FORMIGAS SÃO MAIS EFICIENTES EM BUSCA DO QUE O GOOGLE

Na busca por alimentos, formigas processam informações 
de modo mais eficiente do que o Google

Todos aprendemos desde pequenos que as formigas são prudentes, e que enquanto a cigarra canta e toca violão no verão, esses pequenos insetos trabalham para coletar alimento suficiente para todo o inverno. No entanto, segundo estudo publicado na revista Procedimentos da Academina Nacional de Ciências, elas não só são precavidas, mas também "muito mais eficientes que o próprio Google".

Para chegar a essa inusitada conclusão, cientistas chineses e alemães utilizaram algorítimos matemáticos que tentam enxergar ordem em um aparente cenário caótico ao criar complexas redes de informação. Em fórmulas e equações, descobriu-se que as formigas desenvolvem caminhos engenhosos para procurar alimentos, dividindo-se em grupos de "exploradoras" e "agregadoras".

Aquela formiga encontrada solitária que você encontra andando pela casa em um movimento aparentemente aleatório é, na verdade, a exploradora, que libera feromônios pelo caminho para que as agregadoras sigam o trajeto posteriormente com um maior contigente. Com base no primeiro trajeto, novas rotas mais curtas e eficientes são refinadas. Se o esforço for repetido persistentemente, a distância entre os insetos e a comida é drasticamente reduzida.

- Enquanto formigas solitários parecem andar em movimento caótico, elas rapidamente se tornam uma linha de formigas cruzando o chão em busca de alimento - explicou ao The Independent o co-autor do estudo, professor Jurgen Kurths.

Por isso, segundo Kurths, o processo de busca de um alimento realizado pelos insetos é "muito mais eficiente" do que a ferramenta de pesquisa do Google.


Os modelos matemáticos do estudo podem ser igualmente aplicados a outros movimentos coletivos de animais, inclusive em humanos. 

A ferramenta pode ser útil, por exemplo, para entender o comportamento das pessoas em redes sociais e até em ambientes de transporte público lotado.

PESQUISA MOSTRA COMO ENSINAR O CÉREBRO A SER MAIS AFETUOSO

‘Máquina de afeto’ pode ajudar a combater 
estresse, depressão e transtornos comportamentais

Uma breve passagem por um equipamento pode moldar o cérebro e nos tornar mais sociáveis, afetuosos e tolerantes. A experiência, ainda em estágio inicial, está sendo conduzida por pesquisadores do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), e ofereceria novos tratamentos para comportamentos antissociais e transtornos como depressão pós-parto.

Se o estudo for bem-sucedido, os desdobramentos influenciarão o modo como lidamos com situações estressantes ao nosso redor. A ativação das virtudes foi realizada com ajuda de exames de ressonância magnética funcional, em que os pesquisadores encontraram circuitos cerebrais ligados a emoções altruístas e à empatia.

O funcionamento da “máquina de afeto” baseou-se em dois pilares: o conhecimento sobre as bases neurais de sentimentos como ternura e afeição; e a capacidade tecnológica de mapear o cérebro em tempo real.

Três recordações
Na véspera do experimento, os pesquisadores pediram para que cada um dos 24 voluntários recordassem três situações que viveram. Um episódio de afeto — um encontro familiar, por exemplo. Outra experiência de orgulho e conquista pessoal, como uma promoção no trabalho. Por fim, um acontecimento neutro, que não desperta grandes emoções — talvez fazer compras em um supermercado.

Os participantes foram divididos em dois grupos. Metade recebeu informações de “neurofeedback”. Trata-se de uma técnica em que a pessoa visualiza a resposta gerada por suas funções cerebrais em tempo real.

Em uma tela de cristal líquido, dentro da sala de ressonância magnética, os participantes assistiram ao revezamento das palavras “neutro”, “afeto” e “orgulho”. Conforme elas apareciam, os voluntários deveriam recordar as situações correspondentes.

— Além das palavras, os participantes também viam uma argola, que se distorcia ou ficava mais perfeita, dependendo da nitidez de cada sentimento — explica Jorge Moll, neurocientista cognitivo do IDOR e autor principal de um estudo que descreveu a experiência na revista “PLOS One”. — O nível de distorção da argola estava relacionado à ativação, no cérebro, de cada emoção.

Os voluntários, então, eram estimulados a resgatar a memória afetiva. Após três sessões, cada uma com cerca de dez minutos, e realizadas no mesmo dia, demonstraram padrões cerebrais mais característicos de empatia.

O segundo grupo que passou pela máquina de ressonância magnética não recebeu um feedback da própria atividade cerebral.

— As palavras “neutro”, “afeto” e “orgulho” também apareciam na tela, mas a argola movia-se de forma aleatória — conta Moll. — Este grupo não demonstrou aumento na consistência dos padrões cerebrais de empatia.

Efeito na vida real
De acordo com Moll, o sentimento de empatia foi escolhido por ser uma emoção mais complexa e ativar simultaneamente diversas regiões do cérebro. No entanto, os efeitos do experimento fora da máquina de ressonância magnética ainda são desconhecidos.

— Esta tecnologia mostra como esculpir as respostas emocionais no próprio cérebro — revela o neurocientista. — O efeito fora da máquina não é conhecido, não sabemos como ele se refletiria na vida real. Mas o experimento abre uma porta, demonstrando que podemos adquirir controle sobre a atividade cerebral de sentimentos complexos.

A equipe do IDOR quer saber quantas sessões seriam necessárias para que uma pessoa pudesse desenvolver empatia de maneira mais consistente.

— Também vamos abordar outros estágios, como a possibilidade de redução da raiva ou de sentimentos de culpa inapropriados — ressalta Moll.

PAU E CIRCO - Nelson Motta

Após sete anos, das 167 intervenções urbanas prometidas, 
só 68 estão prontas e 88 atrasadas, e Lula explicou:
 ‘Vai levar alguns séculos para a gente virar uma Alemanha’

‘Macaco que muito mexe quer chumbo”  é um velho e sábio ditado mineiro sobre os perigos da superexposição e do exibicionismo, mas certamente nem passou pela cabeça de Lula e Ricardo Teixeira quando fizeram o diabo para trazer a Copa do Mundo para o Brasil, imaginando os benefícios políticos e comerciais e esquecendo os riscos e consequências de se colocar no centro das atenções do mundo como sede de um evento dessa grandeza. E veio chumbo grosso.

Recebidas como ofensas ao país, as críticas internacionais foram respondidas com bravatas grandiosas e apelos ao patriotismo paranoico, como se os estrangeiros só revelassem as mazelas e precariedades que estamos cansados de conhecer por maldade, inveja e má-fé, ou talvez por tenebrosas conspirações para atrapalhar a nossa Copa. É reserva de mercado: só nós podemos nos esculachar.

Mas, depois de sete anos, das 167 intervenções urbanas prometidas, só 68 estão prontas e 88 atrasadas, e Lula explicou tudo: “Vai levar alguns séculos para a gente virar uma Alemanha.”

