VOCÊ É O QUE NINGUÉM VÊ - Martha Medeiros

Você é os brinquedos que brincou, é os nervos a flor da pele, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra...

Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora...

Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pêlo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é a palavra dita para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda...

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima...

Você é aquilo que reivindica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia...

Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê.

Você é o que ninguém vê...

PRONTA MESMO SÓ A BUNDA – Fernando Bogéa

Muita gente acha estranho que, no exterior, a bunda brasileira faça mais sucesso do que nossas artes, feitos científicos ou descobertas brilhantes. Mas, estranho é se não o fosse.

A explicação está na cara (de quem olha) e na bunda (de quem está na frente sendo olhada(o)).

Passe na orla do Rio, por exemplo, ou em qualquer parque ou academias das cidades que podem se dar ao luxo de tê-las. Milhões de pessoas estão se exercitando cada vez mais. Ainda bem, porque com essa rede pública de saúde, se cada um não achar seu jeito de se prevenir contra doenças e estresse...

É claro que desenvolver bíceps, pernas e barrigas perfeitas não é difícil para quem tem tempo suficiente para isso. Além de ser incomparavelmente mais barato do que implantar e desenvolver academias para o cérebro, para a mente, que se chamam escolas, universidades, cursos e etc.

E uma coisa não se contrapõe a outra. O saudável é exatamente uma bunda bonita num cérebro bem preparado, numa mente aberta e criativa capaz de pensar táticas para melhorar não uma Copa, mas o Mundo.

Precisamos de universitários preparados para bater um bolão e criar projetos jamais imaginados. Precisamos de talentos em todos os campos, em todas as áreas, para driblar as nossas dificuldades e construir um país mais justo.
É desse tipo gol que o Brasil precisa.

Mas, por enquanto, de tudo que os comerciais maravilhosos, veiculados aqui e lá fora, mostram, prontas mesmo só temos as bundas pra mostrar na Copa. 

O resto ainda não ficou pronto.

KANT: TEORIA DO CONHECIMENTO - José Renato Salatiel

A síntese entre racionalismo e empirismo

O filósofo alemão Immanuel Kant responde à questão de como é possível o conhecimento afirmando o papel constitutivo de mundo pelo sujeito transcendental, isto é, o sujeito que possui as condições de possibilidade da experiência. O que equivale a responder: "o conhecimento é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possível". Com isso, o filósofo passa a investigar a razão e seus limites, ao invés de investigar como deve ser o mundo para que se possa conhecê-lo, como a filosofia havia feito até então.

Mas quais são exatamente, segundo Kant, estas faculdades ou formas a priori no homem que o permitem conhecer a realidade ou, em outros termos, o que são essas tais condições de possibilidade da experiência?

Em Kant, há duas principais fontes de conhecimento no sujeito:

A sensibilidade, por meio da qual os objetos são dados na intuição.
O entendimento, por meio do qual os objetos são pensados nos conceitos.

Vejamos o que ele quer dizer com isso, começando pela intuição. Na primeira divisão da Crítica da Razão Pura, a "Doutrina Transcendental dos Elementos", a primeira parte é intitulada "Estética Transcendental" (estética, aqui, não diz respeito a uma teoria do gosto ou do belo, mas a uma teoria da sensibilidade). Nela, Kant define sensibilidade como o modo receptivo - passivo - pelo qual somos afetados pelos objetos, e intuição, a maneira direta de nos referirmos aos objetos.

Funciona assim: tenho uma multiplicidade de sensações dos objetos do mundo, como cor, cheiro, calor, textura, etc. Estas sensações são o que podemos chamar de matéria do fenômeno, ou seja, o conteúdo da experiência. Mas para que todas estas impressões tenham algum sentido e entrem no campo do cognoscível (daquilo que se pode conhecer), elas precisam, em primeiro lugar, serem colocadas em formas a priori da intuição, que são o espaço e o tempo.

