FRANCISCO DAUDT - Natureza Humana: Romantismo

O amigo ficou horrorizado quando lhe contei alguns fatos da vida: que os partos se dão como rejeição imunológica ao corpo estranho transplantado para o organismo da mãe, que até se segura equilibrado na corda bamba por 40 semanas, mas ao fim delas o organismo expulsa aquele invasor.

Que a quantidade de abortos espontâneos é enorme e invisível, pelo mesmo processo. Que ninguém deve chorar pela perda de um feto antes dos seis meses (afora problemas uterinos corrigíveis), pois a natureza está apenas se livrando de um produto defeituoso. Que o homem deposita na fêmea de sua espécie três grupos diferentes de espermatozóides, apenas um deles é fecundador. Os outros dois só existem para atrapalhar os gametas de outros homens (que, como a mãe natureza presume, copularam com a fêmea no mesmo período).

São os matadores (capazes de detectar espermatozóides alheios, e de destruí-los com suas enzimas) e os obstrutores (que entopem a passagem de outros nos canalículos do colo do útero). Que, diferentemente do pensamento do senador republicano Todd Akin (“os casos de gravidez depois de um estupro são muito raros” e “se for um estupro de verdade, o corpo da mulher tenta, por todos os meios, bloquear a gravidez”), a mesma mãe natura considera o estupro apenas como uma das formas de reprodução, bem eficaz, a propósito, já que os índices de gravidez pós-estupro são bem maiores que os do sexo amoroso (na Bósnia-Herzegovina, mulheres de 9 a 50 anos engravidaram dos soldados estupradores). Para piorar a situação, o sexo violento é, em geral, mais fértil que o delicado, por isso as mulheres engravidam mais dos amantes “bicho-pega” que dos maridos acomodados. Que os animais comoventemente monógamos (cisnes, pombos) geram crias bastardas em torno de 20%. Quando começaram os testes de DNA em humanos, surpresa: nos casais mais pobres, o nível de frutos extraconjugais igualava o das aves, caindo à medida que a posição econômica do marido aumentava (mas nunca sumindo). 

Que uma pesquisa americana perguntou às mulheres o que elas prefeririam: ter como marido um fiel e pacato classe-média, ou ser a quinta concubina no harém de John Kennedy? Preciso dizer que resposta ganhou com ampla maioria?

“Mas, e o romantismo?”, perguntou ele. Vamos por partes. Primeiro, ele não foi uma criação cultural dos trovadores do tempo das cruzadas, maridos lutando, mulheres em torres. Nem começou na idealização dos amores impossíveis. Com traços mais toscos, ele é produto da seleção natural. Uma forma de reprodução que aposta mais na qualidade, pelo investimento do homem na mulher e suas crias (maior taxa de sobrevivência, melhor alimentação e proteção), que na quantidade, a estratégia do estuprador.

Logo, não podemos construir nossa ética com base na natureza. O que faz um leão, antes de se acasalar com uma fêmea sem macho, mas com filhotes? Mata-os a todos, o que produz instantânea ovulação na fêmea.

Não é incomum que um homem tenha o mesmo impulso, mas a civilização tem outros fatores a considerar.

LUIS FERNANDO VERÍSSIMO - A filha do tempo

Ricardo III, cuja ossada acaba de ser descoberta sob um estacionamento em Londres, é o melhor – ou, no caso, o pior – dos vilões de Shakespeare.

Nenhum outro tem, como ele, tanta consciência da própria vilania e a exerce com tanto gosto. O Ricardo III do Shakespeare e da História é um monstro que manda matar seus pequenos sobrinhos para herdar o trono, seduz a viúva de um homem que acaba de matar e comete um sortimento de maldades para se manter no poder – sempre festejando seu próprio mau caráter. Foi o ultimo rei da Inglaterra a morrer em combate e, segundo Shakespeare, na véspera da batalha em que perderia a vida (pedindo “Um cavalo, um cavalo, meu reino por um cavalo!””) é visitado pelos fantasmas de suas vitimas, e ouve de todos mesma imprecação: “Desespere, e morra!”.

Mas Ricardo III pode ter sido injustiçado, pela história e por Shakespeare. Uma escritora escocesa de livros policiais chamada Josephine Tey colocou o herói de várias das suas histórias, o inspetor Alan Grant da Scotland Yard, numa cama de hospital com uma perna quebrada e sem nada para fazer. Para combater o tédio Grant resolve investigar, usando apenas livros e documentos que lhe são fornecidos por um amigo pesquisador, a verdadeira história do suposto tirano. A conclusão do inspetor e da sua criadora é que Richard III não era nada do que diziam dele. Talvez a sua deformidade física – ele era corcunda, o que foi comprovado pela ossada recém recuperada – tenha contribuído para a sua fama de monstro. 

Mas não há registro histórico da sua monstruosidade. Nenhum documento da época menciona as pobres crianças presas na Torre de Londres até o tio desalmado mandar matá-las. E além de tudo Grant, contemplando um retrato dele pintado na época, deduz que aquela não é a cara de um assassino. Antes é de um doce de pessoa.

O título do livro de Josephine Tey é A filha do Tempo. Vem da frase de autor desconhecido “A verdade é filha do tempo” . Os fatos que geram a História são alterados pela má memória, pela interpretação conveniente, pela ornamentação fantasiosa, por tudo que vem com o tempo depois do fato. Com o tempo o mito vira realidade e a realidade vira mito. Mas é só dar mais tempo ao tempo que a verdade aparecerá.

O exame dos ossos de Ricardo III não revelará nada sobre sua personalidade mas é provável que o novo interesse pela sua figura resulte numa correção da injustiça. O que não seria mais do que a História está lhe devendo.