O complexo de vira-latas também se caracteriza pela incapacidade de reconhecer erros, de responder a críticas e de tentar disfarçar o sentimento de inveja e inferioridade com a força bruta de hipérboles, bravatas e rosnados. Quando Nelson Rodrigues disse que a vitória na Copa de 1958 nos livrou do complexo de vira-latas, ao contrário de Dilma, não entendi que havíamos nos tornado cão de raça ou mesmo cachorro grande, mas que nos livrávamos do complexo porque nos assumíamos como vira-latas bons de bola.

Sim, a vira-latice étnica e cultural é uma de nossas características mais fortes, para o bem e para o mal, e isso não há Copa nem metáfora genial que mude. Nesse sentido, ninguém é mais vira-latas do que os americanos, que também são os cachorros grandes do mundo.

Outra expressão atual da vira-latice é a ostentação, como o novo estilo de funk que celebra a riqueza e o exibicionismo, com orgulho e sem vergonha. É a trilha sonora perfeita para o Brasil ostentação da propaganda oficial que nos mostra no melhor dos mundos e fazendo a Copa das Copas.


Macaco que muito mexe…

ARNALDO JABOR - A Copa da esperança e a Copa do medo

Meu avô chegou em casa chorando. As ruas estavam desertas e o silêncio era total. Isso, no dia 16 de julho de 1950, quando o Brasil perdeu para o Uruguai. Lembro de meu avô dizendo que só se ouviam os sapatos. Os chinelos, até pés descalços desciam as rampas do Maracanã e, vez por outra, alguém soluçava. Eu era pequeno e não entendia bem aquele desespero que excitava a criançada - ver adultos chorando! Muitos anos depois o Nelson Rodrigues me disse a mesma coisa: só os sapatos falavam. Mas por que isso aconteceu?

A guerra tinha acabado, a Fifa nos escolhera para a sede da Copa porque a Europa estava ainda muito combalida pela guerra. Tivemos de construir o Maracanã, que o prefeito Mendes de Morais inaugurou como se fosse o símbolo de um Brasil novo - o maior estádio do mundo. Getúlio Vargas já era candidato a presidente democraticamente eleito e tínhamos a sensação que deixaríamos de ser um país de vira-latas para um presente que nos apontava o futuro. O governo Dutra tinha gasto a maior parte de nossas altas reservas do pós-guerra em importações americanas. Inteiramente submisso ao desejo dos gringos, nos enchemos de produtos inúteis: meias de nylon, chicletes de bola, bolinhas de gude coloridas com que jogávamos, ioiôs, carros importados, o novo clima do cinema americano, dos musicais da Metro, o sonho de alegria e orgulho que pedimos emprestado aos Estados Unidos. Com ingênua esperança de modernidade, achávamos que nossa vez tinha chegado. E fomos ao jogo para ver nossa independência. Tínhamos certeza absoluta da vitória. Os jornais já fotografavam os jogadores do "scratch" como campeões invencíveis. Tínhamos ganho tudo. Apenas um empate com a Suíça, sete a um contra a Suécia, seis a um contra a "fúria" espanhola. O estádio estava cheio de ex-vira-latas, de ex-perdedores; como diria Nelson Rodrigues, todos éramos patrióticos granadeiros bigodudos e dragões da independência, Napoleões antes de Waterloo. Não queríamos apena uma vitória, mas a salvação. Só a taça aplacaria nossa impotência diante da eterna zona brasileira. Queríamos berrar ao mundo: "Viram? Nós somos maravilhosos!".

Precisando de somente um empate, a seleção brasileira abriu o marcador com Friaça aos dois minutos do segundo tempo, mas o Uruguai conseguiu a virada com gols de Schiaffino e Ghiggia. Claro que foi um terrível lance de azar, mas, para nós, o mundo acabou. No estádio mudo, sentia-se a respiração custosa de 200 mil pessoas. Ouvia-se a dor. Foi uma mutação no País.

Não estávamos preparados para perder! Essa era a verdade. E a certeza onipotente leva à desgraça. Traz a morte súbita, a guilhotina. Sem medo, ninguém ganha. Só o pavor ancestral cria uma tropa de javalis profissionais para o triunfo, só o pânico nos faz rezar e vencer, só Deus explica as vitórias esmagadoras, pois nenhum time vence sem a medalhinha no pescoço e sem ave-marias. Isso é o óbvio, mas foi ignorado. E quando o óbvio é desprezado, ficamos expostos ao sobrenatural, ao mistério do destino. Um amigo meu, já falecido, Paulo Perdigão, escreveu um livro essencial para entender o País naquela época - A Anatomia de Uma Derrota, em que ele cria uma frase que nos explicava em 50 e que nos explica até hoje: o Brasil seria outro país se tivéssemos ganho "aquela" Copa, "naquele" ano. "Talvez não tivesse havido a morte de Getúlio nem a ditadura militar. Foi uma derrota atribuída ao atraso do País e que reavivou o tradicional pessimismo da ideologia nacional: éramos inferiores por um destino ingrato. Tal certeza acarretou nos brasileiros a angústia de sentir que a nação tinha morrido no gramado do Maracanã..." E aí ele escreveu a frase rasgada de dor: "Nunca mais seremos campeões do mundo de 1950!".

Esta sentença nos persegue até hoje. Talvez nunca mais tenhamos o peito cheio de fé como naquele ano remoto.

Lá, sonhávamos com um futuro para o País. Agora, tentávamos limpar nosso presente. Somos hoje uma nação de humilhados e ofendidos, debaixo da chuva de mentiras políticas, violência e crimes sem punição. Descobrimos que o País é dominado por ladrões de galinha, por batedores de carteira e traficantes. E mais grave: a solidariedade natural, quase 'instintiva', das pessoas está acabando. Já há uma grande violência do povo contra si mesmo. Garotos decapitam outros numa prisão, ônibus são queimados por nada, meninas em fogo, presos massacrados, crianças assassinadas por pais e mães, uma revolta sem rumo, um rancor geral contra tudo. Repito: estamos vivendo uma mutação histórica.

Há uma africanização de nossa desgraça, com o perigo de ser irreversível. E não era assim - sempre vivemos o suspense e a esperança de que algo ia mudar para melhor.

Isso parece ter acabado. É possível que tenhamos caído de um 'terceiro mundo' para um "quarto mundo". O quarto mundo é a paralisação das possibilidades. Quem vai resolver o drama brasileiro? As informações criam apenas perplexidade e medo, mas como agir? Não há uma ideologia que dê conta do recado.

O mais claro sinal de que vivemos uma mutação histórica é esta Copa do Medo. Há o suspense de saber se haverá um vexame internacional que já nos ameaça. Será péssimo para tudo, para economia, transações políticas, se ficar visível com clareza sinistra nossa incompetência endêmica, secular. Nunca pensei em ver isso. O amor pelo futebol parecia-me indestrutível. O governo pensava assim também, com o luxo dos gastos para o grande circo. E as placas nas ruas se sucedem: "Abaixo a Copa!". "Queremos uma vida padrão Fifa!"

Como vão jogar nossos craques? Com que cabeça? Será possível ganharmos com este baixo astral, com a gritaria de manifestantes invadindo os estádios? Haverá espírito esportivo que apague essa tristeza?

Antes, nas copas do mundo, éramos a pátria de chuteiras. Hoje, somos chuteiras sem pátria.

