AS MENTIRAS QUE HOMENS E MULHERES MAIS CONTAM

Enquanto mulheres tendem a mentir para fazer outra pessoa se sentir bem, 
homens exageram seus feitos pessoais para impressionar 
os amigos e encantar as moças.

AS MENTIRAS que... eles mais contam
Um levantamento em 2009 com 2 mil britânicos apontou que homens contam lorotas 6 vezes por dia - o dobro das mulheres. Bom, a enquete foi feita pela 20th Century Fox para marcar o lançamento do DVD da série Lie To Me. Ou seja, ela não chega a ter a validade de um estudo científico. Já Robert Feldman, professor de psicologia da Universidade de Massachusetts e autor do livro The Liar in Your Life ("O mentiroso em sua vida", sem versão em português), concluiu em suas pesquisas que os dois mentem com a mesma frequência. Só que aí há uma diferença: eles tendem a fazê-lo para se valorizar, e elas, para os outros se sentirem melhor.

"Casado, eu? Imagina!"
Homens dizem que são solteiros e bem-sucedidos, encolhem a barriga de cerveja para parecer mais magros e bancam o ombro amigo para levar a donzela para a cama. Em uma pesquisa com universitários americanos, 34% dos homens admitiram ter mentido para obter, digamos, gratificação sexual. Já a produtora de software Symantec fez nos EUA um levantamento com 1 060 usuários de sites de encontros e concluiu que homens mentem mais que mulheres em todos os assuntos - exceto peso. Mesmo assim, foi um empate técnico: 10% contra 11% (veja à direita). É como o professor da Universidade do Texas Mark Knapp escreve em Lying and Deception in Human Interaction ("Mentira e engano na interação humana", sem versão em português). Um dos objetivos da mentira não é nada mais que obter um prêmio para si mesmo.

"Era o maior atacante do time do colégio"
Homens inflam seus feitos pessoais mais do que as mulheres. Na hora da paquera, por exemplo, mentem duas vezes mais do que elas sobre livros e revistas que teriam lido, segundo estudo britânico com 1.543 pessoas. Para os amigos, vão das histórias de pescador até o tamanho do documento. Em alguns casos, é a si mesmos que querem impressionar - são mentiras que as pessoas contam para reforçar a autoestima e parecer mais interessantes do que acham que são. Mas Feldman diz que a estratégia masculina está furada. "Em geral, a modéstia é a melhor política quando você quer impressionar alguém."

"Não, você fica ótima nesse vestido"
Dar uma maquiada nos comentários sobre a aparência da companheira é um clássico dos relacionamentos. A princípio, é uma mentira altruísta - aquela contada não para benefício próprio, mas para não magoar as pessoas que amamos. Só que nem sempre a motivação é tão altruísta assim. Afinal, a reação por falar a verdade pode ser muito dura. Pela frente lá vêm o drama e as acusações de ser insensível. Se for esse o caso, a mentira é motivada também pelo medo das consequências.

"Tomei só um copinho"
Mentir para escapar da punição é um clássico desde a infância, quando dizemos que não roubamos os biscoitos do pote. "A mentira tem ainda mais chance de ser contada quando se acredita que a punição por falar a verdade será tão grande quanto se for pego mentindo", escreve Mark Knapp. Essa é a razão por que a mentira mais contada pelos homens é sobre o quanto beberam, segundo estudo realizado em 2010 pelo Museu de Ciência de Londres (veja abaixo). Só de imaginar o sermão, homens preferem florear a verdade. Claro que beberam apenas um copinho (afinal, era o mesmo copo, enchido repetidas vezes...).

"Estava na academia até agora"
No estudo Descobrimento Sexual do Brasil (2004), de Carmita Abdo, do Instituto de Psiquiatria da USP, 50,6% dos homens e 25,7% das mulheres confessaram já ter traído durante uma relação estável. Por que mentir? Uns são felizes no casamento, e a amante é só um passatempo que não vale a decepção para a esposa. Outros mentem para si mesmos dizendo que é melhor para as crianças se a verdade continuar oculta. Pesquisa de Bella DePaulo mostra, porém, que apenas 10% das mentiras em que algo muito importante está em jogo - como um casamento - são contadas em benefício do outro, enquanto as mentirinhas cotidianas são altruístas em 25% dos casos.

Top 10 mentiras deles:
1. Não bebi tanto assim.
2. Não há nada de errado, estou bem.
3. O celular estava sem sinal.
4. Não foi tão caro assim.
5. Já estou a caminho.
6. Estou preso no tráfego.
7. Não, você não fica gorda nesse vestido.
8. Desculpa, não consegui atender.
9. Você emagreceu.
10. Nossa! É o que eu sempre quis!

AS MENTIRAS que... elas mais contam
Santas? Só na imaginação. Muitas escondem o número de parceiros sexuais, fingem orgasmo e fazem que não é com elas quando jogam fora as velharias do parceiro.
O comediante Chris Rock brinca dizendo que os homens mentem mais, mas as mulheres contam as maiores mentiras. Essa estatística é difícil comprovar, mas é fato que elas também são peritas. Segundo Susan Shapiro Barash, autora de Little White Lies, Deep Dark Secrets ("Mentirinhas brancas, segredos profundos", não disponível em português), elas o fazem de forma mais esperta e eficaz.

"Dá pra contar nos dedos quantos parceiros eu tive"
Em um levantamento pela internet sobre o número de parceiros sexuais de 2 065 quarentões e quarentonas americanos heterossexuais, o psicólogo Norman Brown, da Universidade de Michigan, chegou a um resultado interessante: homens tiveram 31,9 parceiras, e mulheres, 8,6 parceiros. Uma pesquisa do governo americano mostra algo um pouco mais conservador: homens com 7, mulheres com 4. Mas algo não fecha nessas contas. O número de homens que fazem sexo com mulher não deveria ser igual ao número de mulheres que fazem sexo com homem? Sim. Mesmo o "efeito prostituta" seria negligenciável, disse o matemático da Universidade de Berkeley ao The New York Times. Resta uma possibilidade: pessoas mentem. No questionário de Brown, 5% dos homens e 4% das mulheres admitiram ter mentido. E a engabelação não para por aí. Homens são duas vezes mais propensos a arredondar o número - "umas 15" -, estratégia que puxa o número para cima. Já elas contam seus parceiros um a um - "o Mário, o Ricardo...". Assim fica fácil guardar só quem vale a pena e, de sobra, não passar por promíscua.

"Amor, vi fogos de artifício"
Numa cena clássica do filme Harry e Sally - Feitos um para o Outro (1989), Harry diz que nunca uma mulher fingiu orgasmo para ele na cama. Afinal, ele perceberia a farsa na hora. Sally então faz uma demonstração bastante sonora que o convence do talento teatral feminino. Existem várias Sallys por aí - mais precisamente 74% das mulheres. Essa foi a percentagem daquelas que afirmaram ter simulado um orgasmo em seu mais recente relacionamento, conforme o estudo The Economics of Faking Ecstasy ("A economia de fingir o êxtase"), de Hugo Mialon, da Universidade Emory de Atlanta. Seus parceiros conseguiriam identificar o fingimento? A maioria diz que sim - 55%. Mas da realidade só pode ter certeza a autora da mentira.

"Estes sapatos foram uma pechincha"
Uma das mentiras mais contadas por mulheres: dizer que não gastaram tanto dinheiro assim. No livro de Susan Barash, 75% delas afirmaram que faziam isso. Entre as estratégias vale esconder as compras quando chegam em casa e arrancar as etiquetas - tudo para o companheiro não perceber. Agora, se elas estão mentindo porque são mesmo mais consumistas e querem evitar as consequências ou apenas mentem por altruísmo, para deixar o parceiro mais tranquilo, é difícil dizer.

