marcia Tiburi é discreta e calma, dedicada aos amigos e à filha adolescente, Maria Luiza. Quando não está escrevendo ou pintando em casa, divide seu tempo entre palestras Brasil afora com as aulas na Universidade Mackenzie, em São Paulo, onde é professora do programa de pós-graduação em arte, educação e história da cultura.

Mas favor não confundir esse perfil centrado com uma personalidade anódina, insossinha. Marcia se transformou em uma filósofa pop, capaz de atrair audiências maiores do que seu nicho de atuação, porque opina, mas opina mesmo. Já era assim em 2005, quando aceitou o convite do canal por assinatura GNT para participar do programa Saia Justa. "Foi tão maluco quanto alguém hoje me chamar para andar de skate ou aprender surfe", conta, divertindo-se. "Não tenho nenhum prazer em ver televisão, não gosto do barulho." Ela sacou que a empreitada podia ser importante e lá se foi. A experiência diante das câmeras e justo num programa com um quê testemunhal, em que as participantes vão dando opiniões e, de lambuja, falando de suas vidas durou cinco anos. Tempo suficiente para ela lapidar uma reflexão sobre o papel da TV na sociedade brasileira.

O resultado está no livro Olho de Vidro: A Televisão e o Estado de Exceção da Imagem (Record, 352 págs.), um estudo que vai da análise da experiência visual a questões como alienação e hiperexposição na mídia. Marcia afirma que o tempo de convivência com as outras participantes do programa a ajudou também a desenvolver uma concepção de feminismo "por solidariedade", como diz. "Percebi que as próprias mulheres denigrem as mulheres", afirma, emendando críticas às demais participantes. "Nem todo mundo ali sabia o que significava o debate. A Maitê Proença é a Luana Piovani vezes dois. Era insuportável. A Betty Lago era divertida, mas uma bobalhona", dispara.
Nesta entrevista, concedida em seu apartamento, no bairro de Higienópolis, em São Paulo, Marcia fala também sobre redes sociais e a "moralina", a droga da moral. "Estamos dopados", diz.

No livro, você fala muito da hiperexposição na TV. Como você lidou com ela nos cinco anos em que esteve no Saia Justa?
MARCIA TIBURI: Nunca tive problemas em falar o que penso, nem em falar da minha própria vida, porque as duas coisas, para mim, estão juntas. Não conto aspectos da minha vida íntima, mas ali, no programa, era uma exposição de ideias. E, às vezes, falo coisas com as quais as pessoas não concordam. No Saia Justa, em vários momentos, fui na contramão do senso comum. Eu sou muito na contramão do senso comum. As pessoas podem me acusar de ser do contra, mas porque elas só sabem dizer sim. Para não dar uma opinião, eu preciso ficar quieta. Se não a quiser, não me peça.

E como foi a experiência do debate no programa?
Eu não tinha o tempo necessário, pois ali era o tempo da televisão. E, apesar de ser uma ideia bacana, um programa de debate entre mulheres fica ainda mais confuso pior ainda quando essas mulheres não estão acostumadas ao debate. Com todo o respeito, nem todo mundo ali sabia o que isso significava. Era de lascar. Eu não queria que elas concordassem comigo, mas, pelo amor de Deus, que apresentassem um argumento válido! Ouça o argumento e coloque-se no lugar do outro para debater. Eu sou feita disso.

No fim, qual foi o resultado?
Participar do programa me deixou muito feminista, porque o grupo era muito conservador. Eu não era feminista e fui ficando cada vez mais, por uma necessidade de marcar um lugar de compreensão política do que significa ser mulher. No Saia Justa, percebi que as próprias mulheres denigrem as mulheres. Para mim, fazer isso foi uma questão de solidariedade. A Mônica [Waldvogel] também sacou isso. Mas as outras não tinham condição de entender o que estava se passando. A Luana Piovani era uma bobinha do mal. A Maitê Proença é a Luana Piovani vezes dois. Era insuportável. A Betty Lago era divertida, mas uma bobalhona.

Como é esse feminismo?
Eu sou livre em tudo, mas existem muitas mulheres que não são. E agora só sou livre porque durante anos mulheres lutaram pela liberdade que me cabe agora. As mulheres hoje precisam entender o universo político onde estão inseridas. O bom feminismo é lucidez pelas relações políticas que envolvem a humanidade.

O tempo é uma questão importante para a mulher?
Muito. Acho que é muito difícil, para uma mulher casada, com filhos e que não tenha um marido rico, fazer tudo ao mesmo tempo. As mulheres, historicamente, sempre foram pura doação. Daí o sentimento de culpa. A culpa vem de achar que devíamos alguma coisa. É uma obrigação. A sociedade joga isso o tempo todo: Vai casar?; Vai ter filhos?; Está trabalhando?. Aí é complicado. O tempo é o grande capital. Temos que nos tornar donas do nosso próprio tempo. E, a partir daí, saber fazer escolhas, pois seremos cobradas.