NÃO CHORE GUILHERMINA - Danuza Leão

 
Ser rejeitado pelo Country é o castigo 
por querer pertencer ao clube mais gagá do Brasil

Passei a detestar clubes desde o dia em que, há muitos anos, presenciei uma conversa entre alguns sócios de um famoso clube do Rio, o Country. Nesse tempo a garotada tinha a mania de roubar carros, dar umas voltas no quarteirão e depois largá-los em qualquer lugar. Detalhe: não eram ladrões, apenas adolescentes brincando de transgredir.

Só que nesse dia a polícia viu, e foi atrás; os meninos, apavorados, entraram no estacionamento do Country (eram filhos de sócios), e a polícia foi atrás. O final dessa história não importa, mas nunca esqueci do que ouvi. Segundo esses sócios, a polícia não tinha o direito de entrar num clube privado, que tal? Foi a partir daí que comecei a detestar clubes e, mais ainda, os que ditam as regras dos clubes.

No Country é assim: a pessoa que pretende ser sócia, em primeiro lugar compra um título -entre R$ 500.000,00 e R$ 1.000.000,00; depois paga o mico de ter seu nome estampado num quadro, e se arrisca a pagar um mico ainda maior, o de não ser aceito (as famosas bolas pretas), e ter que fingir que nada aconteceu. Ninguém jamais saberá porque a pessoa levou bola preta, e também jamais saberá quem deu a(s) bola(s) preta(s). Esse é um ato de covardia, e como no clube ninguém tem assunto, um prato para os sócios. O alvo predileto dos que votam costuma ser mulheres solteiras e bonitas; eles sabem, intuitivamente, que a elas jamais terão acesso. E tem o grupo das mulheres, que pressiona os maridos para votar contra, porque não querem no clube mulheres solteiras e bonitas, ai ai.

O Country é um clube decadente, frequentado por pessoas -excetuando algumas poucas- tão decadentes quanto. Gente que não tem coragem de se expor, e passa a vida almoçando, jantando, casando, traindo, roubando, dando pequenos golpes dentro da própria família, protegida pelas paredes do clube; lá tudo pode e tudo é perdoado, desde que aconteça entre os sócios. É como se fosse um país dentro de outro país, com um presidente, seus ministros, suas fronteiras, suas leis. Não sei onde tem mais mofo, se nos sofás ou nas cabeças desses frequentadores, que adoram seus privilégios: as piscinas, as quadras de tênis, a liberdade de assinar as notas para pagar no fim do mês -quando pagam. Como os sócios estão, em boa parte, falidos, podem comer seu picadinho -ruim- lembrando dos velhos tempos. Bom mesmo vai ser no dia em que um deles escrever um livro contando as histórias do clube, que devem ser de arrepiar, mas vai ser difícil: quando você fica sócio, passa automaticamente a fazer parte de uma sociedade secreta, tipo uma máfia, onde a ormetà (voto de silêncio) é sagrada. Tudo pode -e põe tudo nisso-, desde que seja só entre eles.

Logo que cheguei de férias soube do affair Guilhermina Guinle, que tentou ser sócia do clube mas foi bombardeada por bolas pretas. Pensei, pensei, e não entendi. Por que uma mulher bonita, charmosa, rica, de sucesso, quer ser sócia do Country? E pensei que, como todos os que já receberam as tais bolas pretas, ela mereceu: é o castigo de querer pertencer ao clube mais gagá do Brasil. Dá para entender que uma pessoa pague uma fortuna pelo título de um clube em que alguns poucos vão decidir se ela pode frequentá-lo? E é possível alguém querer frequentar um lugar em que é preciso pedir licença para entrar, e essa permissão ser dada -ou não- por um pequeno grupo cujo momento de gloria é a reunião do clube, onde podem dar vazão às suas frustrações e se vingar da vida? Não dá para entender mes-mo.

Aliás, seria uma boa ideia desapropriar aquele belo terreno que dá frente para a av. Vieira Souto e fazer ali um jardim público onde os atuais sócios poderiam ir dar seus passeios e falar mal da vida dos outros, sem pagar um só tostão.

O papa se demitiu, os meteoros estão caindo, o mundo se acabando, e o Country continua acreditando em suas bolas pretas. É de chorar.

A DOR DO CRESCIMENTO - Martha Medeiros

Eu tentava descrever como era aquela dor, mas não encontrava jeito. Acontecia nas pernas, nas duas ao mesmo tempo. Não era fadiga muscular, não era um machucado, nem torção, nada tinha inflamado, eu não havia batido com elas numa mesa, nem tropeçado, não parecia nem mesmo dor, e sim um incômodo, um alerta interno. Eu podia caminhar, até correr, se quisesse. Mas não estava tudo bem, e quando eu vencia a vergonha de não conseguir explicar exatamente o que sentia e me queixava daquilo que nem parecia existir de tão aleatório alguém dizia: não esquenta, é a dor do crescimento.

Um diagnóstico poético demais para uma criança. Como assim, dor do crescimento? Eu crescia numa velocidade irritantemente lenta, tão poucos centímetros por ano, não acreditava que esse ganho ínfimo de estatura, imperceptível, pudesse originar dor. Dor vem do choque, vem do baque, deixa marca, tem motivo, não poderia nascer assim de um alongamento que ninguém conseguia enxergar a olho nu.

Reumatismo também não era, porque reumatismo era doença de avós. Tudo bem que eu já estivesse com quase 11 anos, mas não era assim tão velha.

“É dor do crescimento, menina, todo mundo tem, não te bobeia. Já já passa”.

Não passou. Apenas subiu das pernas para o coração e depois foi ainda mais para cima, alojando-se no cérebro. Abandonou os membros inferiores e passou a fazer turismo em duas regiões de mais prestígio. Essa transferência aconteceu logo que eu parei de alongar verticalmente e virei o que se chama por aí de gente grande e estabilizada.

Mas gente grande continua crescendo?

Pois é. Não me peça para explicar, porque sigo não encontrando um jeito de. Às vezes dói no peito, às vezes na cabeça, às vezes nos dois lugares ao mesmo tempo, mas não há nada sangrando, e também não é fadiga, mesmo já se tendo vivido bastante e cansativamente. Torção... Não, também não. De novo, ninguém esbarrou numa mesa, nenhuma parte do corpo ficou roxa, não é um arranhão, nem parece dor.

Então é o quê? Um esgotamento por fazer sempre as mesmas perguntas irrespondíveis, por se retorcer com questões que aparentam ter soluções simples, mas não têm, por não aceitar que seja difícil o que deveria ser fácil, por se flagrar tendo reações contundentes quando a vontade era de chorar baixinho, por tentar estabelecer uma forma de vida que organize o caos, mesmo sabendo que o caos está sempre atrás da porta rindo das nossas tentativas de controlá-lo. Nada fica roxo, mas turva a visão. Nada deixa cicatriz aparente, mas não fecha. Fica aberto, latente, insistentemente lembrando a existência daquilo que não se explica, sobre o qual pouco se conversa, mas que, de alguma forma, também faz a gente ganhar em estatura.

Ainda é a dor do crescimento, e não cessa.

RUTH DE AQUINO - O Complexo do mega-Brasil

O problema do Brasil não é ter complexo de vira-lata, mas cultivar a obsessão do "mega". Uma obsessão cafona e perniciosa. Tudo precisa ser o "maior do mundo". E assim foi o Maracanã em 1950, construído em apenas dois anos. Que inveja de nós mesmos.

