BATER NOS FILHOS NÃO EDUCA, AFIRMA A CIÊNCIA

A ciência parece bater o martelo sobre essa antiga discussão: castigos físicos não educam.
Pesquisas diversas mostram uma ligação direta entre as formas de punição e problemas na vida adulta, como depressão, ansiedade e vícios.
Para chegar a essa conclusão, os métodos mais utilizados por esses estudos foram os prospectivos, em que crianças com níveis de agressão são analisadas e, posteriormente, observadas, com base na progressão do comportamento.
Um dos estudos que se destaca é o dos canadenses Ron Ensom e Joan Durrant, da Universidade de Manitoba e do Hospital Infantil de Eastern Ontario, respectivamente. Os cientistas analisaram 36 mil pessoas durante 20 anos. Conclusão: nenhuma punição física tem efeito positivo – a maior parte tem, na verdade, efeitos negativos.
No que diz respeito às palmadas, os melhores estudos foram feitos nos Estados Unidos e indicam o que todos já sabem: que as crianças menores – de dois a cinco anos – são as que mais sofrem tais castigos. “Nos EUA, quase todas as crianças da pré-escola levaram palmada”, conta Ensom. “Provavelmente porque são ativas e inquisitivas, e têm compreensão limitada de perigo ou das necessidades dos outros”.
A opção correta seria, então, utilizar da disciplina positiva, que é o uso da autoridade, mas sem violência. Segundo George Holden, da Universidade Metodista do Sul, em Dallas, Texas, nos EUA, bater na criança só a ensina a usar a agressão. “Alguns pais batem em crianças mais velhas, talvez 10%, e alguns continuam a usar o castigo corporal em adolescentes”, explica Holden.
Quem apanha mais?
O brasileiro apanha muito na infância ou na adolescência, mas os americanos apanham mais, segundo pesquisa de 2010, realizada com 4.025 pessoas com mais de 16 anos em 11 capitais do país.
Ela revelou que 70,5% sofreram alguma forma de castigo físico quando jovens. Nos EUA, a porcentagem passa dos 90% – e fica em torno dos 10% na Suécia, segundo o cientista social Renato Alves, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (USP).
O tema é polêmico e diz respeito não só à área dos direitos individuais mas também da intromissão do Estado na vida privada. Existem pais que defendem o direito de disciplinarem seus filhos da maneira que bem entenderem. Mas defensores dos direitos humanos não sustentam de completo essa atitude. E, claro, há o fato de o Brasil ser signatário da Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança.
Dos brasileiros que afirmaram ter apanhado, 42% dizem ter apanhado pouco e 11,4% levavam tapa quase todos os dias. O mais comum era levar palmada (40,1%), apanhar de chinelo (54,4%) ou de cinto (47,3%). Só uma minoria corria riscos maiores ao apanhar de pau ou objetos semelhantes (12,2%). Os percentuais passam de 100% porque os pais variavam a forma de castigar seus pupilos.
Por Luan Galani 

COMO ELE CHAMA MESMO? Dicas de memória para nunca mais esquecer um nome.

Pesquisas recentes, do professor e pesquisador Jason M. Gold, da Universidade de Indiana, EUA, indicam que aspectos da face, e não a face inteira, são a chave para reconhecer uma pessoa.
Antigamente se acreditava que o rosto das pessoas era examinado como um todo, holisticamente, para reconhecer uma face”, diz o dr. Jason, “mas, para nossa surpresa, descobrimos que o todo não é maior que a soma das partes”.
E como fazer para aproveitar este novo conhecimento? Scott Hagwood, quatro vezes campeão do Prêmio Nacional de Memorização dos EUA e autor do livro Memory Power, dá as dicas.

Jogo de Palavras
Uma dica é fazer uma associação entre o nome e alguma característica da pessoa, rimando o nome com a característica, ou simplesmente com uma palavra que sirva de aliteração, como associar Marcelo com o martelo que ele usa como ferramenta de trabalho, ou Lavínia com o perfume de lavanda.

Gatilho de memória
Outra dica é para quando você já conhece outra pessoa com o mesmo nome, como um Paulo, e você associa com o novo Paulo por que ambos tem cabelo curto.
Hagwood alerta que esta associação não é muito boa, por que as pessoas costumam mudar o estilo do penteado. Melhor é se prender a alguma característica que você não gostava no antigo Paulo, e comparar com o novo. Como exemplo, talvez o Paulo antigo tinha uma pele ruim, e este novo Paulo parece ter acabado de sair de uma clínica de tratamento dermatológico.
A dica mais simples de todas para lembrar o nome de alguém é conversar com a pessoa em questão e repetir o nome dela em voz alta durante a conversa, assim você associa mais rapidamente o nome à pessoa. Só não exagere para que não pareça algo forçado e artificial.
Por Cesar Grossmann 

CIÚMES E INVEJA NO TRABALHO: Veja como os sentimentos afetam homens e mulheres.

Mulher é um bicho ciumento mesmo. Invejoso também. Ninguém pode negar! Por isso que não é surpresa que um estudo tenha descoberto que a competição sexual no trabalho afeta mais mulheres do que homens.
Mas ser ameaçado por alguém com mais habilidades do que você pode irritar qualquer pessoa, homem ou mulher. O mesmo estudo concluiu que, no ambiente de trabalho, as habilidades de um rival provocaram inveja e ciúmes em ambos os sexos de forma igual.
Em uma análise simples: mulheres têm mais vontade de arrancar os cabelos das outras mulheres com quem trabalham, mas nem mesmo os homens são capazes de ignorar pessoas com mais qualidades do que eles.
A pesquisa foi liderada por Rosario Zurriaga, pesquisadora da Universidade de Valência, na Espanha, e conduzida também na Universidade de Palermo, na Argentina e na Universidade de Groningen, na Holanda.
Os cientistas alertam que não é possível ter certeza que os resultados são os mesmos fora desses três países (mas obter os mesmos resultados em três países diferentes já fala muito, não?).
Eles mediram, entre outras coisas, a rivalidade intrassexual, que eles definiram como a concorrência com outras pessoas do mesmo sexo causado pelo desejo de obter e manter o acesso ao sexo oposto, em 114 pessoas, divididos entre homens e mulheres.
Eles também separaram duas emoções, ciúme e inveja. O ciúme foi considerado uma ameaça ou perda de conquistas em um relacionamento devido à interferência de um rival, que pode implicar em uma perda ou ameaça de perda. A inveja foi considerada uma resposta ao sucesso, habilidades ou qualidades de rivais que as pessoas desejam ter, envolvendo comparação com a pessoa invejada.
Claro – óbvio e sem dúvida – que a competição sexual provocou mais ciúmes e inveja nas mulheres.
As mulheres com alto nível de competição intrassexual são mais ciumentas se a rival for mais atrativa, e são mais invejosas se a rival for mais poderosa e dominante”, disse Zurriaga.
Nos homens, nenhuma característica dos rivais que provoca inveja e ciúmes causou competição intrassexual (porque sempre as mulheres são as que arranjam confusão?).
A surpresa foi que as habilidades sociais dos rivais provocaram ciúmes e inveja em ambos os sexos. Pode ser que beleza não esteja tanto na mesa dos problemas masculinos, mas quando ameaçados, nem mesmo eles conseguem fugir do monstrinho verde da inveja.
Nossa pesquisa pretende esclarecer o papel das emoções como a inveja e o ciúme no trabalho. Esses sentimentos podem causar estresse nos trabalhadores e afetar negativamente a qualidade de vida no trabalho”, explica Zurriaga.
E o único jeito de superar esses sentimentos é se os trabalhadores modificarem sua percepção de perda, ameaça e comparação com os outros. Tenho a impressão de que a tarefa será mais difícil para as damas.
Por Natasha Romanzoti [ScienceDaily, LiveScience]

A BRUSCA POESIA DA MULHER AMADA - Vinicius de Moraes

Longe dos pescadores os rios infindáveis vão morrendo de sede lentamente...
Eles foram vistos caminhando de noite para o amor - oh, a mulher amada é como a fonte!
A mulher amada é como o pensamento do filósofo sofrendo
A mulher amada é como o lago dormindo no cerro perdido
Mas quem é essa misteriosa que é como um círio crepitando no peito?
Essa que tem olhos, lábios e dedos dentro da forma inexistente?

Pelo trigo a nascer nas campinas de sol a terra amorosa elevou a face pálida dos lírios
E os lavradores foram se mudando em príncipes de mãos finas e rostos transfigurados...

Oh, a mulher amada é como a onda sozinha correndo distante das praias
Pousada no fundo estará a estrela, e mais além.

ARNALDO JABOR - Meia-noite em Nova York

Vi, emocionado, o filme de Woody Allen Meia Noite em Paris. Ali estavam meus mitos artísticos, vivendo o momento da arte do século 20, quando os criadores eram respeitados, depois do horror da Grande Guerra. Quando Cole Porter canta Let"s Do It - chorei. A arte prometia um tempo novo, antes de ser transformada num gueto da indústria do entretenimento. Queria fazer a mesma viagem no tempo, como Woody, e me lembrei que tive situações semelhantes em minha pobre vida.