Estas formas puras da intuição surgem antes de qualquer representação mental do objeto; antes que se possa pensar a palavra "cadeira", a cadeira deve ser apresentada, recebida, na forma a priori do espaço e do tempo. Este é o primeiro passo para que se possa conhecer algo.

Assim, apreendemos daqui duas coisas: primeiro, o conhecimento só é possível se os objetos da experiência forem dados no espaço e no tempo; e, segundo, espaço e tempo são propriedades subjetivas, isto é, atributos do sujeito e não do mundo (da coisa-em-si).

Espaço e tempo Espaço é a forma do sentido externo; e tempo, do sentido interno. Isto é, os objetos externos se apresentam em uma forma espacial; e os internos, em uma forma temporal.

Como Kant prova isso? Pense em uma cadeira em um espaço qualquer, por exemplo, em uma sala de aula vazia. Agora, mentalmente, retire esta cadeira da sala de aula. O que sobra? O espaço vazio. Agora tente fazer contrário, retirar o espaço vazio e deixar só a cadeira. Não dá, a menos que sua cadeira fique flutuando em uma dimensão extraterrena.

E o tempo? Ele é minha percepção interna. Só posso conceber a existência de um "eu" estando em relação a um passado e a um futuro. Só concebemos as coisas no tempo, em um antes, um agora e um depois. Voltemos ao exercício mental anterior: podemos eliminar a cadeira do tempo - ela foi destruída, não existe mais. Porém, não posso eliminar o tempo da cadeira - eu sempre a penso em uma duração, antes ou depois.

A conclusão é de que é impossível conhecer os objetos externos sem ordená-los em uma forma espacial - e de que nossa percepção interna destes mesmos objetos fica impossível sem uma forma temporal.

Além disso, espaço e tempo preexistem como faculdades do sujeito - e, portanto, são a priori e universais - quando eliminamos os objetos da experiência. Por isso, segundo Kant, espaço e tempo são atributos do sujeito e condições de possibilidade de qualquer experiência.

As categorias Na segunda parte da "Doutrina Transcendental dos Elementos", a "Analítica Transcendental", Kant analisa os conceitos puros a priori do entendimento, pelos quais representamos o objeto.

Vamos rever o esquema do conhecimento, antes de avançar. Temos objetos no mundo, que só podemos conhecer como fenômenos, isto é, na medida em que aparecem para o sujeito. Fora do sujeito, como coisa-em-si, estão fora do alcance da razão.

Mas, para serem fenômenos, estas coisas precisam, antes de tudo, aparecer no espaço e tempo, que são faculdades do sujeito. Vejo uma árvore. Esta árvore eu vejo em suas cores e formas, que são as sensações deste objeto. Estas sensações são recebidas e organizadas pela intuição no espaço e no tempo. Esta é a primeira condição para o conhecimento.

O segundo momento, depois de o sujeito receber o objeto na intuição, na sensibilidade, pela faculdade do entendimento ele reunirá estas intuições em conceitos, como, por exemplo, "Árvore" ou "A árvore é verde". Esta é a segunda condição para o conhecimento.

Os conceitos básicos são chamados de categorias, que são representações que reúnem o múltiplo das intuições sensíveis. As categorias, em Kant, são 12:

1. Quantidade: Unidade, Pluralidade e Totalidade.
2. Qualidade: Realidade, Negação e Limitação.
3. Relação: Substância, Causalidade e Comunidade.
4. Modalidade: Possibilidade, Existência e Necessidade.

São formas vazias, a serem preenchidas pelos fenômenos. Os fenômenos, por outro lado, só podem ser pensados dentro das categorias.

Em Hume, a causalidade - relação de causa e efeito - era um hábito, uma ilusão. Já para Kant, Hume estava errado em procurar a causalidade na Natureza. Só podemos pensar as coisas em uma relação de causa e efeito porque a causalidade está no sujeito, não no mundo. Uma criança vê uma bola sendo arremessada (causa) e olha na direção de quem atirou a bola (efeito). Como a criança liga um fato com o outro? Porque ela possui, a priori, a categoria de causalidade, que a permite conhecer.