CONTARDO CALLIGARIS - As regras do bem viver

ARNALDO JABOR - Resposta a uma moça 50 anos depois

OUTRO DIA, ESCREVENDO sobre meu passado, falei de uma menina da Urca
que, de longe, eu considerava minha namorada, Silvinha, moreninha de olhos verdes. Dias depois, recebi um e-mail assim:
"Meu amigo Arnaldo,
Lisonjeada fiquei ao ler sua coluna de 29/06 pp. por me ver citada em suas reminiscências. Hoje, com 46 anos de casada, com dois filhos e dois netos, entristece-me pensar que a meninada atual não pode ter a infância livre e despreocupada que tivemos e, portanto, não terá as lembranças das peripécias próprias de cada fase. Ah, bons tempos! Agradecendo as citações, deixo aqui um saudoso abraço. Hoje, sou a 'grisalhinha' de olhos verdes.
Silvinha!”
Fiquei emocionado com o e-mail e agora respondo.
Querida Silvinha,
Hoje, mais de 50 anos depois, vou dizer o que sentia por você. Você foi o que eu imaginava o que seria uma "namorada". Você despertou em mim um tremor novo, a primeira emoção do que mais tarde vi que chamavam "amor". Em uma tarde cinzenta, em frente ao portão de sua casa, eu senti uma alegria inesquecível como se tudo ali estivesse no lugar perfeito: a brisa leve da tarde, a paz da rua, o silêncio sem pássaros, você encostada no portão marrom do jardim. Não sei por que, senti uma felicidade insuportável, como se ouvisse o calmo funcionamento no mundo. Percebi confusamente que ali, no teu sorriso, ou olhos, ou boca, estava a explicação do sol filtrado em listras entre as folhas da árvore e a perfeição do som agudo que tirei da folha de fícus enroladacomo uma flautinha vegetal, instrumento que hoje os garotos não conhecem mais.
Esse foi um momento que me ficou nos últimos 50 anos. Depois, uma brincadeira também esquecida: "casamento japonês", onde se escolhia uma menina a quem se perguntava: "Pêra, uva ou maçã"; você disse "uva" e eu beijei timidamente seu rosto, sentindo-me, em seguida, voar por cima do seu jardim, vendo as casas da Urca lá embaixo. E, assim, você ficou de namorada oficial de minha infância imaginária.
Não sei por que, Silvinha, sempre tive fascinação por meninas que me deixavam arrebatado e com medo ao mesmo tempo, sempre e algum modo as meninas que me atraíam me pareciam inatingíveis, etéreas, como se fossem destinadas a outros e não a mim... essa impossibilidade aumentava meu fascínio de pierrô. Aliás, devo confessar hoje, 50 anos depois, que você não foi a única.
Márcia corria de bicicleta pela pracinha e só tinha olhos para o Porcolino e olhava com desdém sorridente para minha tentativa de alcançá-la na bicicleta, e eu via suas pernas sob a saia que ventava e a bicicleta parecia deixar um rastro de cometa de Márcia; também, mais tarde, ainda sem te esquecer, confesso que me apaixonei por Ciomara, que, percebendo meu interesse tímido, aplicou-se em me espezinhar, tendo eu sofrido muito vendo-a cantar provocativamente "Vivo esperando e procurando Cervantes no meu jardim", uma versão da música "Four-leaf clover", um sucesso na época, que ela adaptou para conquistar Cervantes, o belo half-back do time Arsenal. Ciomara me fez sofrer, vendo-a de mãos dadas com ainda outro, para espicaçar também Cervantes, não eu,debaixo dos flamboyants carregados de flores vermelhas.
Devo dizer também que fui crescendo e enlouqueci de um amor mais carnal poruma moça mais velha, Isadora, de pernas lindas no maiô roxo Catalina, alva, de boca rubra com muito batom. Daí para a frente, Silvinha, já adolescente, comecei minhas incursões pelo mundo do pecado, sempre instruído por meu professor de sacanagens, o saudoso pipoqueiro Bené, que você certamente conheceu, ele que me induzia às mais pecaminosas ações solitárias, dando-me revistinhas de mulher nua, ainda ingênuas, como Saúde e Nudismo, cheias de moças azuis, deitadas em praias remotas. Nessa época eu já vivia em Copacabana, na casa de meu avô, onde eu tinha mais liberdade que sob as ordens de mamãe. Lá no Posto Seis, no escuro dos cinemas, as primeiras namoradas se retorciam e se recusavam ao assédio a seus desejados peitinhos, me deixando enroscado em intrincados sutiãs cheios de presilhas e elásticos, que me impediam de chegar à maciez dos seios ocultos, enquanto tiroteios rolavam na tela e eu me embaraçava nas terríveis teias das alças, de onde saía desesperado com dores nos rins de tanto ardor insatisfeito.
Depois, Silvinha, continuei minha trilha pelos caminhos que se abriam para os jovens solitários daquela época: as casas de pecado do Catete, os famosos rendez-vous, o que me fez dividir as mulheres em "santas" e "prostitutas", ficando as santas como você em minha memória e as outras sendo fonte de erros e sofrimentos. Todas, então, santas e bruxas, eram intangíveis, todas impossíveis. Veja como se formavam os jovens nos anos 50 para o amor.
Não conversamos nunca, Silvinha, você nem soube que era minha namorada secreta, e vivemos esse meio século em mundos diversos. Você deve ter sido feliz, com filhos e netos, seguindo a trilha natural que saía do seu jardim, enquanto eu tive um caminho mais torto, sempre meio fora das coisas que eu via acontecer.
Tenho inveja das estradas largas e sadias e talvez eu tivesse sido mais feliz, se tivesse feito a Escola Naval como meu pai queria, e hoje fosse um orgulhoso almirante comandando cruzadores pelos mares do meu Brasil.

Mas não posso me queixar de nada, casei várias vezes, tive duas filhas e um filho maravilhosos, chorei muitas vezes de dor-de-corno e de desentendimento, mas não posso me queixar, pois, além do que vivi, vejo hoje que as memórias são tão sólidas quanto as realidades, que muitas vezes se esvaem mais rápido que aquelas. Você ficou como uma primeira sensação do que chamam "amor". E como diz o poeta: "...as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão..."

NELSON MOTTA - O Novo Mercado Sexual

O jogo virou, de antigas oprimidas dos anos 60, chamadas por John Lennon de “o crioulo do mundo” em “Woman is the Nigger of the World”, as mulheres avançaram pelas trilhas abertas pelo feminismo e hoje são presidentes, secretárias de Estado, ministras, comandantes de jatos, de batalhões militares e de grandes grupos econômicos, jogando futebol, dirigindo filmes e dando aulas de todos os assuntos, elas estão em toda parte, até na frente de combate. Mas continuam reclamando. 

Pesquisas recentes mostram que nos Estados Unidos, onde elas têm mais poder, dinheiro, independência e liberdade do que nunca, as mulheres estão mais insatisfeitas agora do que nos anos 60, porque com tantas opções, escolher ficou muito mais difícil. E como Freud já sabia, nunca se sabe o que quer uma mulher. 

Até o sonho da maternidade balança, algumas já admitem que seria melhor não ter tido filhos, ou que foram eles que destruíram a sua felicidade. São muitas as Marias hoje em dia, da clássica “Maria-Gasolina”, com sua atração irresistível por carros, à moderna “Maria-Chuteira”, que acompanhou a evolução sócio-patrimonial dos jogadores de futebol. 

Agora a antropóloga Miriam Goldenberg fala do florescimento nos meios universitários da “Maria-Apostila”, que manda recados safados aos professores nas apostilas e no Facebook, tipo “Vai ao barzinho hoje ? Se for, vou sem calcinha”. Competindo para ver quem pega mais professores, as “Maria-Lattes”, como a famosa plataforma de currículos acadêmicos, valorizam tanto a quantidade quanto a qualidade. 

As mulheres passivas, à espera do chamado dos homens, estão saindo de cena. Estamos na era da periguetes, das roupas curtas e justas em corpos sarados, partindo para o ataque e invertendo os papéis de gênero, intimidando e provocando desconforto nos homens. Embora ainda continuem esperando um telefonema no dia seguinte. 

Nas pesquisas de Miriam ficou claro que, com essa troca de papéis, os homens estão apavorados. E as mulheres, desesperadas. Assim como na economia, a lei da oferta e da procura vale para o mercado sexual: quando a oferta cresce, a procura amolece. 