É assim para você?
Sim, pois sou pai e mãe. Já casei duas vezes. Um dos maridos disse que o meu feminismo prejudicava a nossa relação. O outro, como eu era muito ocupada, nem sabia que eu existia. E durou exatamente por isso. Hoje, o cara vem choramingando. Alguma coisa se inverteu. Não eram as mulheres que chamavam os caras de insensíveis? Eles reclamam e eu penso: O que está faltando? Não fiz ovos mexidos para você no café da manhã? Não lustrei seu sapato? Não trouxe o jornal? O que está faltando?. Eu não discuto relação, não consigo e não acho interessante. Adoro o debate, mas detesto papo DR. Eu durmo. O legal nos relacionamentos é ter ética. Significa ter respeito e autorrespeito.

As mulheres dizem estar mais exaustas, porém mais felizes
Elas ainda estão muito dependentes de um relacionamento amoroso convencional, um bom partido para casar. Por outro lado, vejo crescendo um sentimento de liberdade muito incomum. Um sentimento de vou viver a vida. Para mim, importa muito mais o meu projeto de vida, a minha carreira do que o relacionamento. Não tenho nenhum problema em acabar sozinha, titia, sem ninguém me querendo. Tudo bem, tenho coisas mais importantes para pensar.

Você costuma usar muito a expressão moralina. Estamos mais caretas?
Tirei essa expressão do Nietzsche, é a droga da moral. A cocaína moral é a moralina. O Brasil foi muito rico nos anos 70, havia uma efervescência radical de arte. Hoje, as pessoas estão muito conservadoras. Fiz um debate e as pessoas disseram que eu era muito corajosa. Por quê? Não tem milico na parada, não tem ninguém me proibindo de falar o que penso. Não vou ser cassada. A ditadura acabou e as pessoas continuam com medo de falar. Têm medo de que o outro vá fazer cara feia, de perder o espaço no jornal, o cliente, o convite para a festa. Nem entre amigos as pessoas têm coragem de dizer o que pensam. Parece que têm que viver agradando. A vida assim, sem autenticidade, vale a pena? Se eu não puder ser quem eu sou, valeu viver? Para mim, não. Já acho a vida e o mundo muito chatos. O que me machuca e dá dor existencial profunda, por exemplo, é ver jovem careta. Meninas jovens apregoando o casamento heterossexual, falando mal do aborto, criticando o corpo da amiga, fazendo fofoca.

Você acha que a presidente Dilma deveria, por exemplo, levantar a questão do aborto?
Não é fácil pisar com muita força nesse território. O Brasil é muito moralista, muito religioso, irreflexivo, e essa questão tem que ser tratada com delicadeza. Mas acho que vai avançar. O que lastimo é que a sociedade combine tanto com a política brasileira, que o governo seja tão corrupto assim como o povo. Que o povo seja moralista, dopado de moralina.

As redes sociais estão mudando as relações? Elas têm tanta influência na vida das pessoas?
Gosto das redes sociais como gosto da vida como ela está dada. Não acho a melhor coisa do mundo. Ter uma bicicleta é muito mais fascinante do que ter 5 mil amigos no Facebook. Tem muita coisa mais interessante do que essas redes, mas não acho que elas façam mal algum. As pessoas deveriam pensar no uso que fazem delas. Mais uma vez, o problema é a ausência de reflexão e o vazio do pensamento. Acho bacana a troca do Twitter, porque ele é muito curto, sem intimidade se você for trocar alguma besteira, não vai render. O Facebook é mais cínico. Eu aceito todo mundo nas redes, porque nelas ninguém é meu amigo. A terminologia amigo é muito cínica e perigosa, como se a pessoa fosse construir alguma relação ali. Complicado é achar que vai resolver alguma questão de ordem pessoal.

Mudou o conceito de privacidade?
A gente invadiu a privacidade, e ela está sendo demolida. Mas claro que ela se refaz. Para a privacidade poder existir, é preciso ter uma zona de segredo, algo que eu não possa exibir. Seria amedrontador um mundo onde fosse possível expor tudo. Confio muito na força da intimidade, da privacidade, do caráter secreto da vida. Não é tão fácil devassar isso. Por outro lado, existe o esforço de tornar isso uma mercadoria. Essa mercadoria se constrói à base do desespero das pessoas e todo desespero tem a ver com a solidão que sentimos. Por isso, elas ficam loucas para namorar, para casar, para ter amigos no Facebook, para ter seguidores, pois não suportam a natural solidão que todos nós temos. Podemos ter amigos, namorados, maridos, mas é bom lembrarmos que estamos sozinhos. Encontramos pessoas que combinam, compreendem e acolhem a solidão, e aí podemos partilhar a solidão um do outro.

Quando se fala em TV e internet, a palavra chave é distância. Por que as pessoas estão tão preocupadas em diminuir as distâncias?
Acreditamos que, eliminando a distância com o outro, estamos próximos de alguém. Essa loucura em busca de encurtar as distâncias é uma busca a fundo perdido. É uma esquizofrenia, uma histeria. O fato é que esse tipo de construção nunca me coloca em um confronto direto com o outro. Quem é o outro com quem terei um confronto radical? É meu colega de trabalho, meu parente, meu vizinho, o mendigo da rua. Esse outro é apavorante. É melhor ter um amigo na Noruega com quem eu falo no Skype do que ter que enfrentar meu filho ou o mendigo da rua.