"Estou com dor de cabeça"
Um clássico. Quando não estão a fim, a maioria delas inventa um mal-estar para escapar da transa. Uma pesquisa encomendada pela revista That’s Life! com 5 mil britânicas aponta que 55% já inventaram desculpas dessas. E se o cara não manda tão bem assim? Apenas 27% das mulheres diria para ele. Essa é outra das mentiras altruístas que as mulheres contam a respeito de sexo, para poupar os sentimentos de seus companheiros. Mas que fique bem claro: enquanto eles se acham os maiorais, as amigas ficam sabendo da verdade.
Enquanto 27% das mulheres contariam ao parceiro que ele é ruim de cama... 36% contariam para as amigas.

"Você é o pai do meu filho"
Variam muito as estatísticas para o número de crianças que não são filhas do pai que imaginam. Um estudo de 2005 fez uma revisão de literatura sobre do tema e achou dados que vão de 0,8% a 30% - a média é de 3,7%. Mas, nos casos em que a paternidade é questionada - em que o pai pede, por exemplo, um teste de DNA -, a estatística é mais alta: vai de 17% a 33%, com uma média de 26,9%. Na pesquisa da That’s Life!, metade das mulheres afirmou que mentiria para o companheiro se engravidasse de outro homem e quisesse continuar com o titular. As razões para uma mentira tão séria vão desde evitar uma punição a conseguir um homem para criar seus filhos, caso o verdadeiro pai não seja uma opção viável.

"Não há nada de errado"
A principal desculpa das mulheres, segundo a pesquisa do Museu de Ciência de Londres (veja abaixo), serve para esconder o que estão sentindo. Em segundo lugar vem o hábito de negar quando mexem nas coisas deles - seja para dar uma bisbilhotada, seja para jogar fora algo que acham que está na hora de ir para o lixo. Afinal, aqueles pares de meias tinham apenas 10 anos.

Top 10 Mentiras delas:
1. Não há nada de errado, estou bem.
2. Não sei onde está, nem toquei.
3. Não foi tão caro assim.
4. Não bebi tanto assim.
5. Estou com dor de cabeça.
6. Estava em promoção.
7. Já estou a caminho.
8. Isso? Ah, eu já tinha há anos.
9. Não, eu não joguei fora.
10. Nossa! É o que sempre quis!

FONTE: MUSEU DE CIÊNCIA DE LONDRES

FERNANDO BRANT‏ - Reflexões de menino

Noites de pensar. Não sei quando fui invadido por uma melancolia, uma inquietação que ainda não era uma dúvida, como viria a ser mais tarde. Não sei se estava na infância ou já avançara aos tempos da adolescência.

Enquanto o sol brilhava no céu, certamente eu estava ocupado com jogos com a meninada na rua ou com os estudos. No meio dessa vida comum aos de minha idade, a religião fazia parte dos fins de semana. Existia o catecismo, algumas leituras esparsas e as conversas dos adultos.

Chegou um tempo em que, ao deitar-me na cama para o descanso noturno, uma ideia passou a ocupar minha consciência, adiando minha hora de dormir e sonhar. Não era algo que tirasse meu sono, apenas retardava a sua chegada. Era uma questão, saberia disso muito mais tarde, metafísica.

Dizia-se que a vida na Terra teve um momento inaugural, através da criação divina. Deus, em jornada de seis dias, teria criado todas as coisas que conhecemos. O céu e as estrelas, os rios e os mares, as florestas e os bichos, a chuva, o vento, o frio e o calor. E, finalmente, o homem. E foi descansar caymmimente na sétima jornada. Antes disso não havia nada, ou havia o nada.

Aí é que eu me embatucava. Mas o que é o nada? O vazio, a escuridão, a cegueira? Mas isso já era alguma coisa. Pensar na possibilidade do nada, entender o que seria o nada não me entrava na cabeça. O antes, até onde eu podia alcançar, já era uma existência.

Noites e mais noites o assunto me voltava. Não me satisfazia a solução religiosa de transferir para Deus o que minha compreensão não alcançava. Ou estavam me enganando ou faltavam dados para explicar essa história da vida e da humanidade. Nunca tive propensão para a loucura, apesar de alguns dizerem que não existe Brant mentalmente são.

Nem mesmo o contrário da negativa do existir, o sempre, me parece algo fácil de captar. Não sei de nada que sempre tenha existido. As árvores e os bichos, por exemplo, nascem, crescem, amadurecem e envelhecem para morrer e ser substituídos no espaço terrestre. Já os mares, rios e as montanhas têm uma antiguidade que nosso período de existência não abarca. Há um tempo em que reinamos, a seguir somos trocados por outros, que também irão para a reserva e assim por diante.

O certo é que o menino em estado de reflexão, a entregar para Deus a resolução do problema, preferiu arquivá-lo lá no fundo do baú de sua lembrança. No fundo mais profundo, quase próximo do esquecimento.

Nunca jamais em tempo algum voltou a perder qualquer minuto de sono por causa desse tema. Que é fascinante. Mas nem a chamada partícula de Deus responde à dúvida milenar de tantos: de onde viemos?

DANUZA LEÃO - Se eu pudesse

 Iria recomeçar a vida em outra cidade, talvez em outro país, 
para nada, só para começar tudo do zero.

Se eu pudesse, mudava minha vida toda; não que ela esteja ruim, mas só para ver que ela pode ser diferente.
Se eu pudesse, me desfaria de muitas coisas, da minha casa e de quase todas as roupas. Afinal, quem precisa de mais do que dois pares de sapatos, dois jeans, quatro camisetas e dois suéteres, sobretudo quando anda pensando em mudar de vida?

Se eu tivesse muitas joias, enterrava todas elas na areia da praia para que um dia alguém enfiasse a mão brincando, assim para nada, e tivesse a felicidade de encontrar um colar de brilhantes. Afinal, dá para viver sem, não dá?

Das algumas garrafas de champanhe guardadas cuidadosamente, na horizontal, daria para abrir mão, sem nenhuma possibilidade de remorso futuro; champanhe, além de engordar, não passa de um espumante metido a alguma coisa, e nem barato dá, de tão fraquinho que é. Dos vinhos, mais fácil ainda; nada melhor do que o velho e bom uísque, com o qual sempre se pode contar.

E as amizades? Aliás, as amizades, não: as relações. Ah, se tivesse coragem, compraria um novo caderno de telefones e passava só aqueles pouquíssimos nomes que realmente têm algum significado, e que são tão poucos que nem precisaria escrever. Guardaria todos de cor, não na cabeça, mas no coração, e um dia me esqueceria de todos eles.

Se eu pudesse, iria recomeçar a vida em outra cidade, talvez em outro país, para nada, só para começar tudo do zero. Para às vezes sofrer bastante, pensando que poderia ter tido mais juízo e não ter feito tantas bobagens, pois se tivesse errado menos poderia ter sido mais feliz -talvez. Mas alguém tem o poder de fazer alguém sofrer, ou a capacidade do sofrimento é um bem pessoal e intransferível?
Se alguém conseguisse ainda me fazer sofrer, seria um acontecimento a ser festejado.

Se eu pudesse -e não tivesse tantos compromissos-, seria vegetariana, passaria as noites em claro e teria muito amor pelos animais e pelas crianças. Mas como tenho horror a qualquer bicho e nenhuma paciência com criancinhas, a não ser com meus bichos e minhas crianças, vou ter que atravessar a vida levando essa pesadíssima cruz -afinal, ficou combinado que de certas coisas não se pode não gostar, e se não se gostar não se pode dizer, que vida.

Se pudesse, largaria tudo e iria embora para um lugar onde ninguém me conhecesse, onde não teria passado nem futuro; para um lugar esquisito no qual não entenderia a língua do povo nem ninguém entenderia a minha. Seríamos todos, assumidamente, estranhos -como somos no edifício onde moramos, no local de trabalho, dentro de nossa família. Ou você pensa que alguém conhece alguém porque dá beijinhos no elevador?