UM LUGAR PARA CHORAR - Martha Medeiros

 A dor vinha represada há dias, a mulher desejava apenas que não vazasse em hora imprópria, mas que controle poderia ter? Estava dirigindo rumo ao supermercado, quando uma música escapou do rádio para devorá-la inteira, e então, às dez e vinte de uma manhã de sexta-feira, numa rua bastante movimentada, ela começou a chorar.

Buscou os óculos na bolsa, mas não desligou o rádio, pois já não havia remédio, agora que desaguava. Os pensamentos aproveitaram a correnteza e invadiram o cérebro, cristalinos. Todas as verdades emergiram juntas: já que não havia mais como parar o sofrimento, ao menos seria prudente estacionar o carro. Procurou uma rua calma, encostou no meio-fio, mas havia pessoas na calçada. Arrancou. Em outra rua, estacionou diante de um prédio, mas logo viu o porteiro levantando do banquinho e se aproximando, quem é essa estranha a esta hora? Foi embora.

Deslizou por avenidas que exigiam mais velocidade, mas não conseguia ultrapassar os quarenta quilômetros por hora, impossível ir rápido para lugar nenhum. Ela passeava lentamente pela tristeza que finalmente tinha vindo ao seu encontro, sem escolher o momento.

Perto do supermercado, quando já parecia que estava começando a se controlar, uma nova implosão jogou mais e mais lágrimas pra fora, precisava parar. Foi para os arredores de um coléio, mas ali não era seguro, havia muitos conhecidos.

Tentou uma pequena e abandonada alameda residencial, mas viu olhos espiando por trás das cortinas. Foi um pouco mais adiante, aprou de novo em frente a um terreno baldio, e aí foi o medo que não permitiu que ficasse, era só o que faltava ser vítima de alguma outra violência, já lhe bastava o assalto dessa emoção que não cessava.

O ray-ban apoiado no nariz vermelho tentava esconder a pele úmida. Que ninguém alinhe o carro ao lado do meu neste sinal fechado, ela pensava enquanto pensava também em como estava vivendo a vida errada, a vida de outra pessoa que não era ela. Por onde começar a procurar aquela outra que havia sido um dia? Não se dava conta de que era exatamente o que acontecia, o tumultuado encontro dela com ela mesma a lhe atropelar por dentro.

Diminuiu o ritmo perto de uma igreja, mas havia uma parada de ônibus, impossível deter-se ali. Encostou diante de outro prédio, mas já havia morado naquela rua. Na frente do parque, não. Alguém viria cumprimentar, sempre há alguém que lembra de você de algum lugar.

Não conseguindo estacionar o carro, foi obrigada a estancar o choro. Limpou o rosto com um lenço de papel que encontrou no porta-luvas, olhou pelo retrovisor para ver se a aparência denunciava sua situação, e resolveu que dava para enfrentar a vida, bastava não tirar o ray-ban da cara.

Chegando ao supermercado, pegou um carrinho de compras e consultou a lista que a empregada lhe dera. Farinha. Carne de segunda. Azeite. papel higiênico. Cebola. A mulher que ela não era assumira de novo o comando.

DANUZA LEÃO – A Tal da Felicidade

É preciso tomar cuidado com essa tal de felicidade, e já começar sabendo que ela não é um lugar onde se chega, mas por onde se passa às vezes, por alguns instantes -e, na maioria deles, sem perceber.
É estranha, essa tal de felicidade; tão estranha que normalmente só nos referimos a ela como coisa do passado -ah, como eu era feliz- ou do futuro -ah, como vou ser feliz quando, se etc. Etc.

Tudo existe no presente: ter frio, fome, sede, estar triste, alegre ou sofrendo, menos ser feliz. Você já ouviu alguém dizer "eu sou feliz"? Você já se sentiu, em algum momento, uma pessoa completamente feliz? Mas quantas vezes olhou para trás e disse -e ouviu- que era feliz e não sabia? Pois é, quantas vezes já ouviu isso ou pensou nisso?

A felicidade é traiçoeira; quando chega, mesmo sem que se perceba, a gente muda. Fica egoísta, não presta atenção nos outros, no mundo; nada interessa, a não ser cuidar da própria vida. Mas nada como um bom sofrimento para fazer você olhar nos olhos de sua empregada de anos e se dar conta de que ela é gente; de que às vezes tem uma dor de cabeça igualzinho à sua, só que não pode ficar deitada no ar refrigerado tocando a campainha de 15 em 15 minutos e pedir um chazinho. E alguma casa deixou de ter uma carne assada, arroz e uma farofinha na mesa do jantar porque a empregada estava resfriada?

Pessoas muito felizes, além de egoístas, correm o risco de perder a curiosidade; afinal, se tudo está tão bem, qual a razão para ler um jornal, saber quais as novas descobertas da ciência, se as saias estão mais curtas ou mais longas? Faz parte da felicidade não ter grandes desejos nem grandes anseios -quando se é feliz, não se precisa de mais nada, portanto, não se sonha com mais nada. Quando se quer e se deseja, se luta, se briga, se vive.
Estando tudo bem, o melhor é ficar imóvel, rezando para que nada mude, nem o mundo nem as pessoas nem você própria. Portanto, pensando bem, a felicidade é a ser evitada.

Por que razão você se cuida, faz ginástica, mechas no cabelo, enche a casa de flores, compra um vestido novo, uma passagem no cartão de crédito, toma um uísque, se perfuma? Para ter a esperança de que aconteça alguma coisa que vai fazer de você uma pessoa mais feliz -começando pelo amor, claro; mas se acha que já é, então não faz mais nada, a não ser inventar o que vai comer no café da manhã, no almoço e no jantar. Aliás, é uma grande delícia acordar com bolo de chocolate e Coca-cola, no almoço uma montanha de pastéis de queijo e camarão com uma cerveja bem gelada, depois deitar numa rede, de preferência debaixo de um coqueiro, e à noite partir para um belo rosbife com um monte de batatas fritas, sem pensar em nada -apenas comendo, desfrutando desse que é um dos grandes prazeres da vida: o paladar, ou falando mais francamente, a gula. Pois cuidado: a felicidade engorda.

Mas pensando bem, sua vida está razoavelmente em ordem, não é mesmo? O trabalho vai bem, a família numa relativa paz -dentro do possível, claro-, a vida correndo mansa. Além disso, existem as esperanças: de que o Brasil melhore, de que seja eleito um Congresso mais razoável, de que no próximo verão dê para passar duas semanas na Bahia tomando banho de mar e bebendo água de coco: então, essas não são razões suficientes para ser feliz? Então, o que te impede de dizer, com todas as letras e bem alto, "Eu sou feliz"?

O que te impede, amiga, é a memória. Se ela não existisse, todos poderíamos ser muito felizes, ou mesmo um pouco felizes, mas sem dor. Aquela dor que te pega quando você abre uma caixa cheia de fotos de quando era criança, de uma viagem, de amigos que se perderam pela vida.

Que inveja de gente que olha para antigas fotos e lembra das coisas sorrindo, felizes. Como fazem? Como conseguem?