MARKETING PESSOAL: O SEGREDO DO SUCESSO PROFISSIONAL - Letícia Murta

O marketing é amplamente usado pelas empresas para lançar produtos e alavancar vendas, mas você sabia que essa poderosa ferramenta pode ser usada para auxiliar na sua vida profissional? As estratégias de marketing auxiliam na visibilidade e possibilitam que você se destaque na sua carreira.

A boa imagem faz toda a diferença em qualquer profissão e para alcançar o sucesso, apenas o conhecimento e as habilidades não são suficientes. Para ter destaque profissional, você precisa usar elementos que favoreçam a sua imagem e faça com que você seja lembrado.

A autopromoção no trabalho passa pela construção de uma imagem de entusiasmo. As empresas destacam a paixão pela profissão como uma das características principais para o bom desempenho profissional. Portanto, busque dar o melhor de si para a empresa que representa. Você precisa se sentir bem para exercer bem sua função, atuando com paixão você conseguirá bons resultados.

Aspectos como organização, disciplina, pontualidade e compromisso são fundamentais para sua ascensão profissional, no entanto, empenhar sua energia dentro de sua atuação vai fazer toda a diferença. Cumprir prazos e metas faz parte de suas funções, mas surpreender indo além das expectativas é o que as empresas esperam. Certamente esse tipo de atitude positiva pesará para que receba uma promoção ou um aumento salarial.

O marketing pessoal inclui também o bom relacionamento interpessoal. Claro que em todos os empregos sempre existem pessoas diferentes da maneira como achamos que é a correta de ser, mas, mesmo com esses, é preciso ter jogo de cintura e saber conviver. O bom relacionamento não significa que você deva ser amigo de todos, mas que saiba dialogar e, principalmente, atuar em equipe quando a função exigir.

Um ótimo profissional pode ser prejudicado se não tiver o poder de se comunicar com todos os tipos de pessoas. Trate seus colegas, superiores e fornecedores com muito respeito e aprenda a ouvir pontos de vista diferentes. Mesmo que exista divergência de opinião, saiba administrá-las para manter os relacionamentos equilibrados.

O bom humor é um ponto fundamental para que você seja lista como um profissional bem visto pela empresa. Ninguém gosta de pessoas ranzinzas e que reclamam de tudo. Preste atenção em seu comportamento dentro do local de trabalho e invista no marketing pessoal para atrair bons olhares e conseguir alcançar o sucesso profissional.

A LUZ DOS OLHOS TEUS - Miguel Falabella

A lembrança dos teus olhos gosta 
de me pregar peças e me deixar atordoado.

Achei que essa noite ela não viria, mas ela estava apenas tomando um ar, preparando o novo ataque. Fui ver Gal cantando o mestre Tom e, enquanto aquele cristal de voz ia se instalando no meu coração urbano, trazendo todas as melodias, eis que ela chega, imperiosa, essa tua lembrança de olhos molhados. 

Depois que ela se infiltra, nada mais posso fazer, a não ser ficar quieto, respirando aqui e ali, enquanto ela desfila na passarela dos meus sonhos - e esses teus olhos trazem tanta coisa junto, que as imagens vêm chegando e vão se embaralhando, sem que eu possa impedir: é uma cor de mar depois da chuva, um verde que já nem é verde, mas que às vezes surpreende e me aprisiona no fogo da esmeralda, aquele brilho no coração da pedra. 

No meio da mata adormecida, que são esses teus olhos, surgem cidades inesperadas - os telhados de Praga, brilhando num sol tímido de inverno; Berlim aprisionada na onda de frio é vista do alto, talvez a visão do pelicano que ficou seu amigo, no zoológico de Amsterdam (não sei se eu cheguei a te dizer, algum dia, mas zoológico, prá mim, sempre foi um lugar muito triste. 

Não gosto do silêncio dos zoológicos). No meio de tanta cidade brotada do nada, fico eu, como quem está perdido, em busca de uma condução. Mas são coisas da vida e o grande segredo, como já nos ensinou Cecília Meireles é aprender com as primaveras a deixar-se cortar e a voltar sempre inteiro.

Agora é muito cedo ainda, ou muito tarde, e São Paulo dorme, embrulhada numa névoa cinzenta. Daqui a pouco, eu vou rasgar essa nuvem e voar para o Rio e já sei que esses teus olhos vão pousar comigo na pista do Santos Dumont. 

Por falar nele, eu soube outro dia que foi ele quem inventou o relógio de pulso, uma maneira simples de contar as horas na amplidão dos céus – porque estamos sempre contando as horas, não é mesmo? Eu conto cada momento, até entrar nos teus mistérios.