Se eu pudesse, quando acordasse hoje de madrugada saía descalça só com um casaco em cima da pele e ia molhar os pés na água do mar, sozinha. Depois, ia tomar um café no balcão de um botequim, como fazem os homens.

Se eu pudesse, rasgava os talões de cheques, cortava os cartões de crédito com uma tesoura, fazia uma linda fogueira com os casacos de pele e ia saber como é que vivem os que não têm, nunca tiveram e nunca vão ter nada disso. E aproveitava o embalo para cortar os fios dos telefones, jogar o celular na tela da televisão e o computador pela janela -deve ser lindo, um computador voando.

Se eu pudesse, raspava a cabeça, acendia dois cigarros ao mesmo tempo e tomava uma vodca dupla, sem gelo, num copo de geleia. E pegaria uma gilete para picar em pedacinhos a carteira de identidade, o passaporte e o CPF, sem pensar um só instante nas consequências e sem um pingo de medo do futuro.
E jogava na lata de lixo meus lençóis, meus travesseiros de pluma, meu cobertor e engolia minhas pestanas postiças, só para aprender que a vida não é só isso.

Se eu pudesse, esquecia o meu nome, o meu passado e a minha história e ia ser ninguém. Ninguém.
Se eu pudesse, não, se eu quisesse.

Pois é, tem dias que a gente está assim, mas passa.

FERREIRA GULLAR - Toda arte é atual

 
         O realismo não é chato só nas artes plásticas; 
não se faz arte para imitar a vida, mas sim para inventá-la.

Peço que o leitor me desculpe se ando escrevendo demais sobre artes plásticas. É que, ligado a elas como sou, de vez em quando me pego refletindo sobre o assunto. Foi o que ocorreu há pouco, quando visitei a exposição de Eliseu Visconti, no Museu Nacional de Belas Artes.

Estava apenas esperando uma oportunidade para ir vê-la, desde que recebi o convite para o vernissage: ele trazia a reprodução de um retrato pintado pelo artista, que sempre me fascina quando o vejo. Assim que, logo que pude, fui ao

MNBA e não me arrependi. Pelo contrário, vi confirmada minha convicção de que Visconti, embora nascido na Itália, é um dos maiores pintores brasileiros.

A exposição reuniu obras do acervo do museu, da Pinacoteca do Estado de São Paulo e de coleções particulares. Embora esteja longe de ser completa, nos deu uma visão bastante ampla da obra do artista em suas diferentes fases. Nas pinturas mais antigas, do final do século 19, ele se mostra um pintor realista, que é a fase menos interessante de sua obra.

Não por culpa sua, pois já ali se mostra um excelente pintor, pela composição, a qualidade do desenho e domínio da linguagem pictórica propriamente dita. O defeito está no caráter realista das obras. Pode ser apenas, no que me diz respeito, uma questão de gosto, mas o que ocorre é que a preocupação com a cópia fiel das figuras torna a pintura menos fascinante, ao trocar a imaginação criativa e poética pela fidelidade ao real.

A verdade é que há muitos tipos de realismo pictórico e que, também aí, pesam certas qualidades do artista. Velásquez, por exemplo, era um barroco realista e, em algumas obras, não alcançou a transcendência poética. Não é o caso, obviamente, da obra-prima "As Meninas", porque, nesse quadro, apesar do realismo das figuras, a relação espaço-tempo que ele estabeleceu ali supera a imitação realista: é que ele nos mostra, a um só tempo, as figuras que pintara, como se fossem os modelos do que ainda estaria pintando na tela, cujo avesso nos é mostrado ali.

Mas o realismo não é chato apenas nas artes plásticas; ele o é também na literatura. Pelo menos para mim, pois acho que não se faz arte para imitar a vida, e sim para inventá-la. A realidade é pouca.
Por isso mesmo, a pintura de Eliseu Visconti ganha qualidade à medida em que abandona o procedimento acadêmico -iminentemente imitativo- para abrir-se ao impressionismo, que em seus quadros adquire uma poética própria. Inicialmente, há uma fase de passagem do estilo realista, que busca a imitação da realidade, a uma linguagem pré-impressionista, em que, aos poucos, um uso novo da cor e da luz se manifesta.

Como se sabe, o impressionismo nasce quando o pintor deixa de pintar dentro de casa -ou no ateliê- para pintar "à pleine aire", ou seja, à luz do dia. A relação de sombra e luz é substituída pela cor irradiante, nascida da vibração da luz solar sobre a superfície das coisas. Isso durante etapa desse movimento pictórico, porque, no final, algumas das obras de Monet (como "Nenúfares") já estão impregnadas da subjetividade simbolista.

Pois bem, a esse simbolismo se vinculará a pintura de Visconti na etapa áurea de sua obra, que se estenderá até 1944, ano de sua morte. Nesta última fase, o pontilhismo impressionista se muda em pinceladas mais amplas. Visconti é quem faz a transição, na pintura brasileira, do academicismo do final do século 19 ao modernismo, que nasce, historicamente, com Anita Malfatti na exposição que fez em 1919, em São Paulo.

Não quero terminar este registro sem mencionar uma observação que fiz, alguns anos atrás, quando reuniram obras de pintores brasileiros do modernismo e da etapa imediatamente anterior. Ali estava uma obra de Eliseu Visconti e o conhecido autorretrato de Tarsila do Amaral. Embora seja eu fã de nossa pintora modernista, não pude deixar de reconhecer a diferença de qualidade artística entre as duas obras. O quadro de Visconti ali exposto, comparado ao de Tarsila, era indiscutivelmente melhor.

Não se trata aqui de diminuir a importância de Tarsila que, naquele momento, abria um caminho novo para nossa pintura. Mas não se deve confundir o papel histórico com valor estético. Como disse Picasso, toda arte é atual.

FLORBELA ESPANCA - Noite de Saudade

 
A Noite vem pousando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura...
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura...
Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!
Por que és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma Saudade igual à que eu contenho!
Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!

HERMANN HESSE - Ao Meu Irmão

 
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Quando revemos nossa casa, agora,
andamos encantados pelos cômodos,
ficamos longo tempo no jardim
onde – meninos levados – brincávamos.
E de todos os outros esplendores
que pelo mundo afora conquistamos,
nenhum mais nos alegra nem agrada
quando o sino da igreja faz-se ouvir.
Calados repisamos velhas trilhas
cruzando o verde terreno da infância:
e elas no coração tornam-se vivas,
grandes e estranhas, como um belo conto.
Mas tudo o que estaria à nossa espera
já não há de ter mais o puro brilho
de outrora – quando, ainda rapazolas
no jardim caçávamos borboletas.

AUTOESTIMA: É IMPOSSÍVEL SER FELIZ SEM ELA - Solange Bittencourt Quintanilha

Autoestima é o que a pessoa pensa e sente em relação a si própria. É como ela se vê, se percebe e se avalia.
Ela se forma a partir das primeiras experiências infantis, desde muito bebê, na maneira que é segurado, atendido, acariciado, amamentado... e depois quando percebe no olhar e na expressão dos pais, se há ou não encantamento e deslumbramento.
O Contato físico amoroso é a mais significativa forma de comunicação e muito poderosa, principalmente para os bebês e crianças pequenas.

Todo ser humano deseja e precisa se sentir amado, aprovado e elogiado.
São as mensagens que os pais enviam para seus filhos, e o jeito de se comunicar com eles, que vão constituir ou não um alicerce poderoso no seu relacionamento com a vida, com os outros e influenciar essencialmente na autoestima deles.