Só através da memória você aprende, adquire sabedoria, experiência, cultura; sem ela não há história, nem civilização, sem ela os livros não existiriam.

Mas a memória é esse mistério que torna tudo possível e só te impede de uma coisa: de ser feliz.

ARTHUR DA TÁVOLA - O Amor

O amor, este bacilo invisível e incontrolável, pelo qual raros são os que não se deixam contagiar, tem poderes inimagináveis.
Quando chega, não pede licença e, quando menos se percebe, já está instalado feito posseiro, dono do corpo e da alma de quem dominou.
Tudo o que o amor toca, se transforma como se houvesse sido atingido pela varinha de condão da mais poderosa fada do universo. E nesta mágica revolucionária de que só este sentimento é capaz, bandidos se transformam em mocinhos, covardes em heróis, velhos em crianças, ateus em crédulos e insensíveis em corações derretidos que se abrem feito o sésamo de Ali-Babá. O amor é tão diferente de tudo, que quanto mais se conheça dele, mais ele espanta e amedronta. O amor, o bichinho danado e traidor, só deixa aparecer seu lado bom. Todas as interrogações se transformam em promessas e todas as dúvidas tomam jeito de esperanças.
O mundo fica mais amigável, e a gente sente vontade de afagá-lo inteiro num só abraço........ e como o primeiro amor é favo doce, que a gente pensa poder engolir todo de uma só vez, sem se arriscar nem a uma dor de barriga, nunca em nenhuma das outras situações que a vida oferece, ninguém consegue se sentir mais potente.
Mas quando o amor foi experimentado, deixou de existir e surge de novo, ao invés da primeira experiência servir para nos fazer mais fortes e seguros, é justamente ela que nos dá a consciência da vulnerabilidade e da fragilidade que este sentimento impõe a todos os que atinge.
O amor é assim mesmo: o mais democrático dos sentimentos.
Vence todas as diferenças, une todas as distâncias, iguala todos os seres humanos. 

MITOS E VERDADES DO QUEIMA AS GORDURINHAS DA BARRIGA

Veja as dicas da nutricionista Bia Rique 
para secar essa barriguinha teimosa.

Que mulher não quer ter o corpo sequinho e o abdômen sarado? Talvez por conta disso é que circulam por aí tantas lendas sobre o que provoca ou tira barriga. Perguntamos para a nutricionista Bia Rique, da Clínica Ivo Pitanguy, o que é mito e verdade quando o assunto é essa indesejável gordurinha que queremos tanto perder - principalmente no verão. Confira:

Barriguinha de chope. Fato?
Claro que cerveja e refrigerante têm muitas calorias. Mas isso não quer dizer que toda a gordura vai ficar concentrada na barriga. "Na verdade, ela pode acumular em qualquer parte do corpo", explica Bia Rique.

Beber durante as refeições dá barriga?
Beber muito líquido durante as refeições, pode dilatar o estômago e dificultar a digestão. "Se a pessoa toma duas latas de refigerante durante as refeições vai acabar engordando".

Abdominal é bom para tirar barriga?
Abdominal tonifica a musculatura da barriga, mas não queima a gordura da região. "A pessoa tem a sensação de perder barriga porque o exercício diminui a flacidez e trabalha o músculo, deixando a barriga dura".

Má postura engorda?
Muita gente fica com barriga proeminente por causa da postura errada. A pessoa curvada projeta o abdômen e o quadril para frente, ficando com barriga e culote. "O RPG acaba ajudando indiretamente, mas para resolver a questão é preciso também fazer esteira e ter uma alimentação saudável".

Fazer exercícios com muita roupa ajuda a emagrecer?
Fazer exercícios com muita roupa só vai fazer com que você transpire mais. "Mas fazer exercício no frio queima mais gordura do que no calor. Como o organismo precisa manter a temperatura corporal, nosso corpo vai gastar calorias para manter a temperatura dele a 36 graus".

Adianta correr todos os dias durante 30 minutos na esteira?
Sim. Adianta porque você deletou a sua parte de glicogênio do organismo (reserva energética). E embora nao tenha entrado na queima de gordura (que é a partir de 30 minutos), a sua reserva naquele dia acabou. "Se você não faz exercícios e fica parada, o seu 'tanque' fica cheio", explica Bia.
P/Elisa Amaral

ANA PAULA PADRÃO - Amor e Meditação

Não acredito e não confio. É da minha natureza nunca abdicar do raciocínio e preservar emoções para raríssimos momentos de relaxamento. Sou fraca.

Freud explica: Como fica forte uma pessoa quando está segura de ser amada! O amor não está no meu alicerce emocional. Tudo que sei sobre ele fui aprendendo ao longo da vida. Conheci muitos que amaram incondicionalmente. Eles conhecem o amor, têm com ele um grau invejável de intimidade. Comigo sempre foi muito mais difícil.

Eu deveria acreditar em alguma coisa maior que nos guia na tarefa da entrega ao amor. Mas minha fé no ser humano é comedida. Reticente. O outro trai. O outro é fraco. O outro, como nós, resvalará na avareza e, ainda que por amor, será egoísta. É da natureza humana. E entregar nossas réstias de dignidade a quem, um dia, nos apunhalará pelas costas é para poucos. E bons. Era assim que eu pensava. Ainda hoje sinto frio, muito frio, quando a lógica me diz que a única maneira de executar uma tarefa é entregar meu coração – e principalmente minha mente – inteiramente a ela. Assim como no mercado financeiro, sigo a regra da diversificação.

Por isso comecei a ficar gelada assim que cheguei lá. Era um dia de temperatura baixa em São Paulo. Mas nada que justificasse aquela sensação de pés congelando, aquela umidade invadindo meus ossos, me impedindo de não pensar. Era um curso de meditação. Tudo que eu tinha que fazer era não pensar. E eu só conseguia pensar. Naquele frio absurdo, naquele incômodo, naquele desconforto. Quero minha cama quentinha!

Fracasso total. Saí do primeiro dia de aula fria e incrédula. Dura. Decorei todas as técnicas. Primeiro exercícios físicos e de respiração compassada. Depois exercícios de visualização que empurram a agenda de compromissos e a lista de supermercado para fora da sua cabeça. Mas decorar não é sentir. E eu não senti nada. Só o frio. E ainda teria que voltar no dia seguinte. Era um curso de fim de semana.

Dormi bem naquela noite, no entanto. Meu marido me diz que até ronquei. Foi por ele que concordei com as aulas. Meu marido sabe amar. Foi com ele que entendi que o amor existe. E que é poderoso e transformador. O que, de alguma maneira, me salvou da solidão de ser apenas eu mesma a vida inteira, o que teria sido terrivelmente aborrecido.

Por isso voltei à aula no outro dia. Os mesmos alunos estavam lá, cheios de esperança. E eu parecendo uma esquimó, coberta de casacos e de medo. A técnica de meditação foi desenvolvida por uma grande guru indiana, considerada uma deusa viva. Ela se chama Amma, que significa mãe, em sânscrito. Tem milhões de seguidores que creem no poder do amor puro. Ela os abraça e eles choram, impregnados de amor. E eu, a pragmática, ali, deslocada. E foi quando se deu o parêntese na minha mediocridade.