Estive uma vez sentado no hall do velho Hotel Algonquin, em Nova York, onde outrora retumbaram hinos e onde se reuniam os gênios das décadas de 20 e 30 no famoso Oak Room. Esse hotel era o point dos donos da ironia, patente importante da intelectualidade americana. Ali sentado, eu ouvia os risos de Dorothy Parker e pensava no grande Edmund Wilson, com seus cinco martínis enfileirados, tomando um depois do outro, até cair no tapete persa. Para onde foi o charme dos artistas e intelectuais? Onde estará a frase mordente do Alex Olcott de hoje, onde andará o neo-Harold Ross, fundador da New Yorker, onde se esconde o George S. Kaufman e até o genial Harpo Marx com seu sorriso de anjo sem-vergonha? Adorava aquele hotel onde ficava, na esperança de que os fantasmas dos anos 30 me segredassem soluções no ouvido. Bons tempos, quando os artistas eram olhados como messias chiques em Paris e Manhattan, cheios de veneno e esperança, línguas afiadas, muito olhados com humildade bovina pelos idiotas que ficavam calados, de boca aberta, de onde pingava a baba da admiração. Hoje, com a liberalização da cretinice, se metem em tudo. Sobrou ao artista uma atitude masoquista, se mutilando, se flagelando, querendo recuperar o tempo em que Gertrude Stein era tão temida quanto hoje se teme um dono de corretora.

Em cima da mesinha, havia um número do The Atlantic Monthly, que abri e caí no meio de um artigo que parecia uma resposta aos meus devaneios. "Onde estão os artistas?", perguntava o ensaísta Brad Holland, lembrando que muitos criadores dos anos 20 aderiram ao "futurismo" que pregava "a substituição da lenta tradição do século 19 por um mundo veloz e moderno de máquinas, violências de marketing e relações públicas". E sacaneava os meus fantasmas, dizendo que "é preciso ter cuidado com os intelectuais. Às vezes eles conseguem o que querem". O tom do artigo de Holland pertencia à moda de fazer graça de tudo que ainda denotasse esperança de mudar o mundo. Meus queridos fantasmas da mesa do Oak Room pareciam irritados com Brad - ficaram mais tênues. Holland implicava com eles, criticando o dadaísmo e o surrealismo: "Hoje é impossível distinguir estes movimentos estéticos da vida cotidiana". Meus fantasmas se mexiam indignados enquanto eu tomava meu uísque clássico. E pensava que nos anos 20, se imaginaram os traços do mundo de hoje. Quem previu melhor o que nos assola do que os escritores da época, como Kafka ou Thomas Mann?

Talvez a arte hoje não passe de uma efêmera produção de objetos parciais, passageiros e descartáveis. A morte da "aura" da arte (que Benjamim transformou numa "meta-aura" reproduzida) talvez seja mais difícil de aceitar do que pensávamos. Hoje, a aura passou para o próprio artista, que se vê como um profeta abandonado, mas ansiando por liberdade e beleza, mesmo se ele expõe na Leo Castelli os seus próprios excrementos, para delícia das grã-finas. Mas, há em Holland umas frases fantásticas: "Antigamente, o artista de vanguarda chocava a classe média. Hoje a classe média é que choca o artista de vanguarda". Ou o que Picasso poderia ter dito: "Estamos tentando romper com as normas", que hoje é slogan do McDonald"s.

Eu também tive contato com gênios do passado, contato real, tocando com a mão. Já tomei um porre com Buñuel. Juro. Foi em 1967, em Veneza, quando Buñuel estava lá com A Bela da Tarde. Ele estava surdo e puto da vida com os críticos franceses: "Estes críticos franceses son todos unos cabrones de mierda. Dicem que mis películas mejicanas son mejores que las actuales en color... Cabrones!"

Nesse mesmo festival jantei com o Fritz Lang e fui azarado pelo Luchino Visconti - é verdade!

Fritz Lang estava num grande "bode", coitado. Cego de um olho, angustiado com sua idade (mais de 80 anos), rejeitado pelo sistema de Hollywood e só feliz porque Godard o chamara para Le Mepris. Eu olhava aquele homem amargo e pensava em Brigitte Helm do Metropolis, dançando com sua carapuça de prata e entendi que nada, nem a beleza, nem a genialidade nos livra do tempo.

Depois, na minha viagem, ousei contestar o Luchino Visconti, marxista aristocrata que estava namorando na época o Pierre Clementi, vestido num terninho "mao" de seda branca. Em sua entrevista, me ergui e critiquei seu filme O Estrangeiro, baseado no Camus, também em competição. Ele riu e me sacaneou: "Só te respondo pessoalmente..." Glauber rolava de rir: "Ele quer te comer..."

Volto ao presente e me pergunto: O que mudou?

Os artistas sonhadores dos anos 20/30 foram substituídos pelos desesperados "contemporâneos" e os cineastas tratados feito cachorros pelos produtores. Ou então, fingindo uma profundidade que as formigas atravessam com água pelos joelhos, como dizia o Nelson Rodrigues. Assim como o "cinemão" manipula os espectadores com porradas e transformers, os "artistas" moram num gueto permitido, fabricando o que chamo de "metafísica comercial", como esses dois abacaxis inacreditáveis recentes:

A Árvore da Vida e Melancolia - que posam de "profundos" e que ninguém ousa contestar. Hollywood criou um galinheirinho para "arte permitida". O filme do Malick é constrangedor - americano querendo ser filosófico. O Melancolia é a diluição esquemática e superficial de O Sacrifício, de Tarkovski, esse sim, um gênio que os middle-brows não entendem.

O melhor filme que está passando é o Super Oito do J.J. Abrams, que restaura a magia do cinema dos anos 70.

Tudo isso eu pensei naquela meia-noite em NY, enquanto ouvia as risadas do Alex Olcott e via o fantasma tênue do Ed Wilson caindo de porre, comendo a última cereja do quinto dry Martini.

ALCIONE ARAÚJO - Surpresas do amor

Namorados há três verões, Rafael, de 25 anos, e Renata, de 23, aprenderam a amar se amando, e aprenderam a viver vivendo – sem se indagarem se sabem ou não amar e viver. Saudáveis e belos, amam alheios às uniões para toda a vida e vivem como se fossem eternos. A graça com que amam e a alegre leveza em que vivem sugerem que a intuição e o instinto são ingênuas. Em que, pergunto, preocupação e sisudez ajudam a ser feliz? Quem ama não teme.

Produtores de eventos, vivem a aventura do ofício dos novos tempos: trabalho fortuito, calendário variável, horário aleatório, ganhos incertos. Com o prazer antes da certeza, juntaram as economias e foram passar em Paris uns dias de verão. Do mini-hotel junto ao metrô, saíam a bater perna de mãos dadas, ler em cafés, comer em bistrô e pâtisserie, dormir no colo em banco de parque. Criativo, e quem sabe para espantar o tédio, Rafael propõe a lúdica façanha: um surpreender o outro com um presente. Suscetível, Renata se aflige, mas não recua. Duas horas depois se encontrariam no Le Club des 5 para jantar.

Ansiosa, ela chega antes, presente à mão, e senta-se à mesa. Tímida, aceita o menu, mas não o abre. A cada passada do garçom, vira o rosto. Enfim, ele chega. Entre risos e beijos, ganha a Lacoste azul, e lhe dá fina corrente de ouro com minúsculo brilhante – pedindo que o deixe no corpo como tatuagem. Declaram-se amor, jantam entre olhares apaixonados e três garrafas de vinho. Ao saírem, na Rue des Batignolles, ele pôs os fones do iPod no seu ouvido e no dela. Alegres, dançam de mãos dadas nas praças Lobligeois, Genéral Catroux, Saint-Augustin, Madeleine e, três quilômetros e 10 minutos depois, chegam suados e felizes a La Concorde. Bailam em círculo, olhos girando da Champs-Elysées a Tulheries, do Sena à Madeleine, enquanto as luzes de Paris se fundem com o brilho das estrelas na noite quente de verão.

Dançando, ele procura algo no bolso lateral da bermuda. 
No fone, Tom Jobim: “Where is the paradise/ I’ve made for you/ Where is the green/ And where is the blue/ Where is the house/ I’ve made for you”. 
Ele dobra o corpo, ela adivinha e cala, comovida. 
Ele tira a caixinha e, antes que abra, ela chora. Ele diz que a ama, ela o abraça entre lágrimas: “Onde está o paraíso/ Que fiz para você?/ Onde está o verde?/ E onde está o azul?/Onde está a casa/ Que fiz para você?”.

Trocam alianças, ela aos prantos, beijam-se. Ouvindo Tom, contemplam Paris da Place de La Concorde, agora para eles, place de l’amour.

O dia clareava quando, marido e mulher, voltaram ao hotel junto ao metrô.

MANUAL DE PICARETAGEM INTELECTUAL - JOÃO MELLÃO NETO

Antes de ler este artigo, sugiro ao leitor que responda ao seguinte questionário. Você precisa debater em público e não tem certeza da validade de seus argumentos? Você, com certeza, é o melhor executivo da empresa; mas por que as boas vagas sempre acabam sendo ocupadas por profissionais que você julga menos capacitados? Suas ideias, é claro, são sempre as melhores; por que ninguém se interessa por elas? Embora seja frequente, você ainda não se conformou em sempre passar por idiota? Você acredita, realmente, que ainda vai vencer na vida?

Então este artigo foi feito para você. Preste muita atenção!

Você não precisa se aprofundar na arte de argumentar. Muitos sábios, advogados e homens públicos já cuidaram disso por você. Desde a Grécia antiga, berço da civilização ocidental - começando com os filósofos sofistas e, depois, Sócrates, Platão e Aristóteles -, muitos dos grandes pensadores da humanidade se debruçaram sobre esse tema. Discutia-se a respeito dele na República e no Império Romano, em Bizâncio, na Europa medieval, na Renascença, no Novo Continente e até hoje se acumulam novos conhecimentos sobre o assunto. Pensadores da estatura do filósofo alemão Arthur Schopenhauer chegaram a elaborar tratados sobre o tema. Há uma obra dele que merece ser lida e devidamente estudada. Foi publicada depois de sua morte e recebeu dos editores o sugestivo título Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão. As conclusões são alarmantes e desoladoras. Os bons argumentos não precisam ser os melhores nem os mais verdadeiros. Bem apresentá-los é o que realmente importa.