Chegamos, portanto, a uma síntese que Kant faz entre racionalismo e empirismo. Sem o conteúdo da experiência, dados na intuição, os pensamentos são vazios de mundo (racionalismo); por outro lado, sem os conceitos, eles não têm nenhum sentido para nós (empirismo). Ou, nas palavras de Kant: "Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas."

Considerações finais
É um lugar-comum dizer que Kant é um divisor de águas na filosofia, mas é verdade. O sistema kantiano foi contestado pelos filósofos posteriores. No entanto, suas teorias estão na raiz das principais correntes da filosofia moderna, da fenomenologia e existencialismo à filosofia analítica e pragmatismo. Por esta razão, sua leitura é obrigatória para quem se interessa pela história do pensamento moderno.

OS OMBROS SUPORTAM O MUNDO - Carlos Drummond de Andrade


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

UMA IDÉIA QUE PODE MUDAR O ENSINO NO BRASIL – Edmir Silveira

Numa conversa, uma amiga me contou que ouvira, numa entrevista na TV, uma coisa que lhe chamou muito a atenção. Segundo ela, poderia revolucionar o ensino no Brasil. E, o que mais a impressionara na idéia, era sua simplicidade.

Segundo ela, num programa de entrevistas, o ator Marcos Palmeira, havia dito:

“- ...O ensino no Brasil só vai melhorar o dia que todos os ocupantes de cargos eletivos, do Presidente da República ao vereador da menor cidade, for obrigado a utilizar a rede pública para promover a educação dos seus próprios filhos”.

Não sei se a idéia é dele, mas é brilhante. E o fato dele citá-la num programa de grande audiência já o faz co-autor da propagação desta brilhante solução.

Imaginem o poder de um grande movimento nacional se insurgindo contra essa calamidade criminosa que se promove com o ensino, com o preparo dos filhos do país. Todos exigindo que essa lei fosse proposta e promulgada o mais urgente possível. Para começar, todos os congressistas e portadores de cargos eletivos entrariam em pânico!

Para que desse certo seria preciso uma pressão popular sem precedentes. Mas, para isso, hoje existe internet e as redes sociais que já demostraram o poder que tem e do que são capazes de mobilizar em tempo real.

Será difícil, mas será a grande redenção do Brasil. Será um salto incalculável. Basta mudar a qualidade do ensino que todo o resto muda. O conhecimento muda tudo. Inclusive, transforma vidas infelizes em vidas felizes.

Hoje, são milhões de crianças e jovens que já nascem condenados ao sofrimento e a infelicidade. Milhões com nenhuma oportunidade real de progredir, de evoluir. Condenados a infelicidade. Porque conhecimento amplia as possibilidades de se alcançar sonhos e metas. Negar o acesso ao conhecimento é negar qualquer possibilidade de felicidade.

Pessoas que raciocinam, cobram mais, conhecem mais seus direitos e o poder que tem quando mobilizadas.

É espantoso que dezenas de pessoas conceituadas, formadoras de opinião tenham se espantado e rotulado as manifestações do ano passado, durante a Copa das Confederações, como manifestações de Mauricinhos e Patricinhas da classe média. Eles estão absolutamente certos!

Porque? Porque só esses Mauricinhos e Patricinhas tem o conhecimento necessário, por terem dinheiro para pagar uma boa formação, e para entender o que está acontecendo, e, principalmente. por que são pessoas do bem. Seres humanos evoluídos, do bem. São boas pessoas e bons brasileiros. Graças a generosidade deles em pensarem nos que não são iguais a eles, graças ao fato deles existirem e saírem de suas casas, provavelmente muito confortáveis, para levar porrada no centro da cidade, seja no Rio ou qualquer outra capital, já os faz heróis. Já os faz os líderes que estão tentando acordar esse país. Líderes carregados de legitimidade e consciência social.