Nesse segundo dia me concentrei no método. Respirei como a sequência de exercícios indicava. Me entreguei à técnica e confiei nela. Esqueci da fé e me agarrei ao que me era familiar. A disciplina. E minhas próprias barreiras me levaram a um estado de concentração profundo. Pude sentir cada etapa acontecendo no meu corpo, meus pés formigando e se aquecendo, minha mente livre de qualquer pensamento que não estivesse ligado ao agora. Será que isso é meditar?, pensei eu ao fim das quatro horas desse segundo dia. Me olhei no espelho. Estava serena, limpa, tranquila.

Voltei para casa e tomei uma taça de vinho, o que é definitivamente não recomendável. Amma há de me perdoar. Eu tinha que comemorar minha pequena vitória em direção ao equilíbrio. Um equilíbrio precário, mas que se parece comigo. E se há algo que desejo muito é ficar cada vez mais parecida comigo. Só que melhor. Essa Amma deve ser uma mulher muito esperta. 

Sabe que o amor se apresenta em muitas formas. Inclusive para os que, como eu, sempre tiveram medo dele.

FERNANDO PESSOA - Dever de Sonhar


Eu tenho uma espécie de dever,
dever de sonhar, de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.

E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas supostas,
invento palco, cenário para viver o meu sonho,
entre luzes brandas e músicas invisíveis.

LYA LUFT - Buscando a excelência

Quando falo em excelência, não me refiro a ser o melhor de todos, ideia que me parece arrogante e tola. Nada pior do que um arrogante bobo, o tipo que chega a uma reunião, seja festa, seja trabalho, e já começa achando todos os demais idiotas. Nada mais patético do que aquele que se pensa ou se deseja sempre o primeirão da classe, da turma, do trabalho, do bairro, do mundo, quem sabe? Talento e discrição fazem uma combinação ótima.

Então, excelência para mim significa tentar ser bom no que se faz, e no que se é. Um ser humano decente, solidário, afetuoso, respeitoso, digno, esperançoso sem ser tolo, idealista sem ser alienado, produtivo sem ser viciado em trabalho. E, no trabalho, dar o melhor de si sem sacrificar a vida,  a família,  a alegria, de que andamos tão carentes, embora os trios elétricos desfilem e as baladas varem a madrugada.

Estamos carentes de excelência. A mediocridade reina, assustadora, implacável e persistente. Autoridades, altos cargos, líderes, em boa parte desinformados, desinteressados, incultos lamentáveis. Alunos que saem do ensino médio semianalfabetos e assim entram nas universidades, que aos poucos - refiro-me às públicas - vão se tornando reduto de pobreza intelectual. As infelizes cotas, contra as quais tenho escrito e às quais me oponho desde sempre, servem magnificamente para alcançarmos este objetivo: a mediocrização também do ensino superior. Alunos que não conseguem raciocinar porque não lhes foi ensinado, numa educação de brincadeirinha. E, porque não sabem ler nem escrever direito e com naturalidade, não conseguem expor em letra ou fala seu pensamento truncado e pobre. Professores que, mal pagos, mal estimulados, são mal preparados, desanimado e exaustos ou desinteressados. 

Atenção: há para tudo isso grandes e animadoras exceções, mas são exceções, tanto escolas quanto alunos e mestres. O quadro geral é entristecedor.

E as cotas roubam a dignidade daqueles que deveriam ter acesso ao ensino superior por mérito, porque o governo lhes tivesse dado uma ótima escola pública e bolsas excelentes: não porque, sendo incapazes e despreparados, precisassem desse empurrão. Meu conceito serve para cotas raciais também: não é pela raça ou cor, sobretudo autodeclarada, que um jovem deve conseguir diploma superior, mas por seu esforço e capacidade, porque teve ótimos 1° e 2° graus em escola pública e/ou bolsas que o ampararam. Além do mais, as bolsas por raça ou cor são altamente discriminatórias: ou teriam de ser dadas a filhos de imigrantes japoneses, alemães, italianos, que todos sofreram grandemente chegando aqui, e muitos continuam precisando de esforços inauditos para mandar um filho à universidade.

Em suma, parece que trabalhamos para facilitar as coisas aos jovens, em lugar de educá-los com e para o trabalho, zelo, esforço, busca de mérito, uso de sua própria capacidade e talento, já entre as crianças. O ensino nas últimas décadas aprimorou-se em fazer os pequenos aprender brincando. Isso pode ser bom para os bem pequenos, mas já na escola elementar, em seus primeiros anos, é bom alertar, com afeto e alegria, para o fato de que a vida não é só brincadeira, que lazer e divertimento são necessários até à saúde, mas que escola é também preparação para uma vida profissional futura, na qual haverá disciplina e limites - que aliás deveriam existir em casa, ainda que amorosos.

Muitos dirão que não estou sendo simpática. Não escrevo para ser agradável, mas para partilhar com meus leitores preocupações sobre este país com suas maravilhas e suas mazelas, num momento fundamental em que, em meio a greves, justas ou desatinadas, projetos grandiosos e seguidamente vãos - do improviso e da incompetência ou ingenuidade, ou desinformação -,se delineia com grande inteligência e precisão a possibilidade de serem punidos aqueles que não apenas prejudicaram monetariamente o país, mas corroeram sua moral, e a dignidade de milhões de brasileiros. 

Está sendo um momento de excelência que nos devolve ânimo e esperança.

MARTINHO DA VILA - Ancestralidade musical



Toda música das Américas, dançante ou não, tem origem no continente africano. Os spirituals, o gospel, o rap e até o rock, americanos do norte, são originalmente negros como o samba. Da mesma forma, a contagiante música ligeira cubana, o funk, o reggae, o calipso e todos os sons das Antilhas, incluindo as canções dolentes. Acredito que o semba angolano, que deu origem à palavra “samba”, é parente distante do principal ritmo do Brasil, mas é irmão mais velhos dos sons da América Central.

Nós, brasileiros, somos privilegiados pela natureza, temos muito do que nos orgulhar, e um dos motivos de orgulho é a ancestralidade musical. Há virtuosíssimos músicos profissionais pretos, brancos, mulatos, cafuzos... É uma profissão muito bonita, a de músico, um ofício nobre e prazeroso. Quando um grupo de músicos se reúne para tocar, é como uma reunião de gente educada, na qual todos falam sem preconceitos e não há atropelos. Quando bons músicos tocam, há uma harmonia, não só de sons, mas também no comportamento dos executantes. A disciplina é um fator importante. 

A profissão é muito abrangente, e qualquer pessoa que tiver algum talento e vocação pode ser músico. Poderão ser percussionistas coadjuvantes ou solistas; vocalistas, cantores, compositores... Os que tiverem chance e estudarem muito, se quiserem, um dia poderão fazer parte de uma banda musical. Os mais dotados, com vontade firme e muito esforço, têm possibilidade de tornar-se músico clássico. Podem até ser um maestro regente e arranjador de grandes orquestras sinfônicas, escrever para instrumentos e vozes humanas, mas para ser maestro pleno faz-se necessário muita abnegação... E leva muitos e muitos anos, cerca de 20, mais ou menos.