O que cabe a você, aqui, é - de uma vez por todas - saber que os que sabem discursar melhor não são, necessariamente, os que sabem governar melhor. Os medíocres também têm vez. Não importa se seu produto é o melhor, o que importa é saber vendê-lo bem. Saiba, enfim que para vencer um debate o que menos você precisa é estar com a tese certa.

1.ª lição - Mesmo que esteja em dúvida, trate de ser convincente - se não der para convencer, confunda. Se mesmo assim não funcionar, encontre um ausente no qual pôr a culpa.

2.ª lição - Demonstre sempre certeza do que está falando, mesmo quando já tenha percebido que sua proposta está errada.

3.ª lição - Decorre da segunda: ninguém segue um líder que se mostre em dúvida.

4.ª lição - Não se preocupe em responder a um argumento correto, é muito melhor dizer que seu oponente não tem autoridade moral para afirmá-lo. Inversamente: uma boa ideia será sempre uma boa ideia, independentemente de quem a tenha tido.

5.ª lição - Apresente ideias que aparentem ser coerentes. As boas histórias só convencem a audiência se tiverem começo, meio e fim. Inversamente: não acredite em histórias perfeitas, geralmente elas são inventadas. Tenha sempre em mente que a realidade não produz enredos perfeitos.

6.ª lição - Para que ideias confusas sejam mais convincentes, você deve atribuí-las a alguém como Napoleão. Servem também Júlio César, Alexandre ou Abraham Lincoln. Ninguém se atreverá a desmenti-lo nem admitirá pouco saber sobre eles. Se a celebridade em questão já tiver falecido, nem mesmo ela poderá desmenti-lo.

7.ª lição - Os exemplos de que você se vale não precisam ser verdadeiros. Basta que eles sejam verossímeis.

As lições são inúmeras. Mas, por enquanto, são suficientes essas sete. Você ainda acredita nas palavras e nas elaborações intelectuais? Então, para terminar leia o que vem a seguir.

Recordo-me de, muitos anos atrás, ter lido um livro sobre retórica no qual havia um belo exemplo de como tudo isso funciona. O autor resumiu a questão apresentando duas biografias, retratos fiéis de grandes vultos da História.

O primeiro era um beberrão contumaz. E, não bastasse, tabagista inveterado, mulherengo e dado a excessos alimentares. Não tinha hora de dormir nem de acordar. Era indisciplinado por natureza. Não gostava de ler relatórios, era teimoso, ranzinza e não aceitava as ideias de ninguém. Por causa da teimosia, perdeu diversas batalhas, foi afastado do comando, caiu em desgraça perante a imprensa em geral e a opinião pública o desprezou por mais de duas décadas. Voltou ao poder em razão de uma grave comoção popular. Pode-se dizer que tinha grande desprezo por seus subordinados e era cético quanto à capacidade de discernimento da humanidade.

Já o segundo era praticamente o oposto. Não se conhece dele nenhum vício ou algum tipo de costume reprovável. Não fumava, não bebia e se preocupava sempre em estar dentro do peso. Extremamente metódico e disciplinado, tinha obsessão pela pontualidade. Quando não estava trabalhando, cuidava de ler e estudar. Desde pequeno sentia-se imbuído de uma grande missão. A ela dedicou toda a sua juventude. Para bem executá-la evitou até a prática sexual, só vindo a contrair matrimônio no fim da vida. Enquanto viveu, dedicou todo o seu tempo à sua causa. Morreu por causa dela. E sua mulher morreu logo a seguir. Todos os que o conheceram afirmam que nunca deixou de ser um idealista. Em suas aparições públicas demonstrava ser enérgico e intransigente, mas em casa seu comportamento era cordial. Seus funcionários mais íntimos foram unânimes em afirmar que era cavalheiro, polido e afável no trato. Às vezes perdia a paciência, mas só quando se sentia injustiçado.

Qual dos dois perfis é o que mais lhe agrada? Qual dos dois líderes você não vacilaria em acompanhar? Os dois líderes foram retratados com exatidão. Qual deles, a princípio, mais lhe desperta simpatia?

A maioria das pessoas, provavelmente, terá escolhido o segundo. Pois as aparências, como sempre, enganam. O primeiro perfil é de Winston Churchill. E o segundo, de Adolf Hitler.

LUIZ FERNANDO VERISSIMO- 3 Contículos


O avião sacudiu, e o homem pegou a mão da mulher sentada ao seu lado.

Desculpe – disse o homem. – É que eu...

O senhor tem medo de voar, é isso?

É. Na verdade, medo não. Pavor.

O homem continuava apertando a mão da mulher. Ela disse:

Acalme-se. Foi só uma sacudida.

O avião deu outra sacudida. O homem gemeu e pediu:

Você pode me abraçar?

A mulher relutou, mas concordou. Envolveu o homem nos seus braços.

Obrigado – disse o homem. – Era o que a mamãe fazia, quando eu era garoto e nós viajávamos de avião.

Pronto, pronto – disse a mulher. – Está tudo bem.

Outra sacudida.

Eu posso agarrar o seu seio? – pediu o homem.

Meu seio?!

Para me lembrar da mamãe. Vai me dar mais segurança.

Pode – disse a mulher, abrindo a blusa para o homem segurar seu seio.

Nisso ouviu-se a voz da aeromoça avisando que era para apertarem os cintos de segurança porque o avião estava entrando numa zona de turbulência.

Ai meu Deus – disse o homem. E para a mulher: – Comece a tirar a roupa!


Metade

Fazia tempo que o Gordo Mário não aparecia no bar. A turma estranhava. Que fim levara o Gordo Mário? Na certa, gordo daquele jeito, tivera um enfarte. O que seria uma pena. O Gordo Mário era um grande companheiro. Divertido. Sempre alegre. Sempre cheio de histórias. Não podia ter morrido. Era tão popular e tinha tantos amigos que, se tivesse morrido, todos já saberiam.

E o Gordo Mário realmente não tinha tido um enfarte e morrido. Tanto não tinha que um dia reapareceu. Na verdade, quem apareceu foi meio Gordo Mário. Um Gordo Mário magro, quase irreconhecível. Contou que tinha feito uma dieta espetacular e perdido metade do seu peso. Aliás, contou isto várias vezes, para quem quisesse e não quisesse ouvir. O Gordo Mário não tinha outro assunto, só a dieta que o fizera perder a metade do que era.

O consenso no bar foi o seguinte: o Gordo Mário tinha perdido a metade errada.


Escolhas

Albert Camus disse que a única questão filosófica é o suicídio. Surpreende que – tendo sido goleiro na sua juventude argelina – Camus não tenha feito um adendo: as únicas questões filosóficas são o suicídio e o pênalti. Este pensamento não passou pela cabeça nem do Doninho, que ia bater o pênalti naquele final de jogo empatado, nem do Marcão, goleiro do adversário.

Mas os dois estavam vivendo um momento camusiano: dois homens diante da magnitude de uma escolha decisiva, de uma escolha de vida ou morte que só depende deles, que não está nem escrita nem preordenada nas estrelas. Doninho: finjo que vou chutar na direita mas chuto na esquerda, ou chuto na direita mesmo porque ele vai adivinhar que eu vou fazer mesmo o que fingi que ia fazer, para enganá-lo.

A escolha é só minha, Deus não tem nada a ver com isto. Marcão: escolho um lado e me atiro. Se acertar acertei, se não acertar... De qualquer maneira, a escolha é só minha. Doninho corre para a bola e chuta, e o conto termina aqui. Se a bola entra ou não, não é mais uma questão filosófica.

ROBERTO POMPEU DE TOLEDO - Brasilienses

"É como se a moçada do Plano Piloto, gente de ‘mente aberta’ e acesso a uma boa universidade, dissesse aos emergentes da Uniban: ‘Viram? Nós podemos. Vocês não’".

Não se trata de um recorde apenas brasileiro. No mundo todo, nunca antes o público ganhara igual oportunidade de contemplar a arte da corrupção em tal esplendor. Entre os itens da rica coleção de filmes estrelada pelo governador Arruda e sua turma, cada um terá suas próprias prefe-rências. A deste colunista é a seguinte:

Medalha de bronze, empatados: 1) Aquele em que o governador, escarrapachado no sofá, é despertado da sonolência pela mão amiga que lhe estende os maços de dinheiro. "Ah, ótimo", ele diz. Justificativa do prêmio: a naturalidade com que o governador saúda a oferta, embalada por um "ah, ótimo" tão protocolar como o que saudasse a chegada do cafezinho. 2) Aquele em que a deputada entra na sala, recebe o dinheiro, abre a bolsa, guarda o dinheiro e se vai. Justificativa: a simplicidade do ato.

Medalha de prata: o filme da oração, em que três dos propineiros se abraçam e agradecem ao Senhor a graça concedida. Justificativa: a força da fé, mesmo em circunstância em que o comum das pessoas não esperaria sua presença.

Medalha de ouro: o filme em que o presidente da Assembleia de Brasília, sentado diante do distribuidor da propina, recebe os maços e os vai alocando, primeiro, nos diferentes bolsos do paletó, depois nas meias. Justificativa: a didática exposição do caráter clandestino da propina, mas não apenas isso. O filme leva a palma também por seus valores estéticos. O personagem está bem vestido, exibe uma silhueta esguia, e os movimentos que executa, primeiro com os braços, conduzindo as mãos aos bolsos, em seguida com as pernas, levantando uma, depois a outra, para alcançar as meias, mostram flexibilidade e boa coordenação. É o estilo a serviço da corrupção.