Os pais estão quase sempre dando o melhor que podem, amando e tentando acertar.
O que acontece é que eles têm seus conflitos internos, suas questões mal resolvidas, suas inseguranças e passam para seus filhos mesmo sem querer.
Costumam ficar inseguros de como agir, como dar limites, como e quando ceder.
Muitas vezes os pais castigam os filhos porque estão sem paciência alguma, irritados e descarregam nos filhos.

Se o ambiente familiar é pesado, sem brincadeira, sem alegria, com muitas discussões, críticas...
Se os pais são mais distantes, se têm dificuldades de mostrar afeto, se costumam reclamar dos defeitos mas esquecem de fazer elogios, se vivem fazendo comparações entre os irmãos ( isso estimula a competição pelo amor dos pais )... Tudo isso vai ter uma má influência na formação da personalidade das crianças, e na possível visão negativa em relação à vida.

Baixa autoestima
Quando a autoestima é negativa ou insuficiente, provavelmente essa criança não se sentiu compreendida nas suas necessidades básicas.
Ela se sente insegura, inadequada, com dúvidas, não sabe quem realmente é, e tem um sentimento de que não é capaz.

Não acredita no amor das pessoas por ela, mas ao mesmo tempo precisa desesperadamente ser aceita, reconhecida e aplaudida pelos outros. Carrega um peso enorme tentando ser o que supõe que os outros querem que ela seja, e encara todas as críticas como ataques pessoais.

É tão dependente, que pode permanecer numa relação destrutiva, só para ter alguém ao seu lado e não tem força para sair dela, buscando que cubram o vazio interior que sente. Como não se sente importante para si e nem para ninguém, há um grande sofrimento que pode ser expresso em forma de angústia, dor no peito, vazio, irritação, agressividade, tristeza, sintomas e doenças.
É muito provável que ela sinta insegurança, carência, medo, rejeição, desamparo, mágoa, raiva, solidão, podendo chegar até à depressão.

Tem pouca concentração, sentimento de não ser capaz de realizar nada e desiste facilmente de tudo que começa.
No trabalho, sente-se insegura perante seus superiores, não sabe ser assertiva e tem dúvida quando deve dar opiniões ou se calar.
É muito mais comum do que se pensa o número de pessoas sofrendo por suas dificuldades. Pessoas muitas vezes cheias de talentos e capacidades, mas sem sucesso por tristeza, desânimo e falta de confiança em si próprias.

Como as questões da autoestima são primitivas e inconscientes, as experiências do passado exercem uma influência significativa na autoestima de todos os indivíduos.

Elas vêm ao consultório buscar a diminuição do sofrimento, o conhecimento de si próprio para entender o porquê dos seus conflitos, dificuldades e amarguras.
O nosso trabalho é trilhar um caminho para que ela possa reconhecer seu valor, aprender a se amar e a se fazer respeitar, em suma aumentar e fortalecer a sua autoestima.

Autoestima Elevada
Quando a autoestima é positiva, bem construída ou elevada, a criança sente que sua existência é importante, que ela é importante para seus pais e assim ela cresce confiante que é amada. Acredita na sua capacidade e é capaz de lidar muito melhor com as frustrações e os fracassos.

A boa autoestima é a coisa mais importante na vida, pois só ela encoraja o outro a enfrentar desafios, correr atrás dos sonhos e desejos. É a maneira como a pessoa se percebe e se avalia, que vai moldar a sua vida, por isso ela é tão fundamental.

A autoestima adequada funciona como o “Sistema Imunológico da Mente”, como se fosse uma vacina, pois aumenta a resistência, evitando doenças ou proporcionando uma recuperação mais rápida.

A autoestima elevada e a felicidade estão ligadas, pois as pessoas se consideram boas, competentes e merecedoras.
Essa valorização de si mesmo traz prazer, alegria e tem total influência no amor e na vida.

A CRIATIVIDADE HUMANA VAI SALVAR O MUNDO

 
Estamos exaurindo o planeta, e o que resta agora é um 
futuro de fome, falta de água, aquecimento global... Certo? 
Não, porque a Terra tem um recurso natural infinito: 
a inventividade humana. 
E ela pode fazer mais do que parece.

O mundo estava acabando em 1915. A população de cavalos nos EUA tinha chegado a um ponto insustentável. Eram 21 milhões de animais consumindo, cada um, 4 toneladas de comida por ano, entre grãos e alfafa. Um terço das terras agricultáveis dos EUA estava dedicado à alimentação deles. Mas não dava para viver sem cavalos. A agricultura dependia dos quadrúpedes. Sem cavalo para puxar arado, você não tem plantio de larga escala. E sem plantio de larga escala não dava para alimentar uma população mundial que já roçava a marca de 2 bilhões de habitantes. Mas agora a conta ameaçava não fechar mais. Era a profecia do economista Thomas Malthus virando realidade: a Terra não teria condições de suportar bilhões de pessoas. Malthus tinha previsto isso lá atrás, em 1798. Os donos do dinheiro não deram ouvidos. E agora, em pleno 1915, era tarde demais. Mas não. Se você está lendo este texto agora é porque passamos bem pela crise da superpopulação equina. E o herói que salvou o mundo dessa tem nome: petróleo.

O motor à combustão interna, na forma de tratores e carros, substituiu os cavalos. E o petróleo tomou o lugar dos grãos e da alfafa no papel de fonte de energia, liberando terras para o plantio de comida para humanos. De quebra, um subproduto da produção de petróleo, o gás natural, virou a base para a produção de fertilizantes - sem os quais não daria mesmo para alimentar bilhões de cabeças humanas. E hoje uma parte razoável do que você come passou por uma fábrica de fertilizantes antes de entrar na sua boca - carvão, gás e ar, a matéria-prima dos insumos agrícolas, entraram para o nosso cardápio. Ainda bem. O boom na produção de comida alimentou outro: a da produção de riqueza na forma de bens materiais. Essa sim, e não a população, cresceu de forma exponencial, como traduz o jornalista inglês Matt Ridley em seu livro O Otimista Racional: "A classe média americana de 1955, luxuriante em seus carros, confortos e aparelhos elétricos, hoje seria descrita como ´abaixo da linha da pobreza` nos EUA. Hoje, dos americanos oficialmente designados como pobres, 99% têm energia elétrica e geladeira, 95% têm televisão". No Brasil, o salto é até mais espantoso, já que nosso boom de produção de riqueza é bem mais recente. Em 1992, um quarto dos domicílios não tinha televisão. Em 2009, 95,6% tinham. A penetração das máquinas de lavar quase dobrou desde 1992 para cá: de 24% das casas para 44%. E tem os celulares. No ano 2000, a Finlândia chegava à marca de um celular por habitante. Em 2010, o Brasil ultrapassou. E hoje temos 247 milhões de linhas, ativas, contra 195 milhões de habitantes.

Mas agora a prosperidade é a vilã. O discurso comum é o de que, nesse ritmo, a Terra não aguenta. Haja lítio para tanto celular. Haja carvão para tanto consumo de energia. Haja fertilizante para os trabalhadores braçais que hoje se alimentam mais e melhor que o rei Henrique 8º. A conta também não fecha mais para o motor de combustão interna. Nem para o carvão como fonte de energia - não dá mais para brincar com as emissões de CO2, e com o clima. E tem a água: a produção de 1 kg de carne demanda 15 mil litros de água. E com bilhões de Henriques 8ºs por aí, o planeta chia: hoje 2,7 bilhões de pessoas sofrem com falta de água pelo menos durante um mês por ano. Mas, de novo, nada disso significa que Thomas Maltus estava certo. A tecnologia que nos livrou do caos lá atrás agora nos leva a outro caos. Ok. Só que já começam a pipocar soluções. Na ponta da energia, há o "carvão limpo" - termelétricas que eliminam o CO2 da fumaça que emitem. Os gastos com essa filtragem seriam cobertos com um aumento de 30% na conta de luz - indigesto, mas viável. E a fusão nuclear, que não deixa resíduos radiativos e promete energia virtualmente infinita, continua no horizonte. Na ponta da água, a solução pode estar numa criação do inventor do Segway, Dean Kamen: um aparelho capaz de transformar água salgada (e de esgoto e de rios poluídos) em água potável. Cada unidade, do tamanho de um frigobar, produz mil litros de água por dia - havendo energia limpa e barata para que esses "frigobares" possam trabalhar, teremos água para tantos quantos cavalos ou Heriques 8ºs existirem no mundo. Tudo isso é a salvação da lavoura?