Por que prometer a "Copa das Copas"? Por que não se conformar com uma Copinha alegre e hospitaleira, organizada e bem planejada, com dignidade? Não está no DNA tupiniquim? A ostentação é coisa nossa. A construção de Brasília é um dos exemplos do mega desperdício - seu estádio, agora, é uma continuação da mega incompetência na gestão de quase tudo.

Só um país sem noção como o nosso, com tantos problemas sérios e crônicos de prazos, infra estrutura, internet e transporte, numa área continental, resolve submeter estrangeiros e brasileiros a uma Copa em 12 sedes.

O Brasil populista é mais megalomaníaco. As promessas ufanistas são típicas do populismo, de direita ou esquerda. Conclamar as massas ao patriotismo e a cerrar fileiras contra inimigos internos ou externos é um recurso primário, que já deu muito errado na história da humanidade.

A Copa mais bilionária das Copas passa a atrair, no gramado esburacado das ruas, a ira de uma população descontente e dos vândalos de ocasião. As cenas em Pernambuco, de saques de multidões, durante a greve da PM, são assustadoras, pela anarquia e pelos risos dos assaltantes, muitos menores de idade ou pais e mães.

É essa a população que se beneficia das bolsas do governo do PT? Imagens e relatos de um país lúmpen rodam o mundo. As fezes, lixos e pneus no mar, lagos e baías. Os ônibus depredados e incendiados. As lojas e escolas fechadas por medo de violência. As filas da vergonha nos hospitais públicos. Os confrontos sangrentos nas favelas. O vaso sanitário arremessado em pleno estádio, que matou um torcedor. Não foi uma banana, foi uma privada.

Por enquanto, a Copa das Copas se traduz pelo lado negativo. O maior atraso do mundo nas obras de estádios e aeroportos. A maior desorganização e falta de planejamento. O maior número de operários mortos. As maiores manifestações contra a Copa. Os maiores problemas nos aeroportos inacabados. Os custos mais altos. Os maiores preços nos hotéis. É o mega-Brasil em ação. Pra frente Brasil, salve a Seleção.

O grau de frustração segue o grau de promessas não cumpridas. Não fique de queixo caído, pessoal do Planalto. É só puxar pela memória e ler. A Refinaria Premium 1, no Maranhão, anunciada com estardalhaço por Lula e Dilma em 2010, deveria ser "a maior do país". Uma megarrefinaria. Deveria gerar 25 mil empregos. Está parada. Foi orçada em R$ 38 bilhões pela Petrobras. O mesmo aconteceu com muitas obras.

Uma sondagem da Fundação Getulio Vargas revelou que o Brasil terá o terceiro pior PIB da América Latina neste ano. É a pior avaliação desde 1999, segundo a FGV.

A coisa está tão feia que a presidente Dilma Rousseff, gerentona do caos, fez um apelo na quinta-feira, para que os brasileiros recebam bem os torcedores nacionais e estrangeiros durante a competição. "Ninguém que vem aqui leva consigo, na sua mala, aeroporto, porto, obras de mobilidade urbana e estádios. Eles podem levar na mala a garantia de que este é um povo alegre e hospitaleiro." Dilma disse que o Brasil não vai explodir, mas sim bombar em 2015. Já está bombando, mas o cheiro é de gás lacrimogêneo. O Brasil é a terra do improviso, segundo a imprensa estrangeira. Alguém discorda?

Já se prevê um festival de vaias. Dilma é vaiada. Pelé é vaiado. Bem capaz que Lula também seja. Ler que o governo Dilma prepara um Centro Integrado para proteger os turistas na Copa faz pensar no que o brasileiro enfrenta todos os dias, sem megaevento. Enfrenta uma megazona.

O Brasil sempre será assim? Só 41% das 167 intervenções prometidas para a Copa estão prontas, a 30 dias da competição. Precisamos enfeitar o passe e dar toque de calcanhar, mesmo com a meia puída. A criatividade, para ser eficaz, exige enorme disciplina. Caso contrário, até o futebol vira caricatura de nós mesmos.

Pela primeira vez em 23 anos, os clubes brasileiros estão ausentes das semifinais da Libertadores. O período de treino da Seleção para a Copa é o mais curto desde 1930 - apenas 18 dias. Só quatro dos 23 convocados por Felipão jogam no Brasil. Sete jogadores brasileiros lutarão contra os canarinhos, com uniformes de seleções estrangeiras.



Há um descrédito profundo no jeitinho verde-amarelo. Não precisamos virar alemães ou japoneses. Eles não são ideais de nada se contemplarmos a História. Podemos ser melhores se reivindicarmos com firmeza e serenidade nossos direitos. Sem cair na lorota de políticos caras de pau. Porque pernas de pau não somos. Quem sabe será esse o verdadeiro legado da Copa?

SER OU NÃO SER - João Ubaldo Ribeiro

Não parece haver, nem de longe, o entusiasmo anterior. Ninguém discute a escalação do time, ninguém pintou rua ou fachada

Acho que já tive a oportunidade de referir-me aqui às muitas glórias futebolísticas de Itaparica. Poderia estender tais glórias a diversos outros esportes, mas estes estão sujeitos a controvérsias, como a protagonizada por meu saudoso amigo Luiz Cuiuba, já lá se vai algum tempo. Em acalorada discussão no Largo da Quitanda, ele sustentou que as Olimpíadas eram uma jogada ardilosa para subverter nossos valores mais caros e, principalmente, trocar nossas lindas mulheres pelos bagulhos dos gringos. Baseado na conformação física de algumas atletas estrangeiras que vira na televisão, notadamente as campeãs de lançamento ou levantamento de pesos, ele não conseguia compreender como aquelas jamantas descomunais podiam ser o ideal olímpico. Claro que era para ludibriar a gente. Queriam convencer-nos a nos livrar de nossas mulheres, afamadas em todo o mundo pela sua excelsa formosura, e, em troca, recebermos ideais olímpicos, Deus que nos protegesse daquelas baleias parrudas, opinião esta acatada pela grande maioria dos presentes.

Portanto, para não entrar em terreno muito polêmico, fico no futebol, suficiente para render diversos volumes de histórias. Difícil é saber por onde começar. Nasceu em Itaparica, por exemplo, Chupeta, o maior jogador de futebol que os céus do Brasil jamais cobriram e ainda há testemunhas que não me deixam mentir. Foi com um time itaparicano que ocorreu um evento singular, já lembrado aqui, mas merecedor de nova menção. Num jogo, se não me engano, contra uma agremiação de Maragogipe, Vavá Paparrão fraturou a perna em dois lugares, mas só notou depois que o jogo acabou e o sangue esfriou. Finado Nascimento, respeitado no futebol e na clarineta, era o juiz de maior autoridade no Recôncavo e grande disciplinador, chegando a aplicar cascudos em certos atletas de conduta particularmente reprovável.