Gal voltou a cantar no meu coração. Fechei os olhos e lá veio a música, braços abertos sobre a Guanabara. Estou morrendo de saudades – uma saudade de cheiro, uma saudade de mato, aquele pedaço de verde que você trouxe e arranjou sobre uma pedra. Nesse dia você sorria muito, eu lembro. Tou com saudade do teu sorriso. Aquele que não me foi ofertado, mas que está no porta-retrato na frente da minha cama. 

Acordo e lá está você, a cabeça jogada de lado, num abandono de felicidade. Tou querendo tanto que você me oferte um sorriso, não deve ser tão difícil assim, não é? Mesmo porque eu quero sempre te dar o meu melhor sorriso (e você nunca está realmente bem vestido sem um sorriso, já dizia o homem do programa de rádio, naquele musical sobre a pequena órfã Annie, que assistimos em Londres. Você se emocionou no final e nós ficamos rindo, lembra? Pois é isso aí).

Estou usando o espaço da crônica prá te pedir um sorriso (os leitores são amigos e cúmplices e vão entender meu desvario). Tremo só de pensar que você pode se esquecer de ler minha página na quinta-feira, ou que o tempo acabe apagando a minha lembrança – não a pública que, vez ou outra, vai cruzar seu caminho numa foto de revista, ou numa nota de jornal, mas a lembrança do homem que sente saudades de você e que queria sentir outra vez o teu perfume e mergulhar na lagoa agitada dos teus olhos. 

Porque eles andam atrás de mim, não tenha dúvida, assombram a minha noite e ajudam a empurrar o carro do sol, quando nasce o dia.

Pode ser que tudo o que você tenha a me oferecer seja mesmo esse sorriso de encomenda. Se for esse o caso, eu vou guardá-lo na gaveta dos guardados e esperar que o tempo se encarregue do resto. Vai ficar lá, esse teu sorriso, voando sobre os telhados de Praga e os cristais da Boêmia, puríssimo e raro, como a voz de Gal cortando a noite e, vez ou outra, eu dou uma espiada e mato um pouco da saudade que me aperta. 

Mas há uma hora na vida em que a gente precisa ser adulto e olhar as coisas de frente, porque todas as palavras já foram atiradas para o alto e, se não caíram no lugar certo, foi por erro de cálculo e não por falta de vontade – tudo o que eu queria fazer era poesia, acredite.

Por falar em poesia, tenho lido coisas bonitas aqui e ali, tenho saído pouco, tenho tentado rir com amigos e tento descobrir com Ele que traçado é esse de linhas tortas, para escrever direito uma história que deveria ser de amor e só de amor, mas que toma rumos estranhos, assim de repente, contra a minha vontade, contra a sua vontade, como se outras vozes falassem por nós.

Estou escrevendo essa crônica fantasiada de missiva, porque os dias estão correndo cada vez mais rápidos e o século vinte vai se despedindo. Talvez você também queira se despedir, eu não sei. 

Mas sei que a lembrança dos teus olhos não me deixa quieto, mexe comigo, faz a minh’alma rebentar em flor, como a do poeta, e me acena de longe com a possibilidade de dias felizes.

Eu penso em você.

Se puder, dá uma ligada uma hora dessas. É sempre uma alegria ouvir a tua voz e, pelo que andei assuntando nos livros da vida, a isto se chama amor.
Um beijo. 
Miguel

MARCIA TIBURI - A felicidade é coletiva

A filosofia nasceu na Grécia como metafísica, a busca pelo princípio de todas as coisas ou pelo significado mais fundamental da existência. Na seqüência a ética apareceu quando os filósofos começaram a se ocupar da questão da vida humana. Ethos, raiz da palavra ética, era o termo usado pelos gregos para definir o modo como as pessoas viviam e conviviam. Hoje em dia usamos a palavra “comportamento” com o mesmo objetivo, para explicar como agimos junto com os outros, como seres que interagem e coabitam. A questão da ética define, portanto, sempre o modo da relação que se tem com o outro.

Aristóteles foi o primeiro filósofo importante que refletiu sobre a ética. Para o autor do clássico Ética a Nicômaco, o maior problema da ética era a felicidade. Ética era a forma de vida que levava à felicidade. A busca da felicidade dava o sentido da vida humana em sua dimensão pessoal e coletiva. A polis, de onde vem a palavra política, dependia da ética. E se falar em ética era falar em felicidade, a felicidade como parte da ética tinha um cunho político. Isso é o que nós perdemos de vista em nossos dias.

A ética e a virtude
Naquele tempo, justamente por ser “sabedoria prática”, sabedoria aplicada à ação, a ética dependia de uma teoria da virtude, ou seja, de uma sabedoria que explicasse como o ser humano poderia fazer-se excelente, o que para os gregos significava ser civilizado, bom, belo, rico, culto, corajoso e livre, e, sobretudo, filósofo. Por que ser filósofo? Porque o filósofo era aquele que buscava a sabedoria, procurava as respostas melhores, e, principalmente, se esforçava por propor as perguntas certas para as questões da vida. O filósofo era o pensador livre e responsável, apto a buscar o sentido passado e presente das coisas e o rumo futuro de sua própria vida como ser pensante diante da sociedade onde vivia.