Lembro, aos que ao rotularam o movimento de "mauricinhos da classe média entediados e sem nada pra fazer”, que, até agora, foram eles os únicos a fazer alguma coisa.

Devíamos sim, sair as ruas para impor que todos os filhos de ocupantes de cargos eletivos tenham, obrigatoriamente, que estudar na rede pública. Tenham que ser atendidos nos hospitais públicos. Marcos Palmeira está certíssimo e exibiu a idéia com clareza e simplicidade.

Em muito menos tempo do que construímos esses gigantescos e monumentais Coliseus megalômanos chamados estádios da Copa da FIFA, estaríamos reconstruindo e qualificando toda nossa rede de ensino e saúde. Estaríamos dando um futuro ao país e não uma taça que não vale nada para o jovem que vai passar a vida lutando para comer e dormir quase como ser humano.

Se os governantes forem obrigados a matricular seus filhos na rede pública de ensino, em menos de 4 anos teremos uma das melhores redes de ensino do mundo. Aí sim, começaremos a ter futuro.

Garanto que, durante séculos, nunca mais pensaremos em Copa do Mundo no Brasil. E, quem sabe, seremos um povo verdadeiramente feliz.
Sem precisar nos fantasiar ou nos enganar para isso.

BARUCH SPINOZA - Pensamentos 1

Se os homens tivessem no silêncio a mesma capacidade que têm no falar o mundo seria muito mais feliz.”

As coisas nos parecem absurdas ou más porque delas só temos um conhecimento parcial e estamos na completa ignorância da ordem e da coerência da natureza como um todo.”

Paz não é a ausência de guerra; é uma virtude, um estado mental,uma disposição para a benevolência, confiança e justiça.”

É livre a pessoa se pode avançar abertamente sem ter de utilizar artimanhas.”   

Deixo cada um viver segundo a sua compleição, e aceito que os que assim o queiram morram pelo que acreditam ser o seu bem, contanto que me seja permitido, a mim, viver pela verdade.”

A mente humana é parte do intelecto infinito de Deus.”

Os homens são mais conduzidos pelo desejo cego do que pela razão.”

A paixão sem a razão é cega, a razão sem a paixão é inativa.”

Não é pelas armas, mas pelo amor e pela generosidade que se vencem as almas.”

O homem livre não pensa em nada a não ser na morte; e a sua sabedoria é uma meditação não sobre a morte, mas sobre a vida.”

Tenho evitado cuidadosamente rir-me dos actos humanos, ou desprezá-los; o que tenho feito é tratar de compreendê-los.”

A felicidade é a compreensão lógica do mundo e da vida.”

MUITAS CAMADAS, MUITAS ESCOLHAS - Mônica Raouf El Bayeh


Me tenho em muitas camadas
Em cada uma, uma escolha
Sou cebola cortada e ardida
Garrafa que sem saca-rolha

Um mil-folhas já mordido
Um medo que me recolha
Horas de dolorida lucidez
Outras feliz, desfocada e zarolha

Vago e volto sem rumo
Na procura de quem me acolha
Não aceito qualquer esculacho
Não espere que eu me encolha

Falo o que tenho vontade
Não me prendo, furo e fujo da bolha
Deixo sementes pelo caminho
Na esperança de que alguém colha.

BORBOLETA - Edmir Silveira


Dança borboleta com essa luz que sai de ti,
Dança a tua dança, a alegria de sorrir

Dança pra esse sol que ilumina tuas praias,
Dança na prainha, na macumba ou grumari

Dança pelos sonhos, vida louca por você,
Danças com tuas asas, você veio pra voar,

Dança a natureza na mulher que sabe que
A vida vale a pena quando a gente ama assim

Voa borboleta...