Não. Temos muito a resolver antes de decretar a viabilidade de um mundo para 10, 20 bilhões de pessoas. Mas iniciativas desse tipo mostram um ponto que Thomas Malthus e outros profetas do apocalipse não costumam levar em conta: o de que a inventividade humana não é petróleo. É um recurso Infinito.
por Alexandre Versignassi

COMO TER SORTE - MANUAL DE INSTRUÇÕES

Todo mundo tem sorte (e azar) na vida. Mas isso não acontece por acaso. É uma mistura de matemática e psicologia - da sua atitude diante das coisas. Sim, você pode mudar a própria sorte. Comece agora.

Quando você terminar de ler esta reportagem, não podemos garantir que vá ganhar na loteria. (Sua chance de acertar na Mega-Sena é de apenas 1 em 50 milhões. Sorry.) Mas você vai virar craque em jogos de dados. E, principalmente, vai aprender a fazer escolhas melhores e atrair mais oportunidades na vida - em especial aquelas que são geradas por uma sequência de acasos e parecem cair do céu. Aquelas que parecem pura... sorte. E também talvez aprenda a pegar pênaltis.

No dia 19 de maio deste ano, 62 500 torcedores viram o jogador holandês Arjen Robben, do Bayern de Munique, ajeitar a bola a 11 metros do gol de Pete Cech, do Chelsea. O cronômetro marcava 4 minutos da prorrogação da final da Copa dos Campeões da Europa, e Robben tinha a chance de marcar um pênalti que provavelmente daria o título a seu time.

Pênalti é loteria, dizem. Quem chuta tem o controle da situação, mas para o goleiro tudo depende do acaso. Ele pouco pode fazer além de treinar seus reflexos e tentar adivinhar o canto onde a bola vai. Robben correu e chutou rasteiro no canto esquerdo - bem nos braços do goleiro. Será que Cech teve sorte de adivinhar o lado? O jogo foi para os pênaltis, e ele mostrou que era mais do que isso. Em 5 cobranças, defendeu duas - e acertou o canto escolhido pelo batedor em absolutamente todas. É impossível ter mais sorte do que isso em um jogo de futebol.

Sorte? Cech revelou seu segredo ao final do jogo. Ele tinha um DVD com todos os pênaltis batidos pelo Bayern desde 2007. Ao longo desses anos, Robben certamente não mandou a bola sempre no mesmo lugar. Cada vez ele chutava de um jeito, numa sequência de variações aparentemente aleatórias. Só que, estudando dezenas de cobranças, o goleiro percebeu que não era bem assim. Notou que Robben tinha ligeira preferência por chutar rasteiro e no canto esquerdo. Uma tendência discreta, que jamais chamaria a atenção - a não ser que você tivesse a paciência, como Cech teve, de estudar 5 anos de cobranças. Ele encontrou um padrão no que parecia aleatório. E, a partir dele, constatou: a chance de que a bola fosse baixa e no canto esquerdo era maior. Pulou nessa direção e pegou o pênalti.

Sorte é acaso. 
Mas você pode influenciar esse acaso a seu favor: basta encontrar alguma lógica naquilo que parece aleatório. É mais fácil do que parece, mesmo porque o ser humano já vem fazendo isso há muito tempo. Veja a questão do clima, por exemplo. Num dia chove, no outro faz sol. Essa alternância não tinha nenhum sentido para os homens das cavernas. Parecia apenas uma questão de sorte. Mas aos poucos, nossos antepassados foram decifrando a lógica daquilo. A humanidade inventou o primeiro calendário, e a partir daí percebeu que existiam anos, meses e estações, épocas em que a probabilidade de chover ou fazer sol é maior ou menor. E isso permitiu que fizéssemos nossa primeira grande invenção: a agricultura. Sabendo a melhor época do ano para plantar e colher, o homem se tornou capaz de produzir a própria comida. Analisou o que parecia indefinido (o clima), encontrou uma lógica naquilo (as estações), calculou as probabilidades (de chuva ou sol) e as explorou. Em suma: controlou a própria sorte. Isso aconteceu muitas vezes na história (as grandes navegações, por exemplo, só foram possíveis porque a humanidade encontrou lógica no movimento aparentemente aleatório dos astros e das marés). E pode acontecer na sua vida.

Claro, sempre acontecerão coisas que parecem - e são - aleatórias. Imagine que a sorte são bolinhas caindo do céu. Você não sabe quando elas vão cair nem de que lado. Mas se construir um funil bem grande, a chance de pegar as bolinhas será maior. Como construir esse funil? Reunindo o máximo possível de informações sobre cada situação e calculando as probabilidades envolvidas. "A previsão fica melhor conforme você tem mais informações sobre o fenômeno", diz Jason Gallas, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e doutor em Teoria do Caos, ramo da ciência que estuda o acaso.

Tudo é uma questão de probabilidade. Suponha que você more em São Paulo e tenha um carro. Pode ter o azar de se envolver num acidente de trânsito, e até, azar supremo, morrer em consequência dele. Cruz-credo. Para esquecer o sinistro trânsito paulistano, que tal relaxar nas belas praias de Vitória, Espîrito Santo? Afinal, que sorte, as suas férias estão chegando. Sorte? No caso, você deu azar: em Vitória, a chance de morrer em decorrência de acidentes de trânsito é 3,4 vezes maior do que em São Paulo, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O que parecia sorte (descansar na praia), na verdade, pode ser um foco de azar. Muito do que entendemos por sorte e azar depende das informações que temos sobre o que acontece a nosso redor. Veja o caso da americana Marilyn Vos Savant, que nos anos 80 entrou no livro Guinness dos recordes como a pessoa com o maior QI já registrado até então (228). Nessa época, ela começou a assinar uma coluna chamada Ask Marilyn ("pergunte a Marilyn"), meio parecida com o Oráculo, da SUPER. A coluna era publicada em mais de 300 jornais e revistas mundo afora.

E, em setembro de 1990, Marilyn recebeu uma pergunta que a tornaria ainda mais famosa: "Os participantes de um programa de auditório podem escolher entre 3 portas. Atrás de uma delas, há um carro. Atrás das outras, há apenas cabras. Depois que um dos participantes escolhe uma porta, o apresentador, que sabe o que há atrás de cada porta, abre uma das que não foram escolhidas, revelando uma cabra. Ele então pergunta ao participante: `Você gostaria de mudar sua escolha para a outra porta fechada?¿ Para o participante, é vantajoso mudar?"

A resposta parece óbvia. Cada uma das portas restantes tem 50% de chance de ser a que esconde o carro e, portanto, tanto faz se você mudar ou ficar no mesmo lugar. Mas Marilyn respondeu que era mais vantajoso trocar de porta. Foi um escândalo. Ela recebeu mais de 10 mil cartas, quase todas dizendo, basicamente, que seu QI altíssimo era uma fraude. Até professores de matemática pediram, enfurecidos, que ela se retratasse. A repercussão foi tanta que o caso ficou conhecido entre matemáticos como "o problema de Monty Hall", já que a pergunta havia sido feita com base no programa Let's Make a Deal ("Vamos Fazer um Acordo"), game show apresentado por Monty Hall na TV americana.