A felicidade representava na obra de Aristóteles muito mais do que apenas uma sensação própria a um indivíduo voltado para a alegria ou os prazeres. Não queria dizer bem-estar pessoal, nem qualidade de vida, não queria dizer apenar ter saúde ou bens, nem realização profissional, nem estar em paz consigo mesmo e com os que vivem ao seu redor, traços do que tratamos como felicidade que – para além da mera satisfação com mercadorias e bens - podem ser compreendidos e desejados por todos nós. Antes a felicidade era a máxima virtude. Um modo de ser humano, sem almejar ser divino, nem deixar-se ser mero animal.

Não podemos, é óbvio, pensar que a felicidade tal com ao concebia Aristóteles nos serve hoje. A felicidade só pode ser pensada com base na sua evolução histórica. Havia, porém, aquele aspecto da felicidade que não levamos em conta em nossos dias e que precisa ser recuperado. É preciso lembrar que a felicidade era, em Aristóteles, um ideal ético da vida. A vida ética era a vida justa, boa, corretamente vivida por um cidadão, alguém que sabia de seu papel na sociedade, que ao pensar em si levava em conta o todo: família, amigos, sociedade, natureza.

Aristóteles chamava a felicidade de eudaimonia. Palavra que continha o termo daimon, espécie de espírito interior, guardião da intimidade, do valor pessoal de cada um. Este ideal de felicidade era diferente do que apareceu depois com Epicuro, o filósofo da escola do Jardim, que tratou a felicidade como hedonismo. Hedoné era a palavra grega para significar o prazer. Não o mero prazer da carne, mas também o do espírito. Para Aristóteles, porém, a felicidade tinha uma relação maior com a justiça. Para ambos, a felicidade dependia de uma realização espiritual, mas também material que excluía miséria e violência.

A felicidade como conflito
Com o passar dos séculos os seres humanos permaneceram em conflito com o ideal de felicidade. Apenas no século XVIII Kant, formulando uma ética revolucionária que abandonou a tutela da igreja, pretendeu valorizar a liberdade e a dignidade humanas. Kant via a sociedade submetida à ignorância e à superstição e acreditava que a ética só poderia surgir pela confiança no potencial racional do humano. Acreditava que o pensamento reflexivo, filosófico libertaria o humano da escuridão da ação impensada. Talvez a felicidade tenha se tornado um ideal difícil demais diante dos limites humanos que envolveram, mais tarde, a descoberta do inconsciente e que há mais que nossa vontade por trás de nossas ações.

Kant disse que o máximo que o homem poderia esperar era ser digno de ser feliz e não realmente feliz. Hoje, uns acham, como Kant, a felicidade impossível, outros tratam-na como algo banal, mera realização de prazeres pessoais. O desentendimento quanto à felicidade apenas mostra que ela não está bem situada como conceito dentro de nossas vidas. Apenas aqueles que puderem pensá-la como potência ética, como algo que se constrói na fusão da vida pessoal com a vida pública é que podem continuar falando de felicidade. Antes de ser feliz devo perguntar se posso ser ético. Será mais fácil ser feliz.

MULHERES ESPIRITUALIZADAS FAZEM SEXO COM MAIS FREQÜÊNCIA

Uma nova pesquisa realizada nos Estados Unidos mostra que a espiritualidade tem uma grande influência sobre a vida sexual de jovens adultos, principalmente mulheres. O fator se mostrou mais importante que a religiosidade, a impulsividade e o álcool.

O estudo, realizado na Universidade de Kentucky, foi feito através de um questionário com 353 alunos – sendo que 215 eram mulheres. O questionário perguntava sobre os hábitos dos alunos quanto ao uso de álcool, a impulsividade, a religiosidade e espiritualidade e práticas sexuais.

Os resultados mostram que as mulheres com maiores níveis de espiritualidade fazem sexo com mais freqüência, mas a espiritualidade não tem o mesmo efeito sobre os homens. De acordo com Jessica Burris, co-autora do estudo, os homens mais espirituais podem fazer menos sexo porque é comum que eles não vejam o sexo como uma porta para a intimidade emocional.

Já para as mulheres, a espiritualidade foi a razão mais comum para um maior número de parceiros sexuais, freqüência de relações e a tendência de fazer sexo sem proteção. Segundo os autores, a espiritualidade pode ser vista quase como um fator de risco para as mulheres jovens.

Segundo Burris, as qualidades da espiritualidade que afetam a sexualidade são a conectividade com outras pessoas, a universalidade e a realização de preces. Porém, é a conectividade que tem o papel mais importante sobre a sexualidade feminina: “A crença de que existe uma relação íntima com outros humanos e que essa conexão e harmonia são indispensáveis podem levar a mulher a acreditar que a intimidade sexual possui algum tipo de qualidade transcendental”.