ALBERT CAMUS - Fragmentos 1


«Os tristes têm duas razões para o ser: ignoram ou esperam»

«O que é, com efeito, o homem absurdo? Aquele que, sem o negar, nada faz pelo eterno»

«A verdadeira generosidade em relação ao futuro consiste em dar tudo no presente»

»Eu amo a vida, eis a minha verdadeira fraqueza. Amo-a tanto, que não tenho nenhuma imaginação para o que não for vida»

»Não há amor generoso senão aquele que se sabe ao mesmo tempo passageiro e singular»

»Na luz, o mundo continua a ser nosso primeiro e último amor»

»Nasce então a estranha alegria que nos ajuda a viver e a morrer e que, de agora em diante, não recusamos a adiar para mais tarde. Na terra dolorosa, ela é o joio inesgotável, o amargo alimento, o vento forte que vem dos mares, a antiga e a nova aurora»

»A característica do homem absurdo é não acreditar no sentido profundo das coisas. Ele percorre, armazena e queima os rostos calorosos ou maravilhados. O tempo caminha com ele. O homem absurdo é aquele que não se separa do tempo»

»Um grande escritor sempre traz consigo seu mundo e sua prédica»

»A revolta nasce do espetáculo da desrazão diante de uma condição injusta e incompreensível»

»Chamo verdade a tudo o que continua...»

»Eu não creio em Deus, é verdade. Mas nem por isso sou ateu»

»Mas só há um mundo. A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra. São inseparáveis. O erro seria dizer que a felicidade nasce forçosamente da descoberta absurda. Acontece também que o sentimento do absurdo nasça da felicidade. “Acho que tudo está bem”, diz Édipo e essa frase é sagrada. Ressoa no universo altivo e limitado do homem. Ensina que nem tudo está perdido, que nem tudo foi esgotado. Expulsa deste mundo um deus que nele entrara com a insatisfação e o gosto das dores Inúteis. Faz do destino uma questão do homem, que deve ser tratado entre homens. Toda a alegria silenciosa de Sísifo aqui reside. O seu destino pertence-lhe»

»Não existe pátria para quem desespera e, quanto a mim, sei que o mar me precede e me segue, e minha loucura está sempre pronta. Aqueles que se amam e são separados podem viver sua dor, mas isso não é desespero: eles sabem que o amor existe. Eis porque sofro, de olhos secos, este exílio. Espero ainda. Um dia chega, enfim...»

»Caminhamos ao encontro do amor e do desejo. Não buscamos lições, nem a amarga filosofia que se exige da grandeza. Além do sol, dos beijos e dos perfumes selvagens, tudo o mais nos parece fútil. Quando a mim, não procuro estar sozinho nesse lugar. Muitas vezes estive aqui com aqueles que amava, e discernia em seus traços o claro sorriso que neles tomava a face do amor. Deixo a outros a ordem e a medida. Domina-me por completo a grande libertinagem da natureza e do mar»

»Igualmente enfermo, cúmplice e ruidoso, acaso não lancei meus gritos por entre as pedras? Também eu esforço-me por esquecer, caminho através de nossas cidades de ferro e fogo, sorrio corajosamente à tristeza, chamo ao longe as tempestades, serei fiel. Em verdade esqueci: sou ativo e surdo a partir desse momento. Mas um dia talvez, quando estivermos prestes a morrer de esgotarem e ignorância, eu possa renunciar aos nossos túmulos espalhafatosos para ir deitar-me no vale sob a mesma luz, e possa aprender pela última vez aquilo que sei.

VOCÊ SABE APERTAR O “OFF”? - Luciana Vicária

Ontem me deparei com uma amiga de infância super querida no elevador de um prédio comercial em São Paulo. Prestes a dizer um simpático: “Oi Adriana, há quanto tempo a gente não se vê…”, fui inibida. Adriana entrou ouvindo música em fones de ouvido que se prendiam a sua cabeça em uma espécie de tiara rosa, com grandes pompons pink nas orelhas. Adriana também manipulava o celular freneticamente, avançava as telas com o dedo e digitava no teclado virtual como se tivesse atrasada para uma reunião. Tinha o olhar fixo no iPhone.