Vamos à explicação de Marilyn: quando você escolhe uma das 3 portas, sua chance de ganhar o carro é de 1/3. Isso significa que a probabilidade de encontrar uma cabra é 2/3, ou seja, o dobro. Acontece que essa probabilidade, embora não pareça, se mantém a mesma depois que o apresentador abre uma das portas (mesmo porque o carro continua no mesmo lugar). Se você tiver escolhido a porta certa (probabilidade de 1/3) e mudar, perderá. Mas se você tiver escolhido uma porta errada (probabilidade de 2/3) e mudar, ganhará. Então, se você mudar, sua chance de ganhar se torna duas vezes maior do que a probabilidade de errar de novo. A história do programa comprovou a tese. Houve duas vezes mais ganhadores entre aqueles que mudaram de porta do que entre os que mantiveram a escolha inicial.

Conclusão: você pode aumentar suas chances se conhecer as probabilidades envolvidas, e arriscar na vida pode ser uma boa ideia. Mas o que significa arriscar, exatamente? No dia a dia, é ter a coragem de fazer algo aparentemente muito simples: se comportar como se você fosse uma pessoa de sorte.

COMO ATRAIR A SORTE
Sorte não é uma coisa mágica, que abençoa algumas pessoas e outras não. A rigor, ela é a mesma para todo mundo. Numa experiência que ficou famosa, o psicólogo inglês Richard Wiseman foi a um programa de televisão inglês que tinha 13 milhões de telespectadores e pediu: se você é muito sortudo ou muito azarado, entre em contato. Um milhão de pessoas respondeu, e as mil primeiras receberam um formulário que permitiria aos pesquisadores classificá-las como sortudas ou azaradas. Nesse formulário, os voluntários também deviam fazer uma aposta na loteria. A tese do pesquisador era a seguinte: se os sortudos possuem algum dom "divino", sobrenatural, extrassensorial ou qualquer coisa que o valha, eles se sairiam melhor na loteria - que depende apenas da sorte pura e simples. Pouco mais de 700 pessoas responderam. Dessas, apenas 36 acertaram algum número da loteria - igualmente separadas entre sortudas e azaradas. Duas pessoas acertaram 4 números e ganharam 58 libras. Uma se considerava sortuda e a outra azarada. Empate. Ou seja: todos temos a mesma chance de ter sorte. Só achamos que somos diferentes uns dos outros. E isso acaba nos tornando diferentes.

Ou seja: uma pessoa é sortuda porque se comporta de maneira sortuda. Como coisas boas acontecem para quem age com otimismo e está aberto às oportunidades, os sortudos se beneficiam de um ciclo virtuoso de sorte: eles se consideram sortudos e, a partir dessa crença, agem do jeito certo para aproveitar a sorte. O azarado se irrita na fila do supermercado, evita conversas com estranhos e, quando aceita trocar algumas palavras com alguém, frequentemente está preocupado com outra coisa - a ponto de não perceber que está diante do amor da sua vida ou de seu futuro empregador. Depois de jogar uma oportunidade fora, evita passar debaixo de uma escada, uma superstição boba e vazia. Enquanto isso, o sortudo aproveita a fila para bater papo (porque as pessoas que se consideram sortudas, como ele, exibem em média 27% maior extroversão em testes de personalidade). E descobre que o cara da frente está vendendo um ótimo carro, justamente aquele modelo que ele queria, na cor que ele queria, e com um preço incrível. Mais tarde, ao contar aos amigos, diz que deu sorte de cair justo naquela fila. Percebeu? Em ambos os casos, a situação e o contexto são exatamente os mesmos. Só muda o que cada um fez deles. E esse é o segundo eixo da sorte: a capacidade de transformar encontros casuais em situações positivas. Porque sorte é, sim, uma questão de comportamento. Depois de realizar centenas de entrevistas e submeter um grupo de pessoas a testes de personalidade, além de acompanhar a rotina dos participantes do estudo através de diários preenchidos pelos próprios voluntários, Richard Wiseman concluiu que há uma consistência na sorte. Se ela fosse totalmente aleatória, seria razoável supor que algumas pessoas terão sorte no amor, mas azar no trabalho. Certo? Errado. Em seus testes, Wiseman descobriu que quem se sentia azarado na carreira invariavelmente também estava mal resolvido no relacionamento. E vice-versa: os abençoados nas finanças diziam ter sorte na família. "Algumas pessoas parecem capazes de atrair boa sorte, enquanto outras são um imã para o azar", explica Wiseman em seu livro O Fator Sorte.

Existem 8 truques que comprovadamente ajudam a atrair sorte [veja quadro ao lado]. Dedique-se a eles por algum tempo, como um mês, e você certamente notará diferenças na sua vida. Vale a pena. "O esforço pessoal é importante. Porque, por meio dele, você pode estar preparado para tirar vantagem da sorte. Ou porque, tentando muitas e muitas vezes, tem mais chances de ser ajudado por ela", diz o físico Leonard Mlodinow, autor de um livro sobre os acasos do dia a dia (O Andar do Bêbado) e, aliás, um sortudo sobrevivente dos atentados de 11 de Setembro - ele teve o azar de estar no World Trade Center no momento dos ataques terroristas, mas a sorte de conseguir escapar. Com determinados comportamentos, é possível, sim, mudar a própria sorte.

Ela não é só isso, claro. Sorte também depende da genética: que é influenciada por coisas que acontecem antes de você nascer, sobre as quais você não tem controle. Você não pode mudar a genética - mas pode aprender a tirar proveito dela.

SORTE DE NASCENÇA
O goleiro Petr Cech soube construir a própria sorte. Mas é claro que ele também teve sorte ao longo da vida para chegar aonde chegou. Sorte de nascer com os genes necessários para ser alto. E sorte de ter nascido no mês de maio. Assim como a esmagadora maioria dos atletas de elite, Cech passou por categorias de base, que são separadas por idade. Só que os garotos que fazem aniversário num determinado ano sempre são agrupados na mesma categoria. Na prática, isso significa que um menino que nasceu no começo do ano leva vantagem física sobre os demais - simplesmente porque, na prática, ele é mais velho. Quando era um garoto de 12 anos, Cech provavelmente era mais alto e forte que seus companheiros, que ainda tinham 11 anos e só iriam completar 12 no final do ano. E ele soube tirar proveito disso. Quando olheiros viam Cech jogar, enxergavam nele um rapaz mais preparado e o chamavam para times melhores, com técnicos melhores. Aos poucos, o pequeno Petr se transformou num atleta melhor que os colegas nascidos no segundo semestre. Uma vantagem aleatória (data de nascimento) se transforma numa vantagem real.

Esse efeito foi observado pela primeira vez em meados dos anos 80 pelo psicólogo canadense Roger Barnsley. Por acaso, olhando a planilha de jogadores de um time júnior de hóquei, Barnsley percebeu que 51% dos garotos haviam nascido entre janeiro e abril. O pesquisador decidiu estudar o fenômeno e viu que ele se repetia por toda parte. Havia 5,5 vezes mais garotos nascidos em janeiro do que em novembro na liga júnior de Ontario, no Canadá. Essa regra é uma espécie de lei não escrita dos esportes. Sempre funciona. Por exemplo: na seleção de juniores de 2007 da República Checa, terra de Petr Cech, 76% dos jogadores faziam aniversário nos primeiros quatro meses do ano e apenas 5% assopravam as velinhas entre setembro e dezembro. Quer mais? Pegue a lista de convocados para a Seleção Brasileira em maio. Dos 23 jogadores, apenas 4 (17,4%) nasceram entre setembro e dezembro. A maioria dos convocados, 14, faz aniversário no primeiro semestre (caso você esteja se perguntando, Neymar é de 5 de fevereiro).