Tem de conhecer bem todos os aparelhos sonoros e, particularmente, o piano, o instrumento mais completo. Para ser um bom pianista, no mínimo são necessários 10 anos de estudos diários. O caminho mais prático é o da música popular, mas, até para tocar nas bandas que fazem bailes e acompanham artistas, é necessário estudar as cifras, dominar bem o seu instrumento. É verdade que há os autodidatas, os gênios, mas aí é um caso muito especial. Todas as pessoas deveriam ter acesso ao estudo da música e se dedicar, mesmo sem objetivos profissionais. Agora oficialmente, 17 de outubro é o Dia da Música Popular Brasileira.

A profissão de artista é uma das mais instáveis, mas o músico completo dificilmente fica desempregado. Entretanto, quem quiser abraçar o nobre ofício terá de ser perseverante e exercitar-se todos os dias. Como já falei, qualquer um pode ser músico profissional porque diz o dito popular: “Querer é poder”. A música faz bem à alma de quem ouve e propicia grande satisfação em quem toca. 
Viva o músico!

CAETANO VELOSO - Nomes

Hoje ouvi um locutor da FM O Dia dizer que um ouvinte com quem dialogava iria dar um alozaço para todos os outros ouvintes que seguiam o programa. Esse alô ampliado ecoava o Abraçaço do título de meu disco novo aos meus ouvidos. Mas evidentemente não tinha vindo daí. Ao contrário, o locutor usou o sufixo com a espontaneidade do hábito e eu seria capaz de afirmar que, pelo ritmo da aparição da expressão em sua fala (e pela ausência total de autoconsciência depois de proferida a palavra), ele não tinha sequer conhecimento da existência do meu CD.

 Para mim, era a glória: comprovava-se a abrangência do uso desse aumentativo. Como neguinho, que usei numa canção que fiz para o disco de Gal, gosto muito menos de ouvir ou ler abraçaço como se fosse invenção minha (ou uso que dá à expressão habitual um sentido especial) do que de reencontrar o fenômeno em estado puro. Ouço pessoas dizerem neguinho ao referir-se a um sujeito indeterminado, sem nem se lembrarem ou saberem que há aquela canção e fico feliz. Alozaço foi até mais longe do que eu esperaria. Golaço, jogaço e filmaço são as aparições mais frequentes. Mas ouço muito cansadaço e atrasadaço não tão raras vezes.

Em espanhol usa-se o azo com, no mínimo, igual liberalidade. Uma conhecida minha, uruguaia, me lembrou que muitas vezes esse sufixo indica fatos políticos pesados e nada alegres: no Chile, fala-se do golpe de 11 de setembro como o Pinochetazo etc. Na biografia de Marighella de Mário Magalhães encontrei o sufixo caracterizando um ato político dos anos 30 ou 40, não me lembro agora qual (há anos me prometo passar a fazer anotações nas páginas dos livros que leio, mas a ilusão de que minha memória é a mesma de quando eu tinha 19 ou 23 anos não me abandona quando me deparo com algo que quero guardar para citar embora já faça muito tempo que já não tenho 23 e muito menos 19 anos).

Falando de Marighella, na canção que fiz sobre ele chamo-o apenas de um mulato baiano, sem nunca mencionar-lhe o nome. Impressionou-me ler, no mesmo livro de Magalhães, que, ao ser perguntado por uma moça que se registrava no Partido Comunista quem era ele afinal (o narrador não diz o que levou a moça, aliás uma poeta, de nome Ana Montenegro, a fazer a pergunta), Marighella respondeu: Sou um mulato baiano. Ler isso foi como ouvir o alozaço do rádio hoje.

Claro que Marighella era baiano e era mulato (embora esse segundo atributo não fosse muito mencionado no fim dos anos 1960, quando me familiarizei com seu nome), mas que ele tivesse preferido identificar-se assim em vez de pelo nome é algo que só comparo à surpresa que foi ver o adjetivo clara surgir, por força da ideia e da rima, no final de um verso da mesma canção: logo depois de cantá-la (ainda preenchendo com palavras a repetitiva melodia) me dei conta de que a mulher dele se chamava Clara.

Achei tão bonito que o nome tivesse vindo assim, sem que eu planejasse, que logo precisei enumerar nomes femininos para frisar o sentido de nome próprio do adjetivo surgido (e a alegria de ter sido surpreendido por isso). E os nomes de mulher que precisei citar se mostraram logo referentes às grandes figuras femininas das religiões. Iemanjá, Maria, Iara, me pareceu abranger tudo o que precisava ser dito, as três raças (tristes?) representadas em boa rima e boa métrica inclusive com o final do nome de Maria ecoando no começo do de Iara.

Mas o verso me excitou tanto que mais ideias vieram à minha cabeça e eu quis incluir o Islã e o judaísmo. Iansã veio fazer par com Iemanjá (e dar superioridade numérica às deusas africanas) porque precisei invocar Cadija e Sara. O que me arrepiou foi que Isa Grinspun Ferraz, sobrinha de Clara Charf, que dirigiu o filme sobre o guerrilheiro, me disse que as duas irmãs de Clara se chamam Iara e Sara (esta última sendo a mãe da cineasta).

Canções nascem de muitos fatores. Um abraçaço talvez tenha nascido da palavra (embora tenha ido para longe dela, em seu tom melancólico). Um comunista nasceu do sonho de Jorge Amado de erguer um monumento a Marighella, da minha vontade de entender as posições que tomamos no leque político (para o que a crítica de Schwarz a meu Verdade tropical contribuiu), da necessidade de liberdade de tratar de assuntos que se nos impõem em formas que supúnhamos abandonadas. Meu desejo é que tudo isso possa contribuir para que aprendamos a manter a calma em momentos complexos, ricos e perigosos, como talvez sejam os dias que atravessamos. O Brasil tem podido não recair no populismo latino-americano antigo. Que possa driblar, com o charme que FH e Lula souberam demonstrar, solavancos sociais.

ANA PAULA PADRÃO - Xi .... Errei !

Errar é ruim. Errar publicamente é pior. Errar no maior evento esportivo do planeta é um problemão. Mas acontece. Aconteceu comigo. Não preciso entrar em detalhes, pois tenho certeza de que, se alguém não viu, ficou sabendo.
Aí é que está. Meu erro, por imperdoável que seja, alcançou uma projeção que eu nem sabia que tinha. E que certamente não teria na outra bancada. 

Curioso esse motor de informações das redes sociais. Talvez o erro seja mais querido que a boa performance. O erro faz com que o personagem televisivo se torne real. E eu mesma sou mais de verdade cada vez que erro. Não que eu goste de errar. Mas gosto muito de parecer de verdade. E a verdade atrai uma solidariedade coletiva. Uma sensação de Ela é como nós!