Enquanto eu acompanhava os números crescerem no visor digital do elevador, ainda tinha esperanças que Adriana olhasse para mim. Não aconteceu. Ela estava praticamente adbuzida pela tecnologia. Não notou ninguém. A porta se abriu no 12º andar e Adriana continuou em passos firmes para seu destino, sem largar o fone ou o celular.

É cada vez mais comum a gente se deparar com pessoas conectadíssimas. Sim, a tecnologia nos deu mobilidade, rompeu barreiras, abriu nossos horizontes. Mas, de vez em quando, é preciso saber desconectar. Enquanto estamos presos na tecnologia, o mundo parece vazio ao nosso redor.

O vídeo da empresa tailandesa de telecomunicações DTAC mostra o quanto se pode perder da vida quando exageramos na tecnologia. As pessoas parecem invisíveis aos olhos de quem só presta atenção no e-mail, no celular, no iPod.

De vez em quando, a gente precisa saber apertar o “off” para reparar no arco-íris, apreciar o sorriso de quem se ama ou até, quem sabe, encontrar alguém especial. Hoje vou procurar Adriana no Facebook e contar pra ela o que aconteceu com a gente.

BACTÉRIAS PODEM CAUSAR SINTOMAS DA DEPRESSÃO



Habitantes da nossa própria flora intestinal 
podem cair na corrente sanguínea e influir no humor

Populações de bactérias vivem naturalmente em nosso intestino – elas formam o que conhecemos popularmente como flora intestinal. Ajudam a digerir alimentos e a controlar, por competição, a proliferação de outros micro-organismos que podem causar doenças. Elas ficam restritas ao intestino graças a uma parede impermeável de células que impede que escapem e caiam na corrente sanguínea.

Há situações, porém, em que essa camada celular sofre desgaste (veja quadro ao lado) e substâncias tóxicas e bactérias vazam para o sangue. Estudos recentes apontam relações entre esse desequilíbrio e alterações no humor. Em um deles, publicado no Acta Psychiatrica Scandinavica, pesquisadores analisaram amostras de sangue de pessoas com depressão e observaram que 35% delas apresentavam sinais de bactérias da flora fora do intestino, o que os cientistas chamam de leaky gut (intestino “mal vedado”).

Ainda não está clara a relação entre a fuga desses micróbios de órgãos do sistema digestivo e o surgimento de sintomas depressivos. Uma hipótese é que o organismo detecta essas bactérias fora do local onde deveriam estar e desencadeia respostas autoimunes e inflamações, que “são reconhecidamente fatores que afetam o humor e a disposição física e podem desencadear episódios de depressão, conforme já demonstrado por estudos anteriores”, diz o psiquiatra Michael Maes, autor do artigo.

Atualmente, o tratamento para regenerar a parede de células que reveste o intestino envolve, além de mudanças na dieta e busca por hábitosmais saudáveis, administração de glutamina, N-acetilcisteína e zinco – ao qual são atribuídas propriedades anti-inflamatórias.

Causas de intestino "mal vedado"
-Uso frequente de analgésicos
      -Hipersensibilidade ao glúten
-Antibióticos
     
-Alergias severas a determinados alimentos
-Infeccções, como HIV
      -Terapia de radiação

-Doenças autoimunes
      -Doenças inflamatórias em geral

-Abuso do álcool
      -Estresse

-Doenças inflamatórias do intestino
      -Exaustão
Alfred Pasieka | Science Source

O AMOR É UM SENTIMENTO DESTINADO À FELICIDADE - Arthur da Távola

O amor é um sentimento destinado à felicidade,
tanto quanto ao sofrimento e também à doação.
Se você ama (melhor seria dizer: se você é capaz de amar),
não espere só grandes recompensas, respostas otimistas.
Amar é apesar.

Amor é o sentimento que se instala a partir do primeiro tédio.
Amor não é o que nos atrai em alguém.
Isso é atração, paixão, ou qualquer coisa parecida.
Amor é o que nos mantém unidos.