Em matéria tática, houve muitas inovações na ilha, que não foram à frente por uma série de circunstâncias. Assim ocorreu com o esquema bolado pelo técnico e cartola Júlio Perrengue, o injustiçado 10-10, que nunca foi adotado por ninguém, mas devia ter tido uma oportunidade. Júlio me explicou uma vez que o esquema dele consistia em fazer os dez jogadores de campo saírem de bolo para cima do adversário, arreganhando os dentes e dando gritos de guerra, assim infundindo terror nas hostes opositoras. Menção se faça, outrossim, a avanços notáveis que, por falta de marketing, se perderam, entre eles o jogo eólico, que consistia em usar os ventos do dia em proveito do time. Antigamente, isso era feito com a ajuda de um mestre de saveiros conhecedor íntimo dos ventos e das virações, mas hoje deve ser programável para computadores. Por exemplo, o jogador sabe que, naquele instante, o vento forte tal ou qual vai soprar e aí cobra o escanteio conforme o dito vento, é uma coisa altamente científica, que a ilha já praticava em priscas eras.

Nas Copas, como em todos os eventos que envolvem a nacionalidade, nossa participação nunca faltou. A de 1950 foi trágica, com gente passando mal, revolta ou até rompimento com os santos e outros eventos traumáticos, até hoje recordados pelos mais antigos. A de 1954 não valeu, por causa de Mr. Ellis, um juiz inglês, cujo nome nunca esqueci, vastamente denunciado como ladrão pelos narradores e comentaristas e responsável claro pelos quatro a dois que a Hungria nos aplicou. Houve pancadaria no estádio, durante e depois do jogo, e vários conterrâneos se ofereceram para combater na guerra que viria, contra a Inglaterra, a Hungria, as duas juntas ou quem lá fosse, pois que nunca corremos de guerra.

Na nossa primeira Copa, em 1958, lançamos aos ares a campanha Seca Lidirrólmi para a final. Lidirrólmi, na pronúncia local, era Liedholm, artilheiro da Suécia que fez o primeiro gol do jogo contra o Brasil. O brado “seca Lidirrólmi!” prorrompeu do Jardim do Forte e rasgou as nuvens por sobre todo o Recôncavo. Jamais alguém havia sido secado daquela forma tão unânime e simultânea. Vozes despeitadas podem negar, mas o fato é que Lidirrólmi não fez mais gol nenhum, e, naquele dia inesquecível, como sabemos, o time dele perdeu de cinco a dois.

Desta feita, contudo, não parece haver, nem de longe, o entusiasmo anterior. Ninguém discute a escalação do time, ninguém pintou rua ou fachada, ninguém comprou bandeira nova para pendurar em cima da varanda. Que estaria acontecendo? O patriotismo que parecia ser parte indissociável do DNA itaparicano foi atacado por algum vírus destrutivo? Graves questões, acompanhadas do pressentimento de que o mundo vai acabar, ou qualquer coisa assim. E mais lenha foi lançada à fogueira depois do pronunciamento de Zecamunista. O festejado líder subversivo voltou, como sempre vitorioso, de um concorrido torneio de pôquer em Ipiaú e, ao chegar ao Bar de Espanha e ver que se falava sobre a Copa, começou um imediato discurso em que afirmou que era dever de todo patriota brasileiro ser contra a Copa.

— Nós vamos organizar uma grande manifestação, uma passeata geral! — disse ele, com o punho no ar. — Essa Copa não é nossa, é deles! O povo da ilha sairá em peso às ruas para protestar!

E, segundo ele me informou ao telefone, a coisa ficou séria e a ideia da passeata recebeu a adesão de praticamente toda a ilha.

— Mas agora eu tenho de desligar, não posso perder a reunião da organização da passeata, que vai ser daqui a pouquinho.

— Eu pensei que já estava tudo organizado.

— Mas não está — disse ele. — Eu descobri que temos que mudar a hora da passeata para todo mundo ter tempo de ver o jogo.

CONTE COMIGO - Ivan Martins

Um poema de Mario Benedetti celebra 
o amor que não se esgota em festas

Outro dia, em circunstâncias suaves e domésticas, lembrei de um poema do Mario Benedetti que costumava me comover até os ossos. Chama-se Hagamos un trato - Façamos um trato, em português – e fala dos sentimentos de um homem por uma militante política, que ele chama de compañera.

Em linguagem simples e direta, o poema diz, essencialmente, que ela pode contar com ele “não até dois ou até dez”, mas contar com ele, em qualquer circunstância. É um poema de amor que expressa um compromisso político. Ou talvez seja um poema épico suavizado por um toque de amor. Não sei. Vocês leiam e me digam.

Mas é evidente, para mim, que qualquer que tenham sido as intenções do Benedetti, seu poema resume uma verdade essencial: afeto é compromisso. Os problemas do outro passam a ser parte dos meus problemas, minhas dores são em alguma medida as dores dele. Eu cuido dele e ele cuida de mim. Não deixei de ser eu, ele tampouco deixou de ser ele, mas há um sentimento que nos vincula e nos torna responsáveis um pelo outro. Voluntariamente. Talvez temporariamente. Mas, enquanto estivemos ligados, será assim.
Se isso parece consistir um fardo, não é. Dividir é bom. Cuidar também é bom. Andamos tão acostumados a pensar de forma egoísta que a ideia de ser responsável pelo outro nos apavora. Temos medo também de depender da atenção e dos cuidados alheios. Mas tem sido assim por alguns milênios e acho bom que continue. Somos indivíduos, inescapavelmente, mas algo em nós anseia por ligar-se e partilhar de uma forma que não seja superficial ou declaradamente provisória. Quando isso acontece, nos sentimos parte de algo maior que o mercado ou as redes sociais. E há um profundo conforto nisso.

Talvez essa seja o sentido atual do “conte comigo” de Benedetti. Ele expressa uma forma de amor que não está na moda. É algo que se manifesta não apenas como partilha de prazer e hedonismo, mas como potencial de sacrifício. O poema nos lembra que não estamos nessa apenas pelo riso e pela noite inesquecível. Às vezes será inevitável sofrer, fazer coisas chatas, deixar de lado vontades e interesses imediatos. Às vezes será necessário abrir mão. Seremos capazes? Espero que sim.

Quando li Hagamos un trato pela primeira vez, por volta de 1995, ele me pareceu uma promessa de amor em meio à guerra. Benedetti, afinal, era um homem de esquerda. Fora exilado pela ditadura militar em seu país, o Uruguai, e sempre voltara seu arsenal de palavras contra ela. Hoje, com outros olhos, o poema me sugere outros sentimentos, que vão além do contexto político.

A palavra compañera, que abre o primeiro verso, tem, para mim, um significado menos militante do que afetivo. Companheira é quem ama, quem fica, quem faz parte. Não se aplica a meteoros cintilantes.

O poema, que antes me parecia tão somente romântico, hoje me comove por sua austeridade. Evoca uma promessa de fidelidade que vai além da exclusividade sexual ou sentimental. “Conta comigo” sugere sentimentos e laços profundos, assim como pessoas capazes de sacrifícios e cuidados. Não é a leveza de sentimentos ou a combustão instantânea que estação recomenda, mas me parece aquilo que muitos querem e precisam. Senão hoje, certamente amanhã, quando seremos um pouco melhores e mais sábios.

PARA FICAR BEM NA FOTO - Cristiane Segatto

Aumenta a procura por cirurgia plástica para 
melhorar a aparência nas redes sociais. 
O que isso significa?