Porém, é mesmo a espiritualidade que torna as mulheres mais sexuais ou ela simplesmente implica em uma mentalidade mais aberta, que se manifesta através do sexo? A pesquisadora acredita que é a primeira opção: “Embora a espiritualidade possa estar relacionada com outras variáveis que mostram relacionamentos semelhantes com a sexualidade e práticas sexuais, o que observamos não pode, na minha opinião, ser explicado por outras variáveis”, diz.
Por Alessandra Nogueira [Live Science]

CÉREBRO TENDE A DAR MAIS PESO PARA NOTÍCIAS BOAS

Nós temos uma tendência a dar mais peso a notícias boas do que a ruins – e agora cientistas descobriram qual é a parte do nosso cérebro responsável por esse “otimismo”.

Em estudo recente, um grupo de pesquisadores da Universidade College London (Inglaterra) reuniu 30 voluntários e estimulou regiões específicas de seus cérebros para investigar como elas afetavam suas atitude diante de possibilidades boas ou ruins.

Por meio de estimulação magnética transcraniana, a equipe “desligou” temporariamente regiões cerebrais específicas (os giros inferiores frontais esquerdo e direito) dos voluntários e perguntaram a eles sobre as chances de passarem por situações ruins (como ser assaltados ou descobrir que têm uma doença terminal) no futuro. Pouco depois, os pesquisadores interferiram em outras regiões cerebrais e refizeram as perguntas. Resultado: aqueles que tiveram o giro frontal inferior esquerdo “desligado” deram respostas muito menos otimistas.

Pela primeira vez, cientistas e psicólogos conseguiram evidências concretas de que essa é a região cerebral que nos faz lembrar de coisas boas com mais intensidade (e encarar o futuro com mais otimismo). Curiosamente, 40% daqueles que tiveram a estrutura temporariamente desativada ainda demonstraram certo otimismo (embora muito menor do que o dos outros participantes), sugerindo que algumas pessoas têm mais facilidade em dar peso maior a ideias e possibilidades boas.

Os resultados do estudo devem abrir novos caminhos para pesquisas sobre comportamento e, em especial, sobre depressão – afinal, pessoas com depressão têm maior dificuldade em reforçar “coisas boas”, e entender melhor o mecanismo por trás do fenômeno pode dar base a tratamentos mais eficazes.
Por Guilherme de Souza

CÉREBROS DE HOMENS E MULHERES REAGEM DIFERENTE AO ESTRESSE

Os psicólogos já têm anotado por muito tempo que o estresse afeta homens e mulheres de forma diferente. As mulheres tendem a buscar apoio social, enquanto os homens são mais propensos a se retirar.

Agora, um novo estudo afirmou que existe mesmo uma diferença quanto ao estresse em homens e mulheres. Os pesquisadores estavam estudando como o estresse afeta os processos cognitivos nas pessoas e descobriram diferenças de tensão entre os sexos. Segundo eles, essas diferenças não aparecem a menos que as pessoas estejam estressadas.

A pesquisa pode representar uma base neurológica para a descoberta de que as mulheres tendem a ser mais enfáticas do que os homens. Os pesquisadores não sabem exatamente porque essas diferenças ocorrem, mas um dos motivos pode ser a interação dos hormônios sexuais com os hormônios do estresse.

Para saber se as diferenças no cérebro dos sexos influenciam seu comportamento, os pesquisadores se focaram na amígdala, uma estrutura do tamanho de uma amêndoa enterrada nas profundezas do cérebro, que ajuda a processar estímulos de medo, como a cara de raiva.

Os pesquisadores também analisaram a ínsula, outra estrutura cerebral profunda, que ajuda na empatia, e o pólo temporal, uma área do cérebro escondida atrás das orelhas envolvida com a compreensão do estado de espírito de outra pessoa.

Eles mediram os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, a partir de amostras de saliva coletadas dos 47 voluntários. Em seguida, metade dos homens e metade das mulheres foram convidados a mergulhar as mãos em água gelada por cerca de três minutos, enquanto outros mergulharam as mãos em água morna.

Ambos os grupos, em seguida, tiveram seus cérebros escaneados usando ressonância magnética funcional, que mede o fluxo sanguíneo em áreas diferentes do cérebro. Os participantes concluíram algumas tarefas não relacionadas com o estudo antes de dar outra amostra de saliva. Depois disso, os pesquisadores continuaram a examinar o cérebro dos participantes enquanto os faziam assistir imagens de 160 rostos, 80 irritados e 80 neutros.

Os homens e mulheres que colocaram a mão em água gelada ficaram igualmente estressados pela experiência, a julgar pelos seus níveis de cortisol. Mas o estresse afetou seus cérebros de forma muito diferente.

Quando os homens estressados olharam faces neutras ou com raiva, seus cérebros mostraram uma diminuição na atividade na área fusiforme facial, que contribui com o reconhecimento facial. O sinal medido em seu FFA foi de cerca de 0,75%, em comparação com quase 1,5% dos homens da água quente. As mulheres estressadas, pelo contrário, pareciam mais afinadas com o reconhecimento de expressões faciais. Seu sinal FFA mediu quase 1,5%, em comparação com 0,75% das mulheres relaxadas.