Quando menos sentimentos exaltados,
mais amor, união e durabilidade.
O amor é um sentimento embaraçado nas raízes fundas do sentimento.
Quem ama nem tem consciência dessas raízes.
Teme-as. Prefere não vê-las.
Porque vê-las será revelar-se.
E revelar-se assusta.
O amor é também o sentimento misturado com rejeição,
raiva, irritação, convivência, desinteresse, tédio, o vazio a dois, o sumiço da paixão e as emoções mais intensas.
Ele é tão grande, tão pleno, tão poderoso e incrível
que resiste a tudo isso, inclusive as impossibilidades,
estranho veneno que o alimenta.
Mas isso é amor dodói.
Amor saudável é apenas bom.
Você não deixa de amar apenas porque já não gosta igual
ou não sente a mesma atração.
Talvez só agora você comece a ficar maduro o suficiente para poder começar a amar.
Pessoas que se atraem à perdição
talvez ainda nem começaram a se amar.
Enquanto apenas se atraírem, não alcançarão o amor.
Alcançar o amor tem tanto de renúncia quanto de alegria,
felicidade ou glória.
Sim, a felicidade pessoal é compatível com o amor.
Infelicidade, jamais.
Mas amor é sério demais para almejar apenas felicidade.
O amor visa a eternidade.
A felicidade é apenas um caminho para ela.
Assim como é preciso alguma crueldade para viver.
Assim como há sempre alguma agressão embrulhada em qualquer vitória, assim, também, a alegria precisa de alguma inconseqüência. Sem esta, restará apenas a lucidez, que é sempre repleta de ''trágicos deveres''.
Libertando-nos da plena consciência, a inconseqüência nos permite alguma alegria.
Já felicidade é outro assunto.
Está no campo do amor.
Felicidade ganha de alegria assim como amor ganha de paixão.
Mesmo quando venha nesta embrulhado.

O APITO - Luis Fernando Verissimo

Tudo o que o Mafra dizia, o Dubin duvidava. Eram inseparáveis, mas viviam brigando. Porque o Mafra contava histórias fantásticas e o Dubin sempre fazia aquela cara de conta outra.
— Uma vez...
— Lá vem história.
— Eu nem comecei e você já está duvidando?
— Duvidando, não. Não acredito mesmo.
— Mas eu nem contei ainda!
— Então conta.
— Uma vez eu fui a um baile só de pernetas e...
— Eu não disse? Eu não disse?
O Mafra às vezes fazia questão de provar as suas histórias para o Dubin.
— Dubin, eu sou ou não sou pai-de-santo honorário?
O Dubin relutava, mas confirmava.
— É.
Mas em seguida arrematava:
— Também, aquele terreiro está aceitando até turista argentino...
Então veio o caso do apito. Um dia, numa roda, assim no mais , o Mafra revelou:
— Tenho um apito de chamar mulher.
— O quê?
— Um apito de chamar mulher.
Ninguém acreditou. O Dubin chegou a bater com a cabeça na mesa, gemendo:
— Ai meu Deus! Ai meu Deus!
— Não quer acreditar, não acredita. Mas tenho.
— Então mostra.
— Não está aqui. E aqui não precisa apito. É só dizer "vem cá".
O Dubin gesticulava para o céu, apelando por justiça.
— Um apito de chamar mulher! Só faltava essa!
Mas aconteceu o seguinte: Mafra e Dubin foram juntos numa viagem (Mafra queria provar ao Dubin que tinha mesmo terras na Amazônia, uma ilha que mudava de lugar conforme as cheias) e o avião caiu em plena selva. Ninguém se pisou, todos sobreviveram e depois de uma semana a frutas e água foram salvos pela FAB. Na volta, cercados pelos amigos, Mafra e Dubin contaram sua aventura. E Mafra, triunfante, pediu para Dubin:
— Agora conta do meu apito.
— Conta você — disse Dubin, contrafeito.
— O apito existia ou não existia?
— Existia.
— Conta, conta — pediram os outros.
— Foi no quarto ou quinto dia. Já sabíamos que ninguém morreria. A FAB já tinha nos localizado. O salvamento era só uma questão de tempo. Então, naquela descontração geral, tirei o meu apito do bolso.
— O tal de chamar mulher?
— Exato. Estou mentindo, Dubinzinho?
— Não — murmurou Dubinzinho.
— Soprei o apito e pimba.
— Apareceram mulheres?
— Coisa de dez minutos. Três mulheres.
Todos se viraram para o Dubin incrédulos.
— É verdade?
— É — concedeu Dubin.
Fez-se um silêncio de puro espanto. No fim do qual Dubin falou outra vez:
— Mas também, era cada bucho!