Ainda falta acrescentar um detalhe, uma nota de rodapé, ao episódio em que a moça de minissaia foi escorraçada pelas hordas de trogloditas da universidade Uniban, em São Paulo. O detalhe, que talvez não seja tão detalhe assim, foi a manifestação encenada na Universidade de Brasília por algumas dezenas de estudantes, homens e mulheres, alguns em roupas íntimas, outros sem roupa alguma, em protesto contra o ocorrido. Duas moças de peitos de fora escreveram na pele: "O corpo é meu". Um grupo de meninas entoava: "Eu uso o que quiser / eu sou mulher".

Não foi noticiado se, como usam, ou não usam, o que bem entendem, os estudantes costumam assistir às aulas pelados. Presume-se que não. Mas naquele dia puderam, sim, exibir-se pelados no câmpus. Em si o fato não seria tão relevante se não revelasse… falar nisso é chato, é quase proibido, mas vá lá… se não revelasse uma questão de classe. É como se a juventude dourada do Plano Piloto, abençoada, entre outras coisas, com o acesso a uma boa universidade e a um meio de hábitos livres e "mente aberta", dissesse aos emergentes da Uniban, condenados a uma universidade ruim e a um meio de hábitos não tão livres e men-tes não tão abertas: "Viram, seus basbaques? Nós podemos. Vocês não". Acrescente-se que a moçada do Plano Piloto cursa uma universidade gratuita, enquanto a Uniban cobra caro de sua clientela classe C, e tem-se um retrato que, para além dos costumes, flagra a perversidade do sistema brasileiro de ensino superior em seu coração.

O Ministério das Cidades lançou uma campanha em que ensina aos pedestres que só devem atravessar a rua na faixa – e depois de esperar que os carros parem. Que é isso, Ministério das Cidades?! O alvo está invertido. É o motorista que tem de ser instruído a parar, assim que avista um pedestre na faixa. Essa é a questão central.

Esclareça-se desde logo que o que está em pauta é a faixa de pedestres sem semáforo. Com semáforo as coisas se simplificam: o sinal fecha, os carros param. Nesses locais nem precisaria haver faixa zebrada. Bastaria uma linha sinalizando o ponto em que os carros devem parar. O que os motoristas brasileiros não compreendem é que, à vista de uma faixa de pedestres onde não há semáforo, já ocupada ou em via de ser ocupada por pedestres, devem também obrigatoriamente parar. (Uma exceção surpreendente são os motoristas de Brasília: depois de uma série de atropelamentos, uma campanha de imprensa e multas que passaram a ser aplicadas, mais de dez anos atrás, aprenderam a respeitar a faixa.)

A faixa de pedestres é um marco civilizatório. Os países se dividem entre aqueles cujos motoristas a respeitam e os que não. O Brasil já conseguiu a capa da Economist e o investment grade das agências de risco. Falta a promoção no quesito res-peito à faixa de pedestres.

MARTHA MEDEIROS - O humor que desmoraliza

A morte de Chico Anysio e as merecidas homenagens que ele tem recebido nos fazem pensar sobre a mudança por que o humor vem passando. Lembro com saudade do “Não garavo” (Alberto Roberto), “Ca-la-da!” (Nazareno), “Isso me ama” (Coronel Limoeiro) e outros bordões que povoaram minha infância (assim como “ô Cridê, do Golias, o “muy amigo”, criado pelo Jô, e “ô psit” do Renato Aragão), mas teve uma hora que cansou.

Era o momento de abraçar o espírito renovador da TV Pirata, do Casseta & Planeta, de Os Normais e do recente Tapas e Beijos, programas menos populares se comparados aos antecessores, mas igualmente criativos.

Humor bom é aquele que chama a atenção para nossos preconceitos fazendo graça. Chico Anysio criou um pai de santo homossexual, um político que assumia odiar os pobres, um marido que tratava mal a mulher por ela ser feia, um pastor evangélico que só se interessava em passar a sacolinha, um jogador perna de pau que pensava que era craque, e nada disso soava grosseiro, apenas divertido.

O que mudou da geração Chico City para a geração TV Pirata foi a espontaneidade das interpretações e um pouco de perda da inocência, mas só um pouco. Até que chegamos ao humor de agora, de inocência zero. Do que se ri hoje? Não do ridículo, e sim da ridicularização. Engraçado é você humilhar.

Fora do Brasil, a mesma coisa. Adeus ao surrealismo hilário de Monty Phyton: que venha o Borat, representante de um humor moderno que eu, particularmente, abomino. Não que ele seja irrelevante, mas essa comicidade que deprecia e constrange, típica das pegadinhas e dos trotes, confirma que a grosseria passou a ser reconhecida como um forte traço de caráter do ser humano.

Ninguém vai esperar que um humorista seja cerimonioso, mas há uma linha tênue que separa o burlesco do grotesco. Semana passada, assisti a um stand up em Porto Alegre (Desculpe, mas o Ator Americano Ficou Doente), que levou o público às gargalhadas com imitações, irreverências e piadas politicamente incorretas, tudo com o melhor dos respaldos: a inteligência. Não há como se sentir agredido pela inteligência – a não ser que você não a tenha.

Já fomos mais elegantes, inclusive para fazer rir. Por ora, o humor tem se valido do esculacho mais vil e miserável. O que explica essa nostalgia toda por Chico Anysio.

Você sabe o que é autismo? Poucos sabem. Domingo próximo, começarão diversas atividades que visam esclarecer sobre a doença e alertar sobre a importância do diagnóstico precoce. Tudo começa com uma caminhada às 11h30min, com saída do Brique da Redenção. Vista uma camiseta azul e participe. Temos cerca de 2 milhões de crianças autistas no Brasil e quase nada de informação.

ROSELY SAYÃO - Madrastas e padrastos

Todo adulto deve aceitar sua responsabilidade em relação às crianças que convivem com ele. A família passou do singular ao plural.

Antes, havia "a família". Quando nos referíamos a essa instituição todos compartilhavam da mesma ideia: um homem e uma mulher unidos pelo casamento, seus filhos e mais os parentes ascendentes, descendentes e horizontais. E, como os filhos eram vários, a família era bem grande, constituída por adultos de todas as idades e mais novos também.

Pai, mãe, filhos, tios e tias, primos e primas, avós etc. eram palavras íntimas de todos, já que sempre se pertence a uma família. Quando as palavras "madrasta" ou "padrasto" ou mesmo "enteado" precisavam ser usadas para designar um papel em um grupo familiar, o fato sempre provocava um sentimento de pena. É que na época da família no singular isso só podia ter um significado: a morte de um dos progenitores.

E o que dizer, então, da expressão "filho de casal separado"? Nossa, isso só podia ser um mau sinal.
Mas essa ideia de família só sobreviveu intacta até os anos 60. Daí em diante "a família" se transformou em "as famílias". Os grupos familiares mudaram, as configurações se multiplicaram. Hoje, são tantas as formações que, creio eu, não conseguiríamos elencá-las.

O tamanho da família diminuiu -e não apenas por uma redução no número de filhos, mas também porque papéis antes tão íntimos tornaram-se distantes. Tios e tias ou mesmo primos e primas passaram a nomear antes pessoas próximas do que parentes de fato.

Aliás, as palavras tio e tia passaram a servir para os mais novos nomearem qualquer adulto: professora, médico, pai do colega, entre outros. E, às vezes, essas palavras até são usadas de forma pejorativa: quem não conhece uma propaganda de carro afirmando que o modelo não é para um "tiozão"?
Por outro lado, palavras antes distantes e temidas, como madrasta e padrasto, tornaram-se íntimas de muitas crianças e muitos jovens no tempo da família no plural. Um grande ganho no tempo da diversidade.

Mas há alguns problemas que precisamos enfrentar nesse contexto. O primeiro deles: qual é a responsabilidade das pessoas que assumem tais papéis perante os mais novos?

Conheço crianças que se referem a essas pessoas como "a namorada de meu pai" ou "o marido de minha mãe". Outras chamam as pessoas que ocupam esse lugar de tia ou tio. Poucas nomeiam essas pessoas de madrastas ou padrastos. O que isso pode significar?

Pode apontar, por exemplo, que nós ainda não conseguimos superar a antiga concepção dessas figuras, quando substituíam o lugar de alguém que havia morrido. Como hoje as pessoas estão bem vivas e exercendo ativamente seu papel de mãe ou pai, resta um constrangimento social com a palavra, não é?
Mas pode também significar que os adultos não aceitam sua responsabilidade no convívio com essas crianças. E essa recusa não se limita ao novo marido ou à nova mulher, mas também aos ex.
Compreensível, já que vivemos na era da posse absoluta dos filhos. Outro dia ouvi várias mães dizerem: "Na educação do MEU filho, ninguém se mete". Quem vai querer comprar essa briga?
Os mais novos perdem muito com essa nossa postura. Perdem oportunidades de uma relação educativa diferente e rica, por exemplo. E perdem o referencial de que todo adulto é responsável pelas crianças que com ele convivem. Ou não?

O FACEBOOK TEM MEDO DA INTERNET - JOHN GAPPER

O Yahoo!, de 1994, levou 18 anos para chegar à situação atual; o Facebook terá sorte se durar tanto tempo

Não admira que Mark Zuckerberg tenha se comportado de modo tão defensivo na semana passada. Enquanto pagava US$ 1 bilhão para eliminar a ameaça que o Instagram representava para o Facebook, antigos gigantes da web passavam por momentos de humilhação.

O Yahoo!, que revelou mais um plano de reorganização, e a AOL, que vendeu 800 patentes à Microsoft por US$ 1,1 bilhão, estão sob ataque dos fundos de hedge. As duas companhias têm valor de mercado equivalente a apenas uma fração do que atingiram durante a bolha de internet dos anos 1990.
O Vale do Silício foi sempre competitivo, mas as barreiras para o ingresso no boom das redes sociais, em seu estágio atual, são tão baixas, e o capital, tão abundante, que o processo de destruição criativa agora ocorre em ritmo acelerado. Se o Facebook, a caminho de lançar sua oferta pública inicial de ações, pagou US$ 1 bilhão para neutralizar o Instagram, qual será o valor do Pinterest, do Path e de outros serviços que ainda estão por ser inventados?