Os pesquisadores também observaram uma correlação hormonal: quanto maior o nível de testosterona, menor será a atividade de FFA quando se está estressado. Eles não encontraram flutuações comparáveis com base nos níveis de estrogênio. A descoberta apóia a teoria de que os hormônios podem estar na raiz das diferenças de resposta ao estresse.

As interações entre as áreas de processamento de emoção também diferem por gênero. Os pesquisadores analisaram uma medida chamada conectividade funcional, e descobriram que os homens apresentaram menos conectividade funcional entre essas áreas quando estão estressados do que as mulheres.

Parece que quando as mulheres estão estressadas, as áreas sociais e emocionais do seu cérebro entram em alerta, talvez refletindo uma tendência a aproximação, a procura de apoio social. As mesmas áreas no cérebro dos homens parecem se separar, se soltar.

Os pesquisadores não sabem se estas diferenças são inatas do cérebro ou um produto da socialização, então eles ainda não podem dizer se a atividade diminuída no cérebro dos homens quer dizer que eles realmente tornam-se menos engajados e empáticos quando estão estressados, ou se compensam de alguma outra forma. No entanto, outros estudos não encontraram diferenças de gênero na forma como homens e mulheres agem quando estão estressados.
Por Natasha Romanzoti [LiveScience]

DÁ PARA CONCILIAR TRABALHO E AMOR? - Solange Bittencourt Quintanilha

Os conflitos dos relacionamentos na busca do equilíbrio da vida profissional com a vida pessoal são mais comuns do que se imagina, porque não é nada fácil encontrar esse ponto ideal. É um novo momento, um novo arranjo familiar, onde marido e mulher trabalham correndo atrás da sobrevivência.

No passado, as mulheres desejaram e lutaram para adquirir também uma realização profissional, mas hoje, sentem o quanto é difícil dar conta de tantas exigências e atribuições: casa, trabalho, marido e filhos...

Muitas pensam em desistir ou desistem da profissão por pressão dos seus companheiros. É uma atitude que deve ser bem pensada, pois além da possibilidade de elas vivenciarem uma frustração futura, isso pode afetar bastante o relacionamento. Elas podem sentir mágoas e raiva do seu companheiro, além de responsabilizá-lo amanhã por terem abandonado seus anseios. Na verdade, nenhuma relação tende a dar certo mediante imposições.

Vivemos em tempos de mudanças rápidas, de dinamismo, aceleração, informação em excesso, cortes e enxugamentos nas empresas em nome da competitividade, tantos estímulos digitais... Isso não mudará.

Precisamos lembrar que “o mundo não vai acabar hoje” e não devemos permitir que a ansiedade em relação ao trabalho, sufoque os outros aspectos também tão vitais na nossa vida.

Algumas profissões exigem uma dedicação tão grande, que o tempo fica muito curto para se poder dedicar a outras atividades. O sucesso exige quase sempre uma jornada mais intensa, diminuindo o tempo de convívio do casal e muitas vezes comprometendo a qualidade da vida a dois.

Além de o fator tempo trazer a questão do quanto um tem de disponibilidade para o outro, alguns sentimentos podem surgir, como ciúmes, inveja, competições...

Se procurarmos ver dentro de nós, com toda sinceridade ,que sentimentos prejudiciais estamos experimentando, teremos mais chance de refletir sobre eles e tentar evitar tomar alguma atitude por impulso, que poderíamos nos arrepender depois.

Somos incentivados a traçar planos de carreira, mas não nos ensinaram a traçar planos de vida. Vamos colocar nossos desejos profissionais e pessoais numa balança, e avaliar as nossas reais prioridades.

É importante que não deixemos de lado nossa afetividade, carinho, cuidado um com o outro, já que o amor tem muita importância para todos nós. Devemos cuidar das nossas necessidades, e permitir que nosso par conheça tudo aquilo que é importante para nós, ao invés de nos colocarmos numa posição de que o outro tem que adivinhar.

Encontrar tempo nas nossas agendas e usar nossas energias para namorar, brincar, ter prazer. Além disso, quem tem vida pessoal, vida amorosa e sexual, produz melhor profissionalmente.

Em vez da disputa, da competição, do tipo, quem ganha mais, qual é o trabalho mais importante, vamos ser parceiros, juntando forças, sonhos, ideias de como viver melhor. Vamos criar um vínculo com muita cumplicidade, de modo que um também incentive e colabore com a carreira do outro. Demonstrar admiração é um instrumento que propicia muita união num casal.

Quem ama verdadeiramente quer que o parceiro evolua e, naturalmente, compartilhe suas vitórias.

Se formos empáticos, ou seja, se nos colocarmos no lugar do outro, fica muito mais fácil acertar e fazer acordos.

Pode não ser fácil, mas se quisermos, podemos procurar equilibrar carreira e amor, pois ambos são importantes para a nossa realização plena.