A ESTANTE - Ferreira Gullar

Naquele novo apartamento da rua Visconde de Pirajá pela primeira vez teria um escritório para trabalhar. Não era um cômodo muito grande mas dava para armar ali a minha tenda de reflexões e leitura: uma escrivaninha, um sofá e os livros. Na parede da esquerda ficaria a grande e sonhada estante que caberia todos os meus livros. Tratei de encomendá-la a seu Joaquim, um marceneiro que tinha oficina na rua Garcia D'Avila com Barão da Torre.

O apartamento não ficava tão perto da oficina. Era quase em frente ao prédio onde morava Mário Pedrosa, entre a Farme de Amoedo e a antiga Montenegro, hoje Vinicius de Moraes. Estava ali há uma semana e nem decorara ainda o número do prédio. Tanto que, quando seu Joaquim, ao preencher a nota da encomenda, perguntou-me onde seria entregue a estante, tive um momento de hesitação. Mas foi só um momento. Pensei rápido: "Se o prédio do Mário é 228, o meu, que fica quase em frente, deve ser 227. "Mas lembrei-me de que, ao ir ali pela primeira vez, observara que, apesar de ficar em frente ao do Mário, havia uma diferença na numeração.

Visconde de Pirajá 127 — respondi, e seu Joaquim desenhou o endereço na nota.

Tudo bem, seu Ferreira. Dentro de um mês estará lá sua estante.

Um mês, seu Joaquim! Tudo isso? Veja se reduz esse prazo.

A estante é grande, dá muito trabalho... Digamos, três semanas.

Contei as semanas. Não via chegar o momento de ter no escritório a estante sonhada, onde enfim poderia arrumar os livros por assunto e autores. E,mais que isso, sentir-me um escritor de verdade, um profissional, cercado de livros por todos os lados. No dia da entrega, voltei do trabalho apressado para ver minha estante.

Como é, veio? — perguntei ao entrar.

Veio o quê?

Como o quê? A estante!

Não viera. Seu Joaquim não cumprira com a palavra empenhada, ah português filho de... Telefonei para ele sem dissimular, no tom da voz, minha irritação. E ele:

Como não cumpri? Andei com dois homens de cima para baixo da rua e não encontrei o tal número que o senhor me indicou. Não existe na rua Visconde de Pirajá o número 127, senhor Ferreira.

Fiquei sem ação. Dera a ele o número errado.

Diga-me o número certo e sua estante estará em sua casa amanhã mesmo.

Fiquei sem palavra. Se não era 127, qual número seria? Não era 227, disso
tinha certeza... E o Joaquim ao telefone:

Qual o número, seu Ferreira?

É 217, seu Joaquim... É isso, 217.

Muito bem, 217. Já anotei. Amanhã terá sua estante.

Não tive. Ao chegar em casa e verificar que a estante não estava lá, conclui que havia dado de novo o número errado ao marceneiro. E corri para o telefone a fim de me desculpar.

Seu Joaquim, é o senhor Ferreira... da estante.

O senhor está querendo brincar comigo?

Fui tomado por um frouxo de riso, enquanto seu Joaquim, indignado, dizia que não ia mais entregar estante nenhuma, que eu fosse buscá-la, pois já era a segunda vez que subira e descera a Visconde de Pirajá, carregando aquela estante enorme, etc. etc...

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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