Porque o Instagram tem receita zero, é impossível determinar em que medida Zuckerberg exagerou na oferta por um único aplicativo, que tem roubado usuários ao Facebook.

Sabemos o que ele teme -repetir o destino de muitas empresas de internet voltadas ao consumidor (entre as quais redes sociais como a Bebo, adquirida pela AOL em 2008 por US$ 850 milhões e vendida no ano passado por US$ 10 milhões). Elas podem ganhar milhões de usuários e conquistar imensos valores de mercado repentinamente -e implodir de maneira igualmente súbita.

O mais notável sobre a transação entre o Facebook e o Instagram é que a mudança de rumo tenha acontecido tão rápido. Em geral, uma empresa precisa estar operando como companhia de capital aberto há ao menos um ou dois anos e sofrer pressão de investidores para que comece a pensar defensivamente a adquirir concorrentes nascentes.

Depois, tem de decidir se vai integrar a nova aquisição às suas demais operações, o que acarreta o risco de arruinar a nova propriedade, ou se vai mantê-la separada.

O Instagram caminhava para ser o maior serviço on-line de fotografia, o que ameaçava o domínio do Facebook sobre a veiculação de fotos, mas Zuckerberg não poderá simplesmente absorver a companhia.
"Trata-se de um marco importante para o Facebook porque pela primeira vez adquirimos um produto e empresa com tantos usuários. Não é algo que planejemos repetir muitas vezes", prometeu. Mas o que acontecerá quando uma nova companhia iniciante começar a atrair a atenção dos usuários do Facebook?
Já existem alguns exemplos, como o Path, rede social móvel para o iPhone e o Android; e o Pinterest, um site de fotos cujo foco é a moda.

Qualquer empresa de tecnologia que planeje permanecer no mercado precisa da capacidade de se defender via aquisições. Mas o fato de que o Facebook tenha feito isso antes de amadurecer revela algo de preocupante quanto à internet. A combinação de barreiras baixas à entrada, distribuição digital, companhias de capital para empreendimentos ávidas por investir, engenheiros de software ambiciosos e a oportunidade de ganhar bilhões geraram um ambiente de hipercompetição.

Mas nenhuma companhia está segura. Warren Buffett é famoso por sua aversão a investir em tecnologia, porque esse tipo de investimento é imprevisível. Os serviços ao consumidor na internet contam com as muralhas mais fáceis de derrubar.

A proteção do Facebook é o efeito de rede propiciado por seus milhões e milhões de usuários, mas a ascensão do Instagram e a derrocada do MySpace e de outros serviços demonstram o quanto isso é frágil.
Zuckerberg tem evitado, até o momento, as armadilhas ao conduzir a ascensão de sua empresa com inteligência, recuando de seus erros com rapidez suficiente para não alienar os usuários. Mas o crescimento do Facebook se desacelerou nos EUA e parece claro que ele começou a se preocupar com as ameaças ao domínio de sua empresa.

O Instagram era uma, mas há outras. A internet tem o desagradável hábito de consumir suas empresas maduras -o Yahoo!, fundado em 1994, demorou 18 anos para chegar à sua situação atual. O Facebook terá sorte se durar tanto tempo.
JOHN GAPPER é editor-associado e colunista do "Financial Times".

PAULINHO MOSKA - Aquele abraço

‘‘Os sul-americanos vibram com nosso jeito, nossa onda, nossa maneira de viver. A expansão e exportação do ‘abraço’ deveria ser nossa principal meta internacional. É o que sabemos fazer melhor entre nós’’.

Uma das maiores virtudes do brasileiro é admirar suas muitas diferenças internas. Territorialmente vasto e com uma cultura que se mistura em todos os níveis, aprendemos a nos orgulhar de nossa diversidade. Abraçamos nossos sotaques, nossa culinária, nossas artes, raças, religiões e nossa música. Tudo tão variado e vivo. Ser múltiplo é nossa singularidade. Amamos nosso país plural: os Brasis!

Aqui o samba, o baião, o frevo, o xote, o maracatu, o forró e o xaxado se misturam com rock, pop, funk, blues, soul, eletrônica e batidão numa sinergia natural e constante.

No momento em que o planeta inteiro se conecta pelas redes sociais e começa a exercitar a beleza das diferenças, o Brasil já se apresenta globalizado em si, consequência da miscigenação e multiculturalidade. Nenhum outro país no mundo tem essa particularidade, o que coloca o Brasil à frente desse novo paradigma mundial: “Tudo ao mesmo tempo agora.” Descendemos de portugueses, espanhóis, holandeses, italianos, asiáticos, alemães, poloneses, africanos, indígenas. O Brasil é o mundo condensado e conectado. Nos alimentamos das diferenças e somos consequência delas.

Assim somos vistos pelo mundo afora: todos sabem da alegria resultante de nossos encontros e misturas, mas… como nós olhamos para fora? Por que, de um certo ponto de vista, ainda focamos nosso olhar para os europeus e americanos? Por que nos espelhamos só neles e somos tão fechados para a América do Sul e sua língua? O espanhol é tão parecido com o português. E o povo sul-americano se assemelha muito ao nosso. O fato é que os chamamos de hermanos, mas não formamos uma família realmente.

Esses “primos distantes” admiram nossa variedade de Brasis, mas nós sequer os observamos. De onde exatamente surgiu nosso preconceito, que nos deixa cegos e surdos às belezas sulamericanas? Talvez por uma acirrada rivalidade futebolística, pelas novelas produzidas por lá, pelas mercadorias do Paraguai ou até mesmo pelo rancor de ver Búzios frequentada por argentinos. Tolices que não justificam a perda que sofremos em excluí-los. Digo “perda” porque às vezes me parece que nós não nos consideramos sul-americanos. Somos brasileiros e só. Já nos basta. Somos autossuficientes e não precisamos nos misturar com eles. Pensando assim, perdemos a oportunidade de ter uma América do Sul integrada e misturada, como fazemos aqui.

Será que, justamente por termos esse poder de admirar as diferenças e de fazer com que todas as nossas culturas se combinem, não seríamos nós quem deveríamos abraçá-los? Será que esse movimento não deveria partir daqui? Os sulamericanos vibram com nosso jeito, nossa onda, nossa maneira de viver. Querem ser incluídos na alegria da nossa mistura. Rivalidade e preconceito se desdobram em mais rivalidades e preconceitos. O que se planta se colhe. A expansão e exportação do “abraço” deveria ser nossa principal meta internacional. É o que sabemos fazer melhor entre nós. Sonho com um portuñol ético que nos coloque definitivamente na América do Sul e que nos inclua ao mesmo tempo em que a incluímos.

Sonho com o encontro de nossas músicas, de nossas línguas, nossa poesia, nossos sentidos, nossa gente. Precisamos redescobrir a América Mãe. Celebrar uma “sul-americanização” brasileira aliada a um “abrasileiramento” dos países sul-americanos.

No passado, o Brasil foi chamado de “o país do futuro”, mas o futuro chegou e agora nós somos “o país do presente”. E que presente daremos aos hermanos e à América do Sul?

Eu proponho um abraço.

RUY CASTRO - De cinco em cinco minutos

Em algum momento menos próspero dos anos 70 -certamente entre empregos ou pulando de frila em frila-, encontrei minha amiga Gardênia Garcia na avenida Rio Branco. Houve beijos e abraços pelo reencontro, e ela me convidou a subir à salinha que fazia de escritório, ali perto.
Fomos. A salinha consistia de duas cadeiras e uma mesa, esta forrada de pôsters, folders e prospectos sobre a Encyclopaedia Britannica, com ênfase na última edição, a de 1972, em 32 volumes. A qual se orgulhava de ter, entre os autores de seus artigos, luminares como Albert Einstein, André Maurois, Anna Freud, sir Alexander Fleming, Alfred Hitchcock, Anthony Burgess, Claude Lévi-Strauss, Carl Sagan, e isso apenas de A a C. O incrível é que, pela primeira meia hora, não percebi que Gardênia estava tentando me vender uma enciclopédia.

Naquela época, tendo de rebolar para fazer jus ao aluguel, à feira e ao sapato das crianças, a última coisa de que eu precisava era de uma Britannica. Pois não é que comprei a dita, e, de lambuja, ainda levei o Webster's Dictionary em três volumes e um enorme Atlas, tudo em 30 ou 40 prestações?

Bem, aconteceu que a aquisição daquela Britannica não me levou à falência, nem fez faltar feijão à mesa ou sapato para as meninas. Aliás, nos anos seguintes, seus artigos me foram tão úteis que ela se pagou várias vezes. E, hoje, graças a Gardênia, continuo possuidor da famosa edição de 1972, que tinha até Einstein e Hitchcock entre seus colaboradores.

Ouço agora que a Britannica anunciou o fim de sua edição impressa e se limitará a existir on-line e em digital, o que lhe permitirá ser atualizada de cinco em cinco minutos. Não vejo vantagem nisso. Na Britannica de papel, o mundo tinha de parar entre uma edição e outra, enquanto os luminares escreviam seus artigos.

MARCELO RUBENS PAIVA - A Arte de Beber

Sim, álcool faz mal, e existe arte no ato de beber. Cada bebida tem o copo apropriado, a temperatura ideal, o ritual a ser cumprido, assinatura do fabricante e história.