Num mundo em que as aparências contam mais que a essência, todos querem ficar bem na foto. Interessante essa expressão. Ficar bem na foto não significa apenas ser fotogênico. Significa se sair bem nas mais diversas situações. Manejar as adversidades com destreza e construir relações amistosas com quase todo mundo. Construir uma boa imagem pessoal em qualquer ambiente.  

Usamos essa expressão quando queremos nos referir ao comportamento ou à estratégia de alguém. Nem sempre é um comentário positivo. Muitas vezes a frase é um veneninho ensopado de inveja, desses comuns no mundo corporativo. “Putz, não é que o cara ficou bem na foto?”.

Mesmo quando o assunto é o comportamento, recorremos a palavras que denotam a extrema valorização da aparência física. Por mais cruel e escandaloso que seja, exibir uma boa estampa tornou-se mais ou menos tudo. Principalmente em redes sociais como o Facebook, uma ilha da fantasia onde prosperam os belos, os felizes, os legais e os bem-sucedidos.

Não pretendo aqui fazer um discurso moralista. Cada um é livre para criar o personagem que quiser. O que me parece perigoso é acreditar nele a ponto de se submeter a intervenções cirúrgicas. Profissionais da área relatam que, nos últimos meses, aumentou o número de pessoas interessadas em fazer cirurgia plástica para melhorar a imagem nas redes sociais.

A Academia Americana de Cirurgia Facial e Reconstrutiva fez uma pesquisa entre 752 cirurgiões associados a ela. Constatou um aumento de 31% nesse tipo de demanda. É uma tendência que se repete em vários países. Na Índia, por exemplo. No Brasil, campeão mundial em número de cirurgias plásticas realizadas, não poderia ser diferente. 

Nunca as pessoas olharam tanto para si mesmas. Ou melhor: nunca olharam tanto para o próprio umbigo e para a própria casca. Postam fotos feitas em todos os ângulos e nas mais diversas situações com mais frequência do que olham no espelho.

Características físicas que antes não incomodavam ou incomodavam pouco passaram a ser vistas como algo a ser consertado, aperfeiçoado, enquadrado nos padrões. Tudo com a esperança de agradar mais, receber mais “curtir”, mais pios, mais isso e mais aquilo. É uma necessidade emocional. Todos querem se sentir queridos e aceitos, mas a saída fácil parece ser entrar na faca.

Um reclama do queixo pequeno. Outra do colo envelhecido, das mãos manchadas, do abdome flácido. Não há limites para a severidade autoimposta. O alvo preferencial das reclamações é o nariz. Por estar no centro da face e ser estático, o nariz personaliza o rosto.

“Não existem pessoas feias com nariz bonito”, diz o cirurgião plástico Volney Pitombo. Se tem nariz bonito, é bonita”. Pitombo é um dos mais respeitados especialistas em rinoplastia no Brasil. Realizou mais de 5 mil cirurgias desse tipo, inclusive em celebridades como Débora Bloch, Murilo Benício e Angela Vieira.

Talvez Pitombo tenha razão, mas outro fenômeno (o das pessoas bonitas que quiseram ficar mais bonitas e acabaram deformadas), não pode ser menosprezado. “Nariz é a operação que exige mais concentração, experiência e técnica do cirurgião”, diz Pitombo. “Desastres ocorrem quando o profissional adota uma técnica excessivamente redutora. A cirurgia fica literalmente na cara”, diz.

O resultado é aquele nariz infantilizado, no estilo Barbie, tão em voga nos anos 60 e 70. O nariz não foi feito para ser tratado com agressividade. Dá errado. A rinoplastia atual é estruturada. Em vez de retirar osso e cartilagem, os cirurgiões chegam a adicioná-la para modelar o nariz.

Eles fazem pequenos ajustes para harmonizá-lo com o rosto. “Um nariz mestiço com a forma larga pode ser suavizado, se esse for o desejo do paciente, mas tentar arrebitá-lo ou deixá-lo fininho é algo inaceitável”, diz Pitombo. As fotos de Michael Jackson antes e depois das inúmeras plásticas não deixam dúvidas sobre isso.

Os mais jovens cismam que o nariz é grande ou largo demais. Querem consertá-lo e postar a novidade nas redes sociais antes mesmo de ver o resultado final. Não faz muito tempo, Pitombo operou uma jovem e, poucas horas depois, ainda no quarto, ela estava postando fotos “do novo nariz” no Facebook. Antes mesmo de retirar o curativo.

De tanto se olhar e espiar os outros nas redes sociais, os mais velhos passaram a se incomodar ainda mais com o envelhecimento. Reclamam de um fato da vida. Na faixa dos 30 ou 40 anos, a ponta do nariz realmente começa a mudar. Fica um pouco mais caída. É possível retocá-la e, com isso, ganhar um aspecto mais jovem.

Essa é uma decisão muito particular, mas antes de se submeter a uma cirurgia é preciso tomar vários cuidados. Os primeiros são de ordem prática:

• Escolher um profissional com título de especialista emitido pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica

• Avaliar a experiência dele. Nem todo cirurgião plástico é bem-sucedido em rinoplastias. Mexer no nariz exige um treinamento especial

• Ter certeza de que está consciente e bem informado sobre o tipo de anestesia, os riscos da cirurgia e as complicações que podem surgir no pós-operatório

• Só operar em locais seguros, com centro cirúrgico autorizado pela Vigilância Sanitária e equipamentos necessários para socorrê-lo em qualquer emergência.

Nenhum desses é o cuidado principal. O essencial é avaliar a real motivação por trás da operação. A motivação precisa ser genuína. Vir de dentro para fora. Não de fora para dentro. Não deixe que as pressões, os modismos e os padrões de beleza roubem sua identidade.

Ninguém terá a nobreza de Kate Middleton se encomendar um nariz como o dela – algo que virou moda nos consultórios. Não tente copiar a sensualidade de Scarlett Johansson. Ela não está no nariz, ainda que ele tenha sido retocado. Não está nos lábios, nem no umbigo, nem no dedo mindinho. Está em algum ponto insondável, mas escandalosamente perceptível. É dela e só dela. Certamente você tem a sua. De outro jeito, com outra intensidade, mas em você.

“O nariz perfeito é o da própria pessoa”, diz Pitombo. Quando opera, o objetivo dele é atingir a naturalidade máxima.“Todo o meu esforço é para que as pessoas que convivem com o paciente notem o benefício sem detectar a plástica. Quando isso acontece, o sentimento é de ter realizado uma obra-prima. Coisa de Michelangelo”, diz.


Obra-prima é você. De carne, osso, com imperfeições, com correções ou sem elas. Seja o que quiser, de forma consciente. Seja, sobretudo, você.

VOCÊ NÃO ME CURTIU! - Cláudia Penteado

As redes sociais criaram tantas 
questões que, de certa forma, 
complicaram nossa vida. 
Curtir ou não curtir, eis mais uma questão

Em um texto recentemente publicado neste espaço, o jornalista Marcelo Zorzanelli queixava-se da aparente indecisão da mulher amada, que por vezes lhe dava sinais de total desprezo, para em seguida reacender suas esperanças ao sinalizar algum afeto através de comentários num post ou um “curti” no Instagram.  Penalizada com sua história, não pude deixar de refletir a respeito dessa nova moeda de troca de afetos entre as pessoas que circula exclusivamente no mundo virtual, “lugar” onde muita gente passa boa parte do tempo nos tempos atuais. Só quem frequenta – com afinco – as redes sociais é capaz de entender. “Curtir um post” no Facebook tornou-se prova de atenção – aquela que as pessoas muitas vezes não obtém no mundo concreto, nessa era de tamanho distanciamento e desconexão física.