Outros elementos genéticos, como nascer alto e bonito, também influem na sorte. Uma famosa pesquisa feita pela Universidade da Flórida constatou que pessoas mais altas ganham mais: a cada 2,5 cm de altura, são US$ 789 a mais por ano. E mulheres bonitas ganham 8% a mais que as medianas, segundo um estudo feito pelo economista Daniel Hamermesh, da Universidade do Texas. No caso das gêmeas Gisele e Patrícia Bündchen, muito mais do que 8%. As duas são bonitas. Mas uma é mais bonita, e por isso se tornou a modelo mais bem-paga do mundo, com patrimônio estimado em mais de US$ 250 milhões. A outra não. Patrícia teve o `azar¿ de ser gêmea bivitelina (geneticamente não idêntica) de Gisele. Mas soube transformar isso em sorte: abriu a própria agência para administrar a carreira da irmã.

A genética também está na base de muitas doenças graves, de alzheimer e alcoolismo a câncer e problemas cardíacos. Se você nasceu com um DNA que predispõe a essas coisas, deu azar. Mas pode transformar isso em sorte: várias empresas, como a americana 23andMe (23andme.com), já oferecem testes genéticos que podem ser feitos pelo correio: você envia uma pequena amostra de saliva para a empresa, paga uma taxa de US$ 300 e recebe os resultados em casa. Aí, se descobrir que tem propensão a desenvolver alguma doença, pode começar o tratamento décadas antes de os sintomas aparecerem, e com isso reduzir seu risco de ter problemas. "Eu vejo a sorte e o azar acontecendo na minha frente todos os dias. A verdade é que a sorte depende do acesso à informação e, a partir daí, do cuidado com a saúde", diz o geneticista Salmo Raskin, da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e um dos diretores da Sociedade Brasileira de Genética Médica.

Tendo informação, é possível entender a própria genética e se adaptar a ela. Sabe aquele seu conhecido que adora comer salada e, por causa disso, nunca engorda? Provavelmente ele nasceu com a versão "boa" do gene TAS2R38 - que regula a sensibilidade do paladar a determinados vegetais, como brócolis, couve-flor e espinafre, e determina quão saborosos eles são para a pessoa. Quem tem a versão ruim desse gene, cerca de 75% da população, percebe certos alimentos como amargos, e não gosta muito deles. Se você não gosta de salada, agora sabe o provável motivo disso. E pode mudar a própria alimentação (que tal experimentar a couve-flor grelhada?).

EFEITO BORBOLETA
Ok, você aprendeu que é importante calcular as probabilidades das coisas - e que, para ter sorte, é fundamental se comportar como uma pessoa de sorte. Mas sempre existirão coisas totalmente incontroláveis, puramente dependentes do acaso.

A ciência faz um grande esforço para dar ordem ao emaranhado de ações e reações da natureza. Mas a tarefa não é simples. Se fosse, você não chegaria em casa ensopado depois de confiar na previsão furada feita pela moça do telejornal. Nem sempre os padrões identificados no passado podem ser aplicados no presente e, menos ainda, no futuro. Curiosamente, foi logo um meteorologista, o americano Edward Lorenz, o primeiro a perceber isso. Em 1961, ele tentou jogar num computador toda a informação sobre as condições climáticas do planeta - e, se baseando nisso, fazer uma previsão do tempo. Deu certo. Até que um dia ele resolveu tentar fazer uma previsão mais distante. Imprimiu a última simulação que tinha feito e começou uma nova a partir dos resultados daquela, confiante de que o computador acertaria. Não foi isso o que aconteceu. O clima se comportou de maneira totalmente diferente da prevista por Lorenz, e por um motivo muito simples: a máquina armazenava os dados de maneira mais complexa, com até seis casas decimais (como 0,293416, por exemplo), enquanto os dados impressos eram simplificados para no máximo três casas (como 0,293). Lorenz se deu conta que alterações quase insignificantes poderiam mudar drasticamente o resultado final, e chamou isso de Efeito Borboleta: porque algo muito pequeno, como o bater de asas de uma borboleta, poderia causar algo muito grande, como um tornado em outra parte do mundo. Esse conceito transformou o estudo do caos. Na vida, existem coisas que são realmente imprevisíveis, e por isso impossíveis de influenciar. Nesses casos, nos resta apenas interpretar os acontecimentos de uma forma que favoreça a nossa sorte. Como Frano Selak.

Nascido na Croácia, Selak teve uma vida incrível. Escapou da morte 7 vezes, ao se envolver em acidentes graves a bordo de aviões, trens, carros e ônibus. Mas sobreviveu a todos - e acabou ganhando uma fortuna na loteria. Selak ficou conhecido na Europa como "o homem mais sortudo do mundo". Na mais espetacular das disputas contra a morte, em 1963, o croata estava voando em um avião. De repente, uma porta abriu sozinha. Os passageiros foram ejetados e despencaram para a morte. Dezenove deles morreram. Frank? Caiu bem em cima de uma pilha de feno, e se salvou.

Mas, provando que sorte sempre é uma questão de interpretação, o croata se achava um azarado. "Nunca pensei que eu era sortudo por ter sobrevivido. Eu achava que era azarado de estar envolvido nos acidentes", disse a um jornal britânico. Trinta anos depois, ele ganhou na loteria, comprou uma ilha privada e viveu com luxo por anos. Até que percebeu que o dinheiro não lhe trazia felicidade e decidiu doar tudo, vender a mansão e se mudar para uma residência modesta com a quinta esposa. Selak só começou a se considerar sortudo depois de conhecer a mulher atual. "Todos os outros casamentos foram desastres", disse.

Outra história ajuda a mostrar como o que interessa não é ganhar ou perder, mas o modo como encaramos os fatos. No início deste ano, os moradores da vila de Sodeto, na Espanha, fizeram um bolão para jogar numa espécie de Mega-Sena acumulada, o maior prêmio da loteria espanhola. Um membro de uma associação local bateu em cada uma das 70 casas do vilarejo para vender os tíquetes. E, para sorte geral, todos os 250 moradores ganharam na loteria. Exceto Costis Mitsotakis. O funcionário havia esquecido de oferecer o bolão para ele. De uma hora para outra, todos os conhecidos de Mitsotakis estavam ricos, menos ele. Mas o grego, que estava tentando vender um terreno, sem sucesso, percebeu que a riqueza dos vizinhos podia lhe beneficiar. Logo recebeu duas propostas. Transformou o azar em sorte.

O que é o mesmo que dizer que você pode conhecer a pessoa da sua vida porque perdeu um voo - ou perdê-la porque conseguiu embarcar no avião e ela não. Então, da próxima vez que você der de cara com um embarque encerrado, pegar uma fila, tropeçar na rua ou se deparar com algum contratempo que pareça azar, lembre-se: pode ser seu dia de sorte.

Aja como uma pessoa de sorte:
As pessoas que se consideram sortudas têm algumas características em comum - que você pode facilmente adotar na sua vida

1. Multiplique as chances
Sabe aquele conhecido que vive ganhando em promoções? Ele ganha porque joga. Participe mais de concursos.

2. Seja sociável
Quanto mais pessoas você conhecer, maior é a chance de que alguma delas traga boas notícias - como uma oferta de trabalho.

3. Tenha calma
Se você vive correndo, jamais terá a sorte de notar aquela nota de R$ 50 dando sopa na calçada.

4. Busque o novo
Faça coisas diferentes. Com isso, sua chance de ter sorte se torna estatisticamente maior.

5. Aceite o acaso
Não tente ser racional o tempo todo. Aceite que a vida tem coisas aleatórias.

6. Medite
Ajuda a tomar boas decisões, o que é essencial à sorte. Um estudo constatou que as pessoas sortudas meditam com mais frequência.

7. Acredite
Se você não acredita que vai encontrar sua cara-metade, provavelmente não vai encontrar mesmo. Seja otimista.

8. Não dê bola para os números
Queria se candidatar a um concurso concorridíssimo, mas desistiu porque a chance era pequena? Ao desistir ela passou a ser de 0%. E facilitou a vida do sortudo que conquistou a vaga.