Nesses últimos dias lembrei do meu antigo emprego. Por causa da diferença de fuso horário, o “Jornal da Record” entra no ar perto da meia-noite em Londres, de onde acompanhamos, com exclusividade, os Jogos Olímpicos. A sensação de já-passei-por-isso-antes deve ter ficado boiando em algum canto remoto da minha consciência e surgiu, subitamente, no ar. Ao vivo.

Muita gente que encontro, todos os dias, me diz que eu pareço tão mais feliz hoje do que no passado. Agradeço pela sensibilidade dos que percebem que todos fazemos nossas escolhas e que elas podem nos deixar mais felizes, ainda que desafiem o senso comum. Estou, sim, mais feliz. Mais solta. Mais relaxada. Mais humana. E mais imperfeita, como qualquer um. Erro. E aprendo a gostar de mim também quando erro.

Tanto é assim que tive vontade de escrever sobre isso. Dividir a sensação. A perfeição tem um peso absurdo. A perfeição é muito maior do que nós. É muito poderosa e muito cruel. Ela arrasta você para o buraco escuro da solidão. Por mais ensolarada que você seja por fora, torna-se sombria por dentro. É de lá que vem a primeira cobrança, a primeira crítica, o primeiro julgamento. São todos destrutivos. Vão roendo suas entranhas até que reste só uma casca. Bonita e oca. Além de desejar o melhor e se esforçar pelo melhor, você se torna refém dela. Da perfeição. Acabo de ver a queda de um atleta da ginástica artística numa prova importante. Ele termina a apresentação chorando. Sei o que ele sente. Eu já quis ser perfeita. Mas isso passou. Ainda bem que passou. Por isso perdoo meus erros e faço piada deles.

Amigas e amigos, divirtam-se! Riam de mim do jeito que eu mesma fiz. Parei em frente do espelho e disse pra mim mesma: O que é que você foi fazer, doida? De onde saiu aquela frase? E ri. De mim mesma. Ri pela felicidade de ser quem eu sou. Essa pessoa que tem uma história, pública. Uma história tão minha e tão pública que seria impossível negá-la ou apagá-la. Uma história que muita gente entende, mas que não agrada a todos. Por isso eu ri.

Pela felicidade de não ser uma unanimidade e de não ter que arrastar por aí uma personagem de mim mesma. Podem acreditar em mim: é uma tranquilidade não desejar ser querida por ser impecável e se saber querida inclusive nas falhas.

CLÁUDIA PENTEADO - O Agora: o maior plano das nossas vidas

"O paraíso é onde estou". (Voltaire)

Outro dia fui arrebatada pela coluna de Eliane Brum na revista Época sobre Joan Didion, a escritora que perdeu numa tacada só marido e a única filha para a morte, e… “sobrou”. Diante da velhice, foi tomada por um sentimento de vazio, perguntando-se o que fazer com tantos planos imaginados para a velhice. Acabou escrevendo um livro recheado de belas memórias de seus companheiros de vida, chamado “noites azuis”, e vive o dia-a-dia sem muito entusiasmo, a não ser quando acessa o passado e desanda a escrever.

Poucos dias depois, entro em um táxi e começo a conversar amenidades com o motorista, um português há 30 anos no Brasil. Seu projeto mais ousado naquele momento é conhecer o sul do Brasil, algo que planejou fazer com a esposa durante 30 anos e não conseguiu realizar. Todas as férias ela preferia ir a Portugal visitar os parentes do marido e ele cedia. “Quando seus pais morrerem, vamos para o sul de férias”, dizia a esposa, com quem o motorista sonhava compartilhar a velhice. Seu pai morreu, sim, mas poucos meses depois a própria esposa faleceu, perdendo a batalha de apenas alguns meses para um câncer na face.

“Desde então não faço mais planos. Vivo o dia a dia.”, disse o taxista.
Na mesma noite, ouço a história de uma colega de pós-graduação cuja mãe sofre de Alzheimer há 10 anos e há dois entrou em estado vegetativo – antes mesmo de completar 70 anos de vida. Atormentada com a ideia de que possa um dia vir a desenvolver a doença que tanto maltratou a mãe, minha colega questionou o médico, que lhe pegou pela mão, os olhos firmes, e disse: viva intensamente, cada dia da sua vida.

Naquela semana, o tema no grupo de filosofia era Nietzsche e a importância de potencializar o presente: o que dá sentido à vida é desejar o eterno retorno do instante. Este “retornar” é o agora. “O excesso de imaginação em relação ao futuro não leva a nada. Deve-se viver intensamente o instante, de forma criativa.”, bradou o professor. Até para se amar alguém, por exemplo, é preciso esquecer. Amar não é uma rememoração, é um ato. A inteireza desse ato só pode acontecer no esquecimento. Está tudo lá, escrevinhado no meu caderninho de filosofia.

Aí me deparo com o post do roteirista Marcelo Zorzanelli, que visita este blog às segundas, que diz: “Viver dominado pelo passado ou preocupado com o futuro é a fórmula de uma existência ansiosa e triste, seja no trabalho, na família, no amor”.

A sincronia de acontecimentos me surpreendeu. Encontros e situações diferentes, a mesma mensagem essencial. Um dia após o outro. Nada de expectativas, de planos. A fórmula é exatamente o oposto de tudo o que aprendi com nossos pais e testemunho nessa nossa sociedade ocidental e capitalista. Minha mãe, filha da guerra, repetiu a vida inteira, como um mantra, sobre a importância de economizar, fazer planos, nunca me lançar em nada sem garantias, pensar na velhice, não arriscar, deixar vários projetos para “depois da aposentadoria”. Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Garanta o seu futuro. OK. Planejar também é bom. Que seria de nós sem planos, sonhos, projetos, objetivos? Mas o que ocorre é que muitas vezes vivemos de olho em um futuro que jamais chega a se concretizar. A vida nos prega peças, afinal. Por que não pensar a respeito daquilo que se pode fazer agora, hoje, para tornar a vida mais agradável, ao invés de ficar o tempo todo “projetando o futuro”, articulando para colher frutos…lá na frente? Por que não tornar o trabalho que parece chato e esgotado de possibilidades mais interessante hoje?

Nossa tendência é pensar que tudo depende de uma imensa elaboração que só resultará em felicidade em algum ponto do futuro. Por que não estar presente em cada instante da jornada? Pode ser mais simples do que parece.
Por exemplo: dar uma caminhada matinal pode melhorar o humor de todo um dia. Dar uma parada para respirar e pensar a respeito do que se está de fato fazendo – saindo do automatismo e da pressa – pode levar a um novo jeito de executar algo aparentemente corriqueiro. Ler algumas páginas de um bom livro durante o dia. Desligar o celular ao dirigir. Andar pela rua olhando ao redor e não para o chão. Tomar sol. Comer apreciando e olhando para o que se come. Telefonar para alguém apenas para dar um alô carinhoso. Dar uma volta no quarteirão à luz da lua só para sentir a brisa da noite bater no rosto e desalinhar os cabelos. Andar na chuva.