Algumas regras devem ser seguidas, para que uma noite de celebração não estrague os sóbrios dias seguintes. Apesar de tentador, evite falar verdades que estão há tempos entaladas no gogó. Risque do mapa as palavras exorcizar, desabafar. Não é preciso, naquele momento em que o pileque começa a agir, ser verdadeiro e sincero. Beba, fique alto, continue sorrindo, fale o mínimo possível e concorde com tudo. Especialmente se o patrão estiver por perto.
Aos carentes: na segunda dose, dê o celular para um amigo guardar, para não mandar mensagens com resoluções definitivas, provas de amor absoluto, arrependimentos tardios. Nem tente telefonar de madrugada para uma paixão desfeita que, a essa altura, assinou em cartório uma declaração de convívio marital com outra pessoa, faz planos de viagens longas para países exóticos e pesquisa em qual escola próxima matricularão a prole que será responsável pela mudança da categoria do veículo familiar de sedam para minivan.

É na adolescência que o primeiro porre é experimentado. No estágio em que abandonamos o luditismo infantil, em que nos apontam as responsabilidades e decisões que virão, descobrimos que o álcool pode nos deixar soltos, inconsequentes, divertidos, sem o domínio do corpo e da mente. Quando não somos mais crianças, talvez bebamos para voltar a ter a irreverência e espontaneidade de uma.
Há milênios que se descobriu que a fermentação de frutas e cereais dá barato. Cerveja e vinho foram inventados antes das tampinhas, rolhas, rótulos e enólogos chatos, que demoram mais tempo cheirando e olhando a bebida contra a luz do que sorvendo. Muito tempo depois, os árabes inventaram os destilados. Nasceu o porre homérico. Que não se sabe se foi relatado na Ilíada ou Odisseia.

Fazemos bebida de tudo: milho, trigo, cevada, cana, uva, alcachofra, batata, arroz, anis, maçã, combustível de carro, lancha e avião.
O vinho talvez seja a bebida mais cultuada. Bíblica, não se deve tomar um porre dela. Melhor apreciar, degustar. Ou você deseja acordar com a língua colada no céu da boca e uma sede que o Delta do Nilo não mataria? Suas variações, champanhe, vinho branco, prosecco, apesar de populares em casamentos, deveriam vir acompanhadas por dipirona sódica em gotas. Dores de cabeça são comuns aos que as ingerem em excesso.

O remédio que se deve tomar um antes e outro depois ajuda a diminuir os efeitos físicos de uma ressaca. Porém, a ressaca moral e a sensação de que até uma ária de um quarteto de cordas de Bach faria a sua cabeça explodir continuam. Já vi Engov como brinde em banheiro de casamento. Poderiam incluir o hidróxido de alumínio, ácido acetilsalicílico e maleato de mepiramina, princípios ativos do remédio, nos bem-casados que costumamos afanar.
Mas o profissional tem uma técnica infalível para beber, continuar bebendo e não dar trabalho: alterna uma taça com um copo de água. Bebe com a disciplina de um jogador de xadrez. Pensa nos próximos lances com bastante antecedência. E ouve muito mais do que fala.

É no Retorno de Saturno, fenômeno astrológico que serve de desculpa para as irresponsabilidades juvenis, que ocorre a cada 28 anos, que se descobre que não bastam, como antes, apenas algumas horas de sono para curar uma ressaca.
Sim, envelhecer é aprimorar o desejo de que a vida imite a arte e, como num filme da Lars Von Trier, um planeta se choque com a Terra, depois de se acordar duma noite daquelas. No segundo Retorno de Saturno, quando a vítima completa 56 anos, só se toma um porre se está em dia com o plano de saúde e próximo a hospitais conveniados.

Cada pessoa tem seu nível de tolerância. Alguns enxugam uma garrafa de uísque e mantêm a irritante lucidez de um comentarista econômico em tempo de crise cambial. Outros tomam dois chopes e se comportam como líderes de uma facção criminosa associada a uma torcida organizada que chefia a bateria de uma escola de samba.
Há mais coisas em comum num pileque do que rege os alertas do Ministério da Saúde. Porre de uísque deixa o bebum inteligente. Acompanhado de muita água, acorda bem se o armazenamento do mesmo durou 12 anos ou mais. A não ser, claro, que tenha sido destilado, engarrafado e envelhecido em toneis paraguaios, produzido pelas águas das nascentes do Chaco.

Não existe melhor porre que o de tequila. É a bebida da alegria. Nos sentimos vibrantes, felizes, como solistas de um grupo mariachi. Sua ressaca, porém, nos remete ao sofrimento dos inimigos dos Maias, cujas cabeças rolavam por suas pirâmides.
O melhor porre não necessariamente implica maior ressaca. Mojito tem a fórmula mágica de juntar as delícias do rum com o frescor tropical da hortelã. Como nossa caipirinha, consegue refrescar e abastecer de vitaminas. O problema é a vontade de dançar salsa sozinho no banheiro.

Caipirinha, símbolo pátrio, é a prova de que nossa miscigenação é ampla: pode ser de saquê do Oriente, vodca eslava ou cachaça nacional; pode ser açucarada, adoçada, light ou diet; qualquer fruta, doce ou amarga, se casa com o sabor do destilado de alto teor alcoólico; e, enfim, vem em cores exuberantes como as do kiwi ou frutas vermelhas, que deixariam um impressionista impressionadíssimo.

Dry Martini é a bebida mais conflituosa, pois não existe uma receita universal. O que mais se escuta em balcões: barman exaltando sua fórmula secreta. A discussão sobre a receita original do Dry Martini é mais polêmica do que a tese de que Lee Harvey Oswald agiu sozinho. Pode vir com a entrada; uma azeitona, ou cebolinha. Seu copo é exclusivo da bebida. É gelado, mas esquenta. Tem um efeito psicotrópico prolongado. Alterna o estado da consciência, sem dar muito trabalho aos amigos.

Em A Cultural History of Alcohol, Iain Gately escreveu que os pileques dos nossos antepassados fariam os de hoje parecerem festinhas em conventos. Desde que se descobriu que o álcool tem ação inibidora sobre neurônios dopaminérgicos do sistema límbico, o porre tem assento cativo na história do mundo ocidental e oriental.

Aliás, foi em 8000 a.C. na China que o primeiro "mé" foi encontrado, um drinque de arroz, mel, uvas e cerejas fermentadas. Os sumérios inventaram a "breja", que a elite bebia com canudinhos de ouro. É sabido que cada peão que erguia as pirâmides do Egito ganhava em média 5 litros de cerveja por dia.
Em qualquer achado arqueológico existem mais garrafas de bebida do que moedas. Tutancâmon, faraó da 18.ª dinastia, foi sepultado com uma bela máscara de ouro e 26 jarras de vinho. Os gregos tinham 60 variedades da bebida. Os romanos passaram a produzir e distribuir em larga escala. Soldados romanos ofereciam vinho "de presente" aos inimigos, para dominá-los na ressaca. Qualquer leitor de Asterix conhece o truque.

Sem fazer proselitismo, sabe-se que o alcoolismo é um grave problema de saúde pública. Mas lembre-se que a bebida já foi considerada remédio, e que a revolução americana foi liderada por um fabricante de uísque, George Washington. Sem contar que a Declaração da Independência foi escrita num boteco da Pensilvânia.

Se você conseguiu chegar até o final deste texto, beba com moderação. E é bom lembrar, se for beber não dirija.

ESTUDO TRAÇA MAPA DE “ESTRADAS” CEREBRAIS

Com ressonância magnética de alta resolução, cientistas fizeram imagens sem precedentes das fibras nervosas. Para surpresa geral, a estrutura das vias cerebrais é relativamente simples, como uma “cidade planejada”.

O mapeamento por ressonância magnética mais preciso já feito até hoje em um crânio humano foi capaz de enxergar as fibras nervosas por onde os neurônios transmitem seus impulsos de um canto para outro do cérebro. Aquilo que poderia ser um emaranhado de alta complexidade, porém, revelou-se algo altamente organizado.
É como se, em vez das vielas e ladeiras do centro de São Paulo, o cérebro tivesse avenidas planejadas, como as de Brasília, por exemplo.
Em um estudo publicado na revista "Science", cientistas descrevem pela primeira vez a estrutura que viram no cérebro de humanos e de algumas espécies de macacos. Os padrões humano e símio eram muito similares.
A máquina que permitiu enxergar detalhes da ordem de um milímetro dentro do cérebro (uma resolução dez vezes melhor que a de equipamentos de um bom hospital) foi produzida por cientistas do Hospital Geral de Massachusetts em conjunto com a empresa alemã Siemens. A tecnologia usada foi um aprimoramento de um tipo de ressonância magnética.
O estudo sobre os primeiros resultados obtidos com a nova tecnologia foi liderado por Van Wedeen, cientista da Escola Médica de Harvard. Segundo ele, o fato de as fibras cerebrais se organizarem de modo relativamente simples não significa que não haja um padrão complexo nas conexões entre neurônios. Essas células individuais, porém, ainda não podem ser vistas por uma técnica não invasiva como a ressonância.
"A real conectividade é mais complexa do que a grade de fibras que estamos vendo agora, mas não sabemos o quão mais complexa", disse o pesquisador.
Uma boa parte do dinheiro para a pesquisa saiu do Programa Conectoma Humano, cujo objetivo é criar tecnologias de imagem cerebral não invasivas e capazes de enxergar padrões cerebrais úteis para a psiquiatria. Não é uma tarefa simples, e ainda está longe de se mostrar viável, reconhece Wedeen.
"Cientistas com uma boa máquina de ressonância magnética funcional hoje conseguem diferenciar uma população de pessoas deprimidas de uma população de pessoas não deprimidas, mas isso depende de estatística", explica. "Ainda não é possível diferenciar um indivíduo com depressão de um indivíduo sem o transtorno." 
Para compensar a imprecisão, o Projeto Conectoma também busca analisar com mais detalhes a estrutura do cérebro humano e relacioná-la com a influência que diferenças no DNA das pessoas exercem sobre o órgão. 
Para Wedeen, o projeto é uma aposta "arriscada", porque ninguém sabe se o conhecimento adquirido será confiável o suficiente para uso clínico. Mas o novo trabalho dá um passo nessa direção.
RAFAEL GARCIA

NELSON MOTTA - Enigmas brasileiros

Um país continental, com uma economia vigorosa e uma imensa classe média com crescente poder aquisitivo, deveria ser um fabuloso mercado para o transporte aéreo. Mas a Gol e a TAM tiveram juntas um prejuízo de R$ 1 bilhão no ano passado e em dois anos perderam metade de seu valor de mercado, mesmo vendendo passagens nacionais a preços abusivos (uma ponte aérea Rio-São Paulo custa R$ 2 mil em alguns horários) e voos internacionais muito mais caros do que em outros países. Do aumento do querosene à crise internacional e aos impostos locais, tudo se explica, mas ninguém entende.