Transforme o azar em sorte:
Você terá azar de vez em quando. Mas, quando isso acontecer, esteja preparado.

1. Seja positivo
Quando você está no banco, assaltantes entram e atiram e acertam seu braço de raspão. O azarado reclama de estar ali. O sortudo comemora ter se salvado por pouco.

2. Pense a longo prazo
Talvez você seja demitido hoje, mas encontre um trabalho melhor amanhã - oportunidade que só notou porque estava desempregado.

3. Não se lamente
Ficar pensando no pneu furado não fará com que um novo apareça magicamente no lugar dele.

4. Seja ativo
Analise objetivamente a situação de azar, e mude sua conduta a partir disso (encha menos o pneu ou tente evitar ir ao banco, por exemplo).
por Alexandre de Santi e Cristine Kist

DO CARRO AO ISQUEIRO - FEITOS PARA NÃO DURAR - VEJA QUANTO TEMPO DURAM


Seu computador quebrou de novo. Há uma conspiração da indústria para que ele seja descartável? Especialistas ouvidos dizem que não, pois isso queimaria a imagem da marca. Mas há outro lado: para deixá-los baratos, é preciso cortar custos e, com isso, a vida útil dos produtos.

A corrida para o lixo
Quanto tempo produtos durariam se não fossem trocados ao parecer obsoletos?

Isqueiro - 5 meses
É o quanto vai durar se o fumante queimar 20 cigarros ao dia. São 3 mil chamas - "idênticas à primeira" -, segundo a fabricante Bic. Mas a questão é: quem conhece alguém que não perde o isqueiro antes de acabar?

Lâmpada fluorescente compacta - 1 ano
Segundo fabricantes, as lâmpadas fluorescentes compactas aguentam de 5 mil a 10 mil horas, mas, num teste do INMETRO, 7 em 11 marcas queimaram antes de completar 2 mil horas. Já as incandescentes não passam de mil horas.

Tênis - 1 ano, se andar 1,5 km por dia
Um tênis aguenta em média 800 km - o equivalente a ir e voltar de São Paulo ao Rio de Janeiro a pé. Depois disso, a sola perde a resistência. Mas isso depende de seu peso, de onde caminha e se você corre ou anda - e do tênis, claro.

Smartphone - 3 anos
Sim, ele vai aguentar mais. Mas depois de 400 a 800 recargas, sua bateria vai durar cada vez menos. E, antes de arriar de vez, o processador do celular não dará mais conta de aplicativos mais novos.

CD/DVD - 5 anos
É comum essas mídias começarem a dar problema pela deterioração do material e pelo mau acondicionamento - umidade, sujeira, poeira, calor excessivo e fricção. Melhor salvar no hd? Nem tanto - seu risco de quebra também aumenta após os 5 primeiros anos.

Geladeira - 20 anos
Com o tempo, o motor começa a falhar. Hoje, são baratas o suficiente para comprar outra mais moderna em vez de levá-la para conserto. E você poderá ter a que filtra água, faz gelo ralado e acessa a internet.

E as geladeiras de antes? Elas não duravam a vida inteira? 
Não, diz Renato Giacomini, coordenador do curso de Engenharia Elétrica da FEI. "Elas tinham problemas mecânicos, enferrujavam, e a gente tinha de mandar consertar."

Carro - 20 anos
Tudo depende do uso e da manutenção. Aos 10 mil km é o filtro de ar. Aos 20 mil km, as velas. A partir dos 40 mil km, os amortecedores e pneus, se o carro for sofredor. Mas é entre os 100 mil e 150 mil km que começam os problemas sérios.
As trocas começam já entre 3 e 5 anos de uso, bem antes de o carro começar a dar problema de fato. Uma razão para isso são os redesenhos anuais, que fazem o carro perder a cara de "modelo do ano". Outra é bem simples: evitar manutenção.

Televisor LCD/LED - 25 anos, ligado 8 horas por dia
Depois de 75 mil horas de uso em condições ideais, a luz de fundo (backlight) começa a escurecer até queimar. Dá para mandar consertar, mas até lá, já terá virado peça vintage. Como a tv de tubo nos tempos de hdtv.

Livro - 50 anos. Ou séculos.
Livros de bolso são feitos de papel-jornal, ficam com páginas amareladas e quebradiças. Afinal, não são feitos para sobreviver numa estante. Já os de papel bom duram mais de século. O problema é o manuseio, que leva a problemas na encadernação.
Numa biblioteca, os livros aguentam até 35 empréstimos. Mas, se ficarem longe das mãos dos leitores, duram bem mais. O manuscrito mais antigo da Biblioteca Nacional, por exemplo, tem 10 séculos.

Nem vale consertar
Eletroportáteis ficaram tão baratos que o conserto pode sair mais caro do que um novo

TORRADEIRA
Novo - R$ 90
Troca de resistências - R$ 120

ASPIRADOR
Novo - R$ 150
Troca de motor - R$ 120

BATEDEIRA
Novo - R$ 100
Troca de motor - R$ 65

LIQUIDIFICADOR
Novo - R$ 100
Troca de motor - R$ 55

por Raphael Soeiro e Samuel Rodrigues
Fontes: Adriana Marotti de Mello, professora da FEA-USP; Neil Maycroft, Consumption, planned obsolescence and waste; Rafael Lamardo, professor de Tecnologia da Informação da ESPM; Renato Giacomini, coordenador do curso de Engenharia Elétrica da FEI; Vera Rita de Mello Ferreira, representante no Brasil da International Association for Research in Economic Psychology; National Association of Home Builders; Bic; livestrong.org; Inmetro; Companhia das Letras.

O MELHOR DE PARIS POR LUIS FERNANDO VERISSIMO

Escritor indica o que mais gosta de fazer 
em suas temporadas na capital francesa.
As melhores baguetes e o primeiro bistrô de Paris em Montmartre.
Um roteiro pelos charmosos mercados de rua de Paris.

Habitué de Paris, onde costuma passar temporadas, o escritor Luis Fernando Verissimo está na capital francesa aproveitando os dias de primavera e declara suas preferências.

Um bistrô?
O Chez Georges, perto da Place des Victoires. Pelo arenque.

Um restaurante três estrelas?
Não sei se tem três, mas merecia seis: o Laurent, na Avenue Gabriel, na parte ajardinada do Champs-Elysées. Não há melhor programa em Paris do que almoçar no seu terraço, desde que haja sol e a temperatura permita. A pedida é salada de lagosta, um peixe branco e um Sancerre sincero.

Um almoço?
No Laurent ou no Bar des Théâtres (44, Rue Jean Goujon), que tem um tartar imbatível.

Um jantar?
No L’Astrance, Rue Beethoven. O difícil é conseguir lugar.

Um museu?
O de Arte Moderna, no Palais de Tokyo. No momento está com uma exposição do Robert Crumb fantástica (em cartaz até 19 de agosto).

Uma livraria?
Vou muito na Galignani, Rue de Rivoli, que tem uma ótima seção de livros em inglês.

Um passeio?
Fazer como o Walter Benjamin, que gostava de andar pelas galerias.

Um local?
Um ponto no Quai de la Tournelle onde você tem os fundos da Notre-Dame a sua esquerda e a Île Saint-Louis a sua direita.

Um vinho?
Qualquer Bordeaux de Saint-Estèphe, de preferência baratinho.

Um filme?
O último que vi foi "O artista". Achei simpático.

Um artista?
Vale morto e apenas meio francês? 
O velho Picasso.

Uma lembrança?
A primeira vez em Paris. A primeira caminhada no Champs-Elysées. A sensação de estar numa ideia diferente de cidade e de civilização.

Um desejo?
Voltar a Paris com a minha neta.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
Livros de Edmir Saint-Clair

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