Tudo isso são pequenos cuidados (carinhos?) que, porque não, podem garantir mais gotas de satisfação no dia a dia. São coisas que podemos fazer, mas muitas vezes não fazemos porque “achamos” que não temos tempo, temos preguiça, ou talvez acreditemos não merecer, mesmo. Preferimos ser autômatos, em função das próximas férias, da aposentadoria, do dia em que finalmente daremos aquela virada para “mudar de vida” e ter um ritmo mais calmo.

Vivemos vidrados nas telas de nossos celulares e iPads para saber quem nos contactou, qual a próxima missão, o que “estamos perdendo” de informação, na movimentação frenética do scroll bar do Twitter, do Pinterest, do Facebook. Enquanto batia a porta do taxi do velho motorista português, só pensava em mudar alguns dos meus planos para o futuro e deixá-los, porque não, para o presente.

CHARLES CHAPLIN - A Vida Perfeita

VOCÊ CONSEGUE SENTIR E EXPRESSAR GRATIDÃO? - Solange Bittencourt Quintanilha


A gratidão é um dos sentimentos mais nobres que existe. Ser grato é abrir o coração e deixar fluir este sentimento que envolve a nossa alma. Ser grato é reconhecer um benefício que recebemos e que nada nos custou, embora seja algo tão caro e tão relevante. Para ser grato é preciso ter sensibilidade, humildade, enfim, é preciso ter amor. É uma das habilidades mais poderosas na arte de estabelecer bons relacionamentos. Quando uma pessoa ajuda às outras sem esperar nenhuma recompensa, assim o faz em gratidão pelo que recebeu e recebe a cada dia. Na verdade, a gratidão gera bonitos sentimentos e forma uma corrente do bem. Não há quem não se sinta muito bem, feliz mesmo, quando constata que a sua ajuda foi devidamente reconhecida pela pessoa que a recebeu.
Por que será então que encontramos tantas ingratidões? Uma pessoa ingrata não consegue retribuir o bem que lhe fizeram, não vê e não reconhece quem lhe estendeu a mão. Ela esquece com muita facilidade as coisas boas que fizeram por ela, mas lembra das ruins. A ingratidão gera sentimentos como: decepção, raiva, mágoa, tristeza... Quando só enxergamos o mal, acabamos acusando as demais pessoas, e esquecemos que muitas vezes colhemos aquilo que plantamos.
Encontramos algumas situações que colaboram para a dificuldade das pessoas que não conseguem ser gratas às coisas que recebem.
-Todos nós deveríamos ser “treinados” desde a infância a ter um comportamento grato. Quando ensinamos uma criança a dizer “obrigado” para as pessoas que lhe servem, ou lhe ajudam, estamos lhe ensinando a ser grata (o). Isso faz parte da educação, mas nem sempre recebemos ou soubemos dar esse ensinamento.
- Infelizmente muitas pessoas pensam que agradecer, é como se declarar inferior, é como confessar que precisou de outrem e que isso seria um sinal de fraqueza, carência e dependência. Querem acreditar que não precisam e não dependem de ninguém.
- Outros, preocupam-se permanentemente consigo mesmos, vivem no “seu mundo” particular, no qual reinam intensamente seus desejos e vontades. Às vezes, são até simpáticos e capazes de fazer algumas amizades, mas, não se libertam jamais de seus interesses pessoais, que colocam acima de tudo e de todos. Provocam ressentimentos difíceis de serem esquecidos ou perdoados pelos que estão ao seu redor.
- Alguns não aceitam conselhos, não ouvem ninguém, acham que sabem tudo e são teimosos. Fingem aceitar o que dizem, mas na verdade não prestam atenção, porque acreditam que só eles sabem o que é bom para eles e que ninguém tem nada a dar para eles. Na verdade, nem enxergam algo de bom que alguém queira lhe dar ou até o tenha dado.
A verdade, é que as pessoas que vivem dessa forma, no fundo, sofrem por carências (de amor, paz, sabedoria...), inseguranças, tristeza, falta de confiança nos outros... Elas sentem e agem assim, não por maldade, mas porque há vazios significativos, há incapacidades, que não as permitem enxergar um mundo melhor, pessoas boas e confiáveis ao seu redor, capazes de amá-las. Não conseguem ter uma vida menos prejudicial a elas e aos que a cercam. Só conseguem ver o lado negativo das coisas e das pessoas, mesmo naquelas que as ajudaram. A vida delas fica muito comprometida, porque as pessoas se afastam, não querem ter convivência, e muitas vezes elas perdem seus companheiros (as), amigas...

O que se pode fazer para propiciar um bom entendimento, uma compreensão, e melhorar as relações? Seria muito bom que essas pessoas procurassem ajuda para tentar se livrar desses problemas e pudessem construir melhores relações. As pessoas ficam muito felizes quando são reconhecidas e fica muito mais fácil se relacionar com os outros. Uma coisa que poderá ajudar, é termos a consciência de que não devemos criar muitas expectativas em relação às pessoas ao nosso redor, sejam familiares, amigos ou relacionamentos amorosos. Todos nós, seres humanos, temos dificuldades emocionais, dos mais variados tipos, e, portanto deveríamos ser mais tolerantes. Muitas pessoas vão aparecer nas nossas vidas e nos decepcionar, faz parte. Mas nós teremos que aprender a lidar com cada uma “delas”, e não deixar que elas destruam a nossa capacidade de amar e de acreditar no amor verdadeiro. Da mesma maneira que nós também vamos frustrar e decepcionar outras pessoas, e elas irão precisar aprender a lidar com isso.

Um ponto importante para ser falado também, é o quanto é comum se juntar automaticamente ingratidão com rejeição. A falta de agradecimento de uma pessoa, não significa falta de amor, e sim dificuldade em lidar com a gratidão. É claro que a ingratidão dói na maioria das vezes, mas se estivermos atentos com o que todos nós sentimos, com nossas limitações também e com o que temos capacidade de fazer, fica mais fácil de lidar. Não é porque alguém tem muita gratidão, que vai então ficar esperando que o outro tenha também. Como foi dito acima, cada um é cada um com suas qualidades e defeitos, com suas possibilidades e dificuldades...
O desejo de mudar, de buscar conhecer as próprias dificuldades para vencê-las, é uma decisão de cada um. Os conflitos existem, mas todos podem ser trabalhados em busca de uma vida mais leve.

Quando conseguimos nos incluir num grupo, como uma equipe, onde cada um tem a sua participação numa vitória, isso é muito gratificante. Um bom exemplo é num jogo de futebol: “É quando o jogador que faz o gol tem a consciência de que o colega que colocou à bola nos seus pés, é também merecedor dos aplausos”. Vamos dar o melhor que pudermos, ser generosos quando conseguirmos, pelo simples prazer de dar, sem esperar a volta.

Todos nós queremos e precisamos ser bem aceitos. O que precisamos fazer para que isso ocorra, é sermos, dentro das nossas possibilidades, o melhor que podemos ser, e ter a importante consciência que a vida é uma troca, uma via de mão dupla.
 Solange Bittencourt Quintanilha - Psicóloga Clínica, Psicóloga Médico-Hospitalar, Psicanalista, Psicóloga Motivacional

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

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