A tecla Curtir ganhou status  e pode funcionar – para o bem e para o mal – como um link  entre o virtual e o concreto. Pode gerar brigas conjugais, despertar paixões, aprofundar amizades, gerar inimizades.

Uma amiga provocou uma crise no casamento porque passou a analisar as mulheres que curtiam os posts do marido. E pior: os posts que o cônjuge curtia. Todas as ações do marido no Facebook passaram a ter um significado oculto. Quem é aquela loura que compartilhou seu post hoje? – perguntava ela durante o jantar, entre uma garfada e outra. Por que você curtiu aquela foto sem graça daquela sua estagiária? – indagava durante o café da manhã, provocando um mal-estar que se estendia durante vários dias. Um belo dia ele tomou a decisão de abandonar não a minha amiga, mas o Facebook – para manter saudável o casamento.

Uma amiga terapeuta me conta de uma cliente obcecada pela tecla curtir: tornou-se uma espécie de balizador para todas as suas relações pessoais. Os amigos próximos que não curtem um determinado post seu passam semanas “na geladeira”. Só sai quem curtir algo seu novamente. Caso contrário, ela mal consegue lhes dirigir a palavra ao vivo, especialmente no escritório. Faz insinuações irônicas para testar se os amigos viram seus posts – tudo para provar para si mesma que os tratantes deliberadamente tomaram a decisão de não curtir suas intervenções virtuais. Só abandona o olhar torto mediante alguma nova curtida.  Se a grande amiga não curtiu seu último post, inicia-se uma cadeia de pequenas vinganças online: nada de curtir algo que ela postar. Pronto. Compartilhar, então, nem pensar! Que vingança poderia ser pior?

O compartilhamento, aliás, é um assunto ainda mais delicado no mundo das redes sociais. Que prova de admiração maior pode haver no Facebook do que compartilhar um post? Outra cliente adolescente da minha amiga terapeuta passou a travar uma espécie de batalha velada com o namorado. Ai dele se não compartilhar seus melhores posts. Sofrerá retaliações seríssimas e crises de mal humor intermináveis.

Outra cliente interessou-se por um rapaz que compartilhou e curtiu, incansavelmente, todos os seus posts, diariamente, durante um mês inteiro. Ficou comovida com tanta atenção. Passou a curtir e compartilhar seus posts também, em retribuição, já que suas fotos e comentários sobre alimentação orgânica e retiros de ioga até que eram bacanas. As curtidas e os compartilhamentos mútuos intensificaram cada vez mais a relação, até o dia em que decidiram encontrar-se pessoalmente.  A coisa não fluiu. Decidiram manter a relação no plano virtual. E ela tornou-se vegetariana – mas apenas no Facebook.

Hoje, a tecla curtir não passa mais despercebida. É moeda valiosa entre pessoas e também para empresas e marcas no Facebook, nos blogs, no Instagram, no Pinterest. Não surpreende que o Facebook não tenha lançado, até hoje, a falada tecla “Não Curti”. Esta certamente geraria ainda mais conflitos, inimizades, retaliações – e manipulações por parte de pessoas ou empresas interessadas em prejudicar desafetos ou concorrentes, algo tão comum no mundo concreto. Porque no fundo, o que vivemos no ambiente virtual é apenas um simulacro do mundo físico. Com um agravante: não é preciso mostrar a cara.

CULT VÍDEO - EX-EXECUTIVA DO BANCO MUNDIAL AFIRMA: “ALIENÍGENAS CONTROLAM O MUNDO”

Segundo Karen Hudes, uma ex-executiva do Banco Mundial, alienígenas de cabeça alongada e inteligência excepcional controlam o Vaticano e a economia mundial. Muitos conhecem a típica teoria conspiratória em torno do domínio extraterrestre sobre nosso planeta, mas quando esta ideia parte de uma pessoa prestigiada, que já ocupou um cargo de importância mundial, é de se esperar uma considerável repercussão. E foi justamente isso o que aconteceu após uma recente entrevista de Hudes, que está disponível no YouTube.

“Criaturas não humanas, de cabeça alongada e com QI 150, controlam o Vaticano e os bancos do de todo o mundo”, respondeu Hudes, sem hesitar, diante da pergunta do seu interlocutor sobre quem estaria controlando o mundo.

De acordo com sua declaração, esses seres estão no poder há muito tempo.

“Não são da raça humana. Eles se chamam Homo Capensis. Estiveram na Terra, ao lado da humanidade, antes da Idade do Gelo”, disse a ex-executiva, calmamente. Para fundamentar sua ideia, ela citou o caso de alguns objetos encontrados com faraós egípcios, usados em suas cabeças, e os enigmáticos crânios peruanos.

O currículo de Hudes inclui um bacharelado em Direito pela Universidade de Yale e economia pela Universidade de Amsterdã. Ela trabalhou no Export-Import Bank dos Estados Unidos e, depois, no Departamento Jurídico do Banco Mundial, onde virou uma assessora de alto escalão.

Embora suas palavras soem absurdas para muitos, o fato é que elas fazem eco com o que defende o ex-ministro da Defesa do Canadá, Paul Hellyer, que afirmou, no ano passado, durante um congresso ufológico, que existem alienígenas trabalhando no governo norte-americano.

Assista abaixo aos vídeos:

Entrevista com Karen Hudes (parte 1/2)


Entrevista com Karen Hudes (parte 2/2)

A CIÊNCIA E O MEDO - Gonçalo Viana

Informações distorcidas pela mídia alimentam o pânico moral 
a respeito de temas polêmicos, como a maconha

A maior dádiva da ciência para a humanidade é a libertação do medo. Imagine por um instante nosso passado neolítico. Todos os dias era preciso conviver com medos terríveis: predadores letais, conflitos tribais, frio e calor, fome e sede, seca e enchente, sem falar do mítico medo da noite eterna, tão bem documentado entre o povo maia: o temor de que o sol um dia partisse e nunca mais regressasse. A ciência nasceu como técnica de controle da realidade e de seus inúmeros perigos, muitas vezes transformando a dificuldade em ferramenta. Pense no fogo, na fermentação dos alimentos e no uso medicinal de substâncias. Com a ciência veio a esperança de um futuro cada vez melhor, com mais conforto e segurança, menos sofrimento e medo.

Há cerca de 30 anos, surgiu um temor novo que ceifou milhões de vidas e instalou pânico moral na sociedade, conspurcando a beleza do sexo com a fobia de uma contaminação fatal. É o vírus HIV, capaz de deflagrar a pane imunológica que chamamos de aids. Estima-se que existam no planeta mais de 33 milhões de portadores de HIV, chegando a 25% dos cidadãos de certos países africanos. Na ausência de cura, grande esforço foi feito para informar a população mundial sobre os modos de prevenir a infecção. Também houve avanço no desenvolvimento de drogas antivirais capazes de estancar o curso da doença. Infelizmente tais drogas podem causar sérios efeitos colaterais, precisam ser tomadas ininterruptamente por toda a vida, e apresentam custo proibitivo para a maior parte dos pacientes.