IVAN MARTINS - A fila anda

Os tempos do abuso sentimental acabaram

Quem me apresentou à expressão foi Fábio Júnior, o cantor. Ele tinha acabado um casamento relâmpago de artista e sua explicação chegou aos jornais com franqueza desconcertante: “A fila andou”. Por alguns segundos eu não entendi, depois fiquei passado. Como alguém diz uma grosseria dessas? E a consideração pela outra pessoa, não existe?

Isso faz tempo. Desde então, a expressão se banalizou. Toda mundo fala e todo mundo escreve. Só nos últimos dias, deparei com “a fila anda” na capa de uma revista e numa propaganda de perfume. A metáfora pegou e parece que vai ficar no nosso vocabulário e no nosso comportamento: as filas andam mesmo, de forma cada vez mais rápida. Ninguém quer ficar parado.

Antes de continuar, uma confissão: eu tenho dificuldade com esse tipo de andamento. Para mim a fila anda bem devagarzinho, quando anda. Às vezes fica parada por muitos anos, e é bom assim. Dá tempo de conversar, relaxar, ser feliz. Ficar sozinho, sem fila nenhuma, é meio aflitivo, mas acontece – e de vez em quando é necessário. Se você corre de uma fila para outra, ou fica preocupado em manter cheia a sua fila, acaba entediado ou perdido ou meio desesperado. Para mim não serve.

Apesar disso, reconheço virtudes na ideia de que a fila anda.

A primeira é lembrar a mim, a você e a todo mundo que os tempos do abuso sentimental acabaram. Se você não tratar as pessoas direito, elas irão embora. É simples assim. Todos têm opções e contam com o amparo das leis e dos costumes para procurar o melhor para si mesmo. A oferta afetiva é enorme. Em toda parte há gente disponível e atraente, de todos os tipos e de todas as idades. Saber que a fila anda ajuda a prestar atenção na pessoa ao nosso lado. Quem gosta cuida, diz o clichê. Mais do que nunca ele está certo.

Outra coisa positiva na expressão “a fila anda” é que ela nos põe de frente com um aspecto inevitável da realidade: a transitoriedade de boa parte das relações. A depender da nossa idade ou do meio em que a gente vive, a fila vai andar mesmo, o tempo todo, goste-se ou não. Faz parte. Quando a gente é adolescente, acha que o primeiro amor vai durar a vida toda. Não dura. O mesmo acontece na juventude. A gente se apaixona, se desapaixona, dispensa, é dispensado, sofre, faz sofrer. A fila anda da mesma forma que a vida anda – até que algo importante a faça parar. O que há de errado nisso? Nada.

Mas há na nossa cultura sentimental um componente masoquista que não combina com a simplicidade da fila que anda. Temos a expectativa equivocada de que todas as emoções serão eternas. Quando as coisas acabam, nos despedaçamos. Em vez de olhar para frente e tentar recomeçar, nos achamos no direito de empacar, insistir, implorar, perseguir. Temos a vocação do melodrama. A dor inevitável das rupturas é ampliada pela sensação de injustiça. Nos achamos vítimas do outro, e há um prazer medonho em sentir-se assim.

Tem gente que acha isso natural, eu acho que é aprendido. Acho que de alguma forma dizemos para as nossas crianças que amor é para sempre e que o fim de uma paixão equivale ao fim do mundo. As músicas dizem isso, as novelas sugerem isso. Há uma indústria cultural gigantesca que se alimenta da dor de cotovelo e da sensação de abandono. A troca de parceiros e a experimentação da juventude, que poderiam ser celebradas como bons momentos da vida, viram uma preparação angustiada para o compromisso, a busca apressada do verdadeiro amor, um breve período de promiscuidade que antecede a escolha definitiva.

Por trás da nossa atitude descolada, há expectativas que não são modernas nem liberais. Por isso nos apegamos a quem nos tiraniza (“ele me ama”) e desabamos quando a fila anda. Por isso queremos morrer. É claro que eu estou exagerando, mas não muito.

Nossa breguice sentimental, que é o oposto da “fila anda”, leva a situações esdrúxulas. Outro dia presenciei um amigo de 26 anos consolando um cara da idade dele que falava em se matar por ter sido deixado pela namorada... Onde ele aprendeu esse tipo de comportamento?

As pessoas não falam em se matar quando são reprovadas no vestibular ou demitidas de um emprego bacana, como acontece no Japão. Mas acham natural pensar essas bobagens depois de um pé na bunda. É isso que eu chamo de breguice - e não tem o menor cabimento.

Quando se considera isso tudo, não acho tão ruim dizer que “a fila anda”. A expressão pode denotar frieza e desrespeito pelos outros. Pode ser sinônimo de uma atitude egoísta e utilitária. Mas pode, também, sinalizar uma percepção saudável e corajosa das relações humanas.

A fila anda, a gente avança, lá na frente descobre coisas melhores. Sempre de cabeça erguida. Melhor do que ficar choramingando, né?

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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