Por essa razão, causa muita esperança e orgulho a descoberta de que anticorpos monoclonais podem ser usados para debelar o HIV. Realizado pelo grupo do brasileiro Michel Nussenzweig na Universidade Rockefeller (EUA), o estudo publicado na revista Nature aponta o caminho para uma terapia de aids mais segura, barata e duradoura. Permite também vislumbrar o dia histórico em que será anunciada uma vacina anti-HIV.

Medo e desesperança, por outro lado, emanam do artigo de capa da revista Veja de 26 de outubro. Alegando refletir as mais recentes descobertas científicas sobre a maconha, o artigo esforça-se por insuflar ao máximo o receio em relação à planta. Cita seletivamente a bibliografia especializada, simplifica e omite resultados, distorce e exagera sem constrangimentos para afinal concluir, nas palavras do psiquiatra Valentim Gentil, que “se fosse para escolher uma única droga a ser banida, seria a maconha”.

Em tempos de crack na esquina e cachaça a 3 reais o litro, não é preciso ser médico para perceber o equívoco da afirmação. O destaque dado à matéria contrasta com seu parco embasamento empírico, que ignora fartas evidências sobre o uso medicinal da maconha, a segurança de seu consumo não abusivo, a existência de alternativas não tabagistas e as consequências nefastas do proibicionismo. 

O bom nome da ciência não pode ser usado ideologicamente para propagar preconceitos e fomentar pânico moral.

 A ciência deve sempre ser usada em prol do gênero humano, para arrefecer seus medos e não suscitá-los.

A CIÊNCIA DO CERTO E DO ERRADO - Selma Corrêa

Cada vez mais pesquisas oferecem embasamento para tormarmos decisões que podem parecer apenas fruto de valores religiosos e morais

Muitas vezes parece haver um muro sólido separando a ciência com o que conhecemos hoje da religião e dos valores éticos. Falar sobre regras e princípios (ou revê-los) parece ser, em certos meios, uma atitude muito mal recebida no meio científico, como se a “busca do conhecimento e da verdade” justificasse qualquer coisa – especialmente quando se trata de estudos sobre o cérebro. Em A paisagem moral – Como a ciência pode determinar os valores humanos, o filósofo e neurocientista americano Sam Harris discute a proximidade entre ciência e religião.

No livro escrito com base em sua tese de doutorado, Harris parte da ideia de que práticas religiosas podem se tornar, em muitos casos, precursoras de atitudes marcadas pela intolerância. “À primeira vista é impossível imaginar que a maneira como experimentamos o mundo à nossa volta e percebemos a nós mesmos dependa de mudanças de voltagem e interações químicas que acontecem dentro de nossas cabeças. E, no entanto, após um século e meio, as ciências do cérebro declaram que este é precisamente o caso”, escreve.

Mas pode ser importante olhar com alguma desconfiança essa divisão. Talvez seja precipitado aceitar que a moral e os valores sociais se baseiem simplesmente na maneira como “as coisas são”. Afinal, como elas de fato são? Admitir que haja uma maneira única e correta de ser seria dar como certo que os sentidos estão postos e a subjetividade é estanque. Segundo essa lógica, em última instância, tudo o que tomamos para nortear nossas escolhas deveria se firmar naquilo que aceitamos, queremos e suportamos, sem deixar de lado os atravessamentos da cultura e o reconhecimento do fato que o sujeito está em constante processo de mudança.

Com base na ciência, origem evolucionária dos sentimentos a respeito do que é certo ou errado pode nos ajudar a entender melhor o processo inerente às decisões de ordem moral – embora esse olhar não seja suficiente. Como primatas sociáveis que somos, desenvolvemos um profundo senso do que é correto ou não. Quase que intuitivamente (entendendo aqui intuição como uma forma sutil de inteligência) enfatizamos e recompensamos a reciprocidade e a cooperação, atenuando e punindo o egoísmo excessivo e a falta de limites. Como lembra Harris, “valores se traduzem em fatos” – sobre emoções, relações sociais, impulsos de retribuição, neurofisiologia da felicidade e da dor.

Calcado na neuroética, Harris recorre ao princípio do bem-­estar, a partir do qual podemos erguer um sistema de valores morais ancorado na ciência por meio da mensuração daquilo que aumenta ou diminui a satisfação – e a saúde física e mental das pessoas. Ele pergunta, por exemplo, se é certo ou errado forçar as mulheres a vestir sacos de estopa e lançar ácido em seu rosto por cometerem adultério. Não é necessário religião ou ciência de ponta para concluir que essas práticas comprometem a qualidade de vida e as possibilidades de bem-­estar das mulheres e, portanto, são moralmente erradas.

Um fato curioso a ser destacado é que cada vez mais pesquisas psicológicas e neurocientíficas comprovam aquilo que aprendemos desde pequenos: é importante seguir algumas regrinhas básicas: dizer obrigado quando recebemos algo, nos colocar no lugar dos outros para tentar entender o que pensam, e dividir o brinquedo com irmãos e amigos. Isso vale na infância, mas não só. Na verdade, gratidão, compaixão e generosidade fazem bem não apenas para quem recebe, mas para aqueles que praticam essas virtudes – inúmeros estudos comprovam isso. E isso vale para as mais variadas culturas. Mesmo nas terras altas da Guiné “felicidade ainda é felicidade”, argumenta o autor. De novo, poderíamos pensar que, em muitos casos, a ciência apenas chancela aquilo que já parece óbvio.

Pode parecer fácil para religião declarar enfaticamente que atos como trair ou roubar são errados porque destroem a confiança nas relações humanas que dependem de sinceridade, fidelidade e respeito à propriedade. Quando os princípios são afetados por fardos políticos, econômicos ou ideológicos, então a situação pode mudar um pouco de figura.

A ideia apresentada por Harris, a respeito de uma moralidade embasada na ciência é interessante, mas como resolveremos conflitos relacionados a assuntos polêmicos como impostos, por exemplo? Ou ao fato de que pesquisas também revelam que comportamentos como fazer fofocas ou mentir podem ser benéficos para a preservação da espécie?

A paisagem moral descrita por Harris permite a existência de picos e vales – mais do que uma única resposta, que determine o certo ou o errado, para dilemas morais. O que acontece quando o direito de uns esbarra no direito dos outros? Será que mais dados científicos ajudariam a resolver esse conflito?

Viva e deixe viver, poderíamos pensar, sugere o próprio Harris. “Essa pode ser uma estratégia sábia para diminuir os conflitos, mas só se aplica quando os desafios não são muito grandes ou as consequências de nosso comportamento, incertas”, afirma. Segundo ele, dizer que “mais dados científicos não ajudariam a resolver o conflito” é simplesmente afirmar que nada ajudará, pois a única alternativa é argumentar sem utilizar fatos. 

“Concordo que nos encontramos nessa situação de tempos em tempos, muitas vezes a respeito de temas econômicos, mas isso não demonstra que existam as respostas certas.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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