Um país com 190 milhões de habitantes, que adora futebol, com poderosas redes de televisão e ricos patrocinadores, times e jogadores de fama internacional, torcidas apaixonadas e massiva cobertura gratuita da mídia, deveria ser o mercado dos sonhos para uma liga de futebol profissional, como as americanas e europeias, com o seu campeonato visto no mundo inteiro. Mas os clubes brasileiros estão todos falidos ou quase. De administrações desastrosas à corrupção e politicagem, do coronelismo da CBF às anacrônicas leis das sociedades esportivas, tudo se explica, mas ninguém entende.

Nosso país é mesmo difícil de entender. Aqui joga-se em tudo, bicho, bingo, cavalos, loterias, raspadinhas e mega-senas, explorados por bandidos ou pelo Estado, gerando montanhas de dinheiro sujo e de impostos.

Mas, em nome da moral e dos bons costumes, os cassinos são proibidos, até para turistas estrangeiros.

Nos anos 1930 e 40 eles eram o motor do mercado de turismo e entretenimento no Brasil, empregando milhares de pessoas e pagando fortunas de impostos, mas foram extintos por um decreto autoritário do presidente Dutra, há 66 anos, a pedido de sua esposa, dona Santinha, que era muito católica. Isso explica tudo, mas ninguém entende.

Aqui os partidos políticos recebem R$ 265 milhões de fundos constitucionais por ano e usam, vendem ou alugam horários milionários de rádio e TV, gratuitos para eles mas pagos pelo contribuinte às emissoras como renúncia fiscal. Mas querem o "financiamento público" das campanhas.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.

A Casa Encantada & À Frente, O Verso.
Livros de Edmir Saint-Clair

Escolha o tema:

- Mônica El Bayeh (1) 100 DIAS QUE MUDARAM O MUNDO (1) 45 LIÇÕES QUE A VIDA ME ENSINOU (1) 48 FRASES GENIAIS (1) 5 CHAVES PARA FREAR AS RELAÇÕES TÓXICAS NA FAMÍLIA (1) 5 MITOS SOBRE O CÉREBRO QUE ATÉ OS NEUROCIENTISTAS ACREDITAM (1) A ALMA ESTÁ NA CABEÇA (1) A FUNÇÃO SOCIAL DA CULPA (1) A GREVE DAS PALAVRAS (1) A LUCIDEZ PERIGOSA (1) A PANDEMIA VISTA DE 2050 (1) A PARÁBOLA BUDISTA (1) A PÍLULA DA INTELIGÊNCIA (1) A PRÁTICA DA BOA AMIZADE (1) A PREOCUPAÇÃO EXCESSIVA COM A APARÊNCIA FÍSICA (1) A QUALIDADE DO SEU FUTURO - Edmir Silveira (1) A SOMBRA DAS CHUTEIRAS IMORTAIS (1) A Tua Ponte (1) A vergonha pode ser o início da sabedoria (1) AFFONSO ROMANO DE SANT'ANNA (5) Amigos (4) amizade (2) ANA CAROLINA DECLAMA TEXTO DE ELISA LUCINDA (1) ANDRÉ COMTE-SPONVILLE (3) ANTONIO CÍCERO (2) ANTÓNIO DAMÁSIO (3) ANTÔNIO MARIA (2) ANTONIO PRATA (2) antropologia (3) APENAS UMA FOLHA EM BRANCO SOBRE A MESA (1) APOLOGIA DE PLATÃO SOBRE SÓCRATES (1) ARISTÓTELES (2) ARNALDO ANTUNES (2) ARNALDO BLOCH (1) Arnaldo Jabor (36) ARTHUR DA TÁVOLA (12) ARTHUR DAPIEVE (1) ARTHUR RIMBAUD (2) ARTHUR SCHOPENHAUER (5) ARTUR DA TÁVOLA (9) ARTUR XEXÉO (6) ASHLEY MONTAGU (1) AUGUSTO CURY (4) AUTOCONHECIMENTO (2) BARÃO DE ITARARÉ (3) BARUCH SPINOZA (3) BBC (9) BBC Future (4) BERNARD SHAW (2) BERTRAND RUSSELL (1) BISCOITO GLOBO (1) BRAINSPOTTING (1) BRUNA LOMBARDI (2) CACÁ DIEGUES (1) CAETANO VELOSO (10) caio fernando abreu (5) CARL JUNG (1) Carl Sagan (1) CARLOS CASTAÑEDA - EXPERIÊNCIAS DE ESTRANHAMENTO (1) CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (23) CARLOS EDUARDO NOVAES (1) CARLOS HEITOR CONY (3) CARTA DE GEORGE ORWELL EXPLICANDO O LIVRO 1984 (1) CECÍLIA MEIRELES (5) CELSO LAFER - Violência (1) CÉREBRO (17) CHARLES BAUDELAIRE (4) CHARLES BUKOWSKI (3) Charles Chaplin (4) Charles Darwin (2) CHÂTEAU DE VERSAILLES (1) CHICO ANYSIO (3) Christian Ingo Lenz Dunker (9) CIÊNCIA E RELIGIÕES (1) CIÊNCIAS (20) CIENTISTA RUSSO REVELA O QUE OCORRE CONOSCO APÓS A MORTE (1) cinema (6) CLARICE LISPECTOR (17) CLÁUDIA LAITANO (3) CLAUDIA PENTEADO (8) Coletâneas Cult Carioca (1) COMO A INTERNET ESTÁ MUDANDO AS AMIZADES (1) COMO A MÚSICA PODE ESTIMULAR A CRIATIVIDADE (1) COMO A PERCEPÇÃO DO TEMPO MUDA DE ACORDO COM A LÍNGUA (1) COMO A PERDA DE UM DOS PAIS PODE AFETAR A SUA SAÚDE MENTAL (1) COMO A SOLIDÃO ALIMENTA O AUTORITARISMO (1) COMO COMEÇAR DO ZERO EM QUALQUER IDADE (1) COMPORTAMENTO (528) Conexão Roberto D'Avila - STEVENS REHEN - IMPERDÍVEL - ALTISSIMO NIVEL DE CONHECIMENTO (1) CONHEÇA 10 PESSOAS QUE QUASE FICARAM FAMOSAS (1) conhecimento (6) CONTARDO CALLIGARIS (17) CONVERSAS NECESSÁRIAS (1) CORA CORALINA (3) CORA RÓNAI (6) CORTES DIRETO AO PONTO (32) Cristiane Segatto (8) CRÔNICAS (992) Crônicas. (172) CRUZ E SOUSA (1) CULT MOVIE (5) CULT MUSIC (10) CULT VÍDEO (21) DALAI LAMA (5) DALTON TREVISAN (1) Dante Alighieri (1) DANUZA LEÃO (30) DE ONDE VÊM OS NOMES DAS NOTAS MUSICAIS? (1) DEEPAK CHOPRA (3) DENTRO DE MIM (1) DRAUZIO VARELLA (11) E. E. CUMMINGS (3) EDGAR MORIN (2) Edmir Saint-Clair (78) EDUARDO GALEANO (3) ELIANE BRUM (25) ELISA LUCINDA (4) EM QUE MOMENTO NOS TORNAMOS NÓS MESMOS (1) Emerson (1) EMILY DICKINSON (1) Emmanuel Kant (1) Empatia (3) entrevista (11) EPICURO (3) Epiteto (1) Erasmo de Roterdam (1) ERÓTICA É A ALMA (1) Eu Cantarei de Amor Tão Docemente (1) Eu carrego você comigo (2) Fábio Porchat (8) FABRÍCIO CARPINEJAR (5) FEDERICO GARCIA LORCA (2) FERNANDA TORRES (23) FERNANDA YOUNG (6) Fernando Pessoa (13) FERNANDO SABINO (4) FERREIRA GULLAR (24) FILHOS (5) filosofia (217) filósofo (10) FILÓSOFOS (7) Flávio Gikovate (25) FLORBELA ESPANCA (8) FRANCISCO DAUDT (25) FRANZ KAFKA (4) FRASES (39) Frases e Pensamentos (8) FREUD (4) Friedrich Nietzsche (2) Friedrich Wilhelm Nietzsche (1) FRITJOF CAPRA (2) GABRIEL GARCÍA MÁRQUEZ (2) GEMÄLDEGALERIE - Berlin - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) GERALDO CARNEIRO (1) Gilles Deleuze (2) HANNAH ARENDT (1) HELEN KELLER (1) HELOISA SEIXAS (10) Heloísa Seixas (1) Henry David Thoreau (1) HERMANN HESSE (10) HILDA HILST (1) IMMANUEL KANT (1) INTELIGENCIA (2) intimidade (6) IRMÃ SELMA (1) Isaac Asimov. (1) ISABEL CLEMENTE (2) IVAN MARTINS (22) JEAN JACQUES ROUSSEAU (1) JEAN PAUL SARTRE (1) JEAN-JACQUES ROUSSEAU (3) Jean-Paul Sartre (2) JEAN-YVES LELOUP - SEMEANDO A CONSCIÊNCIA (1) Jô Soares (4) JOÃO CABRAL DE MELO NETO (1) JOÃO UBALDO RIBEIRO (14) JOHN NAUGHTON (1) JORGE AMADO (1) JORGE FORBES (1) jornalista (3) JOSÉ PADILHA (2) JOSE ROBERTO DE TOLEDO (1) JOSÉ SARAMAGO (8) JULIO CORTÁZAR (2) KAHLIL GIBRAN (3) Kant (2) KETUT LIYER (1) Khalil Gibran (5) Klaus Manhart (2) KRISHNAMURTI (1) Lao-Tzu (1) LE-SHANA TOVÁ TIKATEVU VE-TECHATEMU - Nilton Bonder (1) LEANDRO KARNAL (3) LEDA NAGLE (2) LÊDO IVO (2) LETÍCIA THOMPSON (2) literatura (69) literatura brasileira (23) LUIGI PIRANDELLO (2) LUIS FERNANDO VERISSIMO (15) LUIS FERNANDO VERÍSSIMO (7) LUÍS FERNANDO VERÍSSIMO (13) LUIS VAZ DE CAMÕES (2) LUIZ FERNANDO VERISSIMO (6) LYA LUFT (33) LYGIA FAGUNDES TELLES (1) MADHAI (4) Mahatma Gandhi (5) Maiakowski (1) MANOEL CARLOS (11) MANOEL DE BARROS (1) MANUEL BANDEIRA (4) MAPA INTERATIVO PERMITE VIAJAR NO TEMPO E VER 'SUA CIDADE' HÁ 600 MILHÕES DE ANOS (1) Marcel Camargo (12) MARCELO RUBENS PAIVA (7) MARCIA TIBURI (12) MARÍLIA GABRIELA entrevista RAFINHA BASTOS (1) MARINA COLASANTI (6) MÁRIO LAGO (1) Mário Prata (3) MÁRIO QUINTANA (15) MÁRIO SÉRGIO CORTELLA (4) MARIO VARGAS LLOSA (1) MARK GUNGOR (1) martha medeiros (92) MARTIN LUTHER KING JR (1) MARTINHO DA VILA (1) MELATONINA: O HORMÔNIO DO SONO E DA JUVENTUDE (1) MIA COUTO (14) MIA COUTO: “O PORTUGUÊS DO BRASIL VAI DOMINAR” (1) MICHEL FOUCAULT (1) MIGUEL ESTEVES CARDOSO (4) MIGUEL FALABELLA (14) Miguel Torga (2) MILAN KUNDERA (1) MILLÔR FERNANDES (3) MOACYR SCLIAR (12) MÔNICA EL BAYEH (4) Monja Cohen (1) MUSÉE D'ORSAY - PARIS - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) MUSEU NACIONAL REINA SOFIA - Madrid - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) MUSEU VAN GOGH - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) NÃO DEVEMOS TER MEDO DA EVOLUÇÃO – Edmir Silveira (1) NARCISISMO COLETIVO (1) Natasha Romanzoti (3) NÉLIDA PIÑON (1) NELSON MANDELA (1) NELSON MOTTA (28) NELSON RODRIGUES (3) NEUROCIÊNCIA (143) NILTON BONDER (1) NOAM CHOMSKY (2) NOITE DE NATAL (1) O BRASIL AINDA NÃO DESCOBRIU O CABRAL TODO (1) O CLIQUE (1) O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO: A DUALIDADE DA NOSSA REALIDADE (1) O MITO DO AMOR MATERNO – Maria Lucia Homem (1) O Monge Ocidental (2) O MUNDO DA GENTE MORRE ANTES DA GENTE (1) O MUNDO SECRETO DO INCONSCIENTE (1) O PENSAMENTO DE CARL SAGAN (1) O PODER DO "TERCEIRO MOMENTO" (1) O PODER TERAPÊUTICO DA ESTRADA - Martha Medeiros (1) O QUE A VIDA ENSINA DEPOIS DOS 40 (1) O QUE É A TÃO FALADA MEDITAÇÃO “MINDFULNESS” (1) O QUE É A TERAPIA EMDR? – Ignez Limeira (1) O QUE É BOM ESCLARECER AO COMEÇAR UM RELACIONAMENTO AMOROSO (1) O QUE É CIENTÍFICO? - Rubem Alves (1) O que é liberdade (1) O QUE É MAIS IMPORTANTE: SER OU TER? (1) O QUE É MENTE (1) O QUE É MODERNIDADE LÍQUIDA (1) O QUE É O AMOR PLATÔNICO? (1) O QUE É O PENSAMENTO ABSTRATO (1) O QUE É OBJETIVISMO (1) O QUE É SER “BOM DE CAMA”? (1) O QUE É SER INTELIGENTE (1) O QUE É SER LIVRE? (1) O QUE É SER PAPA? - Luiz Paulo Horta (1) O QUE É SERENIDADE? (1) O QUE É UM PSICOPATA (1) O QUE É UMA COMPULSÃO? - Solange Bittencourt Quintanilha (1) O QUE FAZ O AMOR ACABAR (1) O que se passa na cama (1) O ROUBO QUE NUNCA ACONTECEU (2) O Sentido Secreto da Vida (2) OBRIGADO POR INSISTIR - Martha Medeiros (1) OCTAVIO PAZ (2) OLAVO BILAC (1) ORGASMO AJUDA A PREVENIR DOENÇAS FÍSICAS E MENTAIS (1) ORIGEM DA CONSCIÊNCIA (1) Os canalhas nos ensinam mais (2) OS EFEITOS DE UM ÚNICO DIA DE SOL NA SUA PELE (1) OS HOMENS OCOS (1) OS HOMENS VÃO MATAR-SE UNS AOS OUTROS (1) OTTO LARA RESENDE (1) OUTROS FORMATOS DE FAMÍLIA (1) PABLO NERUDA (22) PABLO PICASSO (2) PALACIO DE VERSAILLES - França - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) Pandemia (2) PAULO COELHO (6) PAULO MENDES CAMPOS (2) PEDRO BIAL (4) PENSADORES FAMOSOS (1) pensamentos (59) PERFIL DE UM AGRESSOR PSICOLÓGICO: 21 CARACTERÍSTICAS COMUNS (1) PERMISSÃO PARA SER INFELIZ - Eliane Brum com a psicóloga Rita de Cássia de Araújo Almeida (1) poemas (8) poesia (281) POESIAS (59) poeta (76) poetas (18) POR QUE A CULPA AUMENTA O PRAZER? (1) POR QUE COMETEMOS ATOS FALHOS (1) POR QUE GOSTAMOS DE MÚSICAS TRISTES? (1) porto alegre (6) PÓS-PANDEMIA (1) PRECISA-SE (1) PREGUIÇA: AS DIFERENÇAS ENTRE A BOA E A RUIM (1) PROCRASTINAÇÃO (1) PROPORÇÕES (1) PSICANALISE (5) PSICOLOGIA (432) psiquiatria (8) QUAL O SENTIDO DA VIDA? (1) QUANDO A SUA MENTE TRABALHA CONTRA VOCÊ (1) QUANDO FALAR É AGREDIR (1) QUANDO MENTIMOS MAIS? (1) QUANDO O AMOR ACABA (1) QUEM FOI EPICURO ? (1) QUEM FOI GALILEU GALILEI? (1) Quem foi John Locke (1) QUEM FOI TALES DE MILETO? (1) QUEM FOI THOMAS HOBBES? (1) QUEM INVENTOU O ESPELHO (1) Raul Seixas (2) Raul Seixas é ATROPELADO por uma onda durante uma ressaca no Leblon (1) RECEITA DE DOMINGO (1) RECOMEÇAR (3) RECOMECE - Bráulio Bessa (1) Reflexão (3) REFLEXÃO DE BERT HELLINGER (1) REGINA NAVARRO LINS (1) REJUVENESCIMENTO - O DILEMA DE DORIAN GRAY (1) RELACIONAMENTO (5) RENÉ DESCARTES (1) REZAR E AMAR (1) Rick Ricardo (5) RIJKSMUSEUM - Amsterdam - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) RIO DE JANEIRO (10) RITA LEE (5) Robert Epstein (1) ROBERT KURZ (1) ROBERTO D'ÁVILA ENTREVISTA FLÁVIO GIKOVATE (1) ROBERTO DaMATTA (8) Roberto Freire (1) ROBERTO POMPEU DE TOLEDO (1) RUBEM ALVES (26) RUBEM BRAGA (1) RUTH DE AQUINO (16) RUTH DE AQUINO - O que você revela sobre você no Facebook (1) Ruy Castro (10) SAINDO DA DEPRESSÃO (1) SÁNDOR FERENCZI (1) SÁNDOR MÁRAI (3) SÃO DEMASIADO POBRES OS NOSSOS RICOS (1) SAÚDE MENTAL (2) Scott O. Lilienfeld (2) século 20 (3) SÊNECA (7) SENSAÇÃO DE DÉJÀ VU (1) SER FELIZ É UM DEVER (2) SER MUITO INTELIGENTE: O LADO RUIM DO QUAL NÃO SE FALA (1) SER OU ESTAR? - Suzana Herculano-Houzel (1) Ser Pai (1) SER PASSIVO PODE SER PREJUDICIAL À SAÚDE (1) SER REJEITADO TORNA VOCÊ MAIS CRIATIVO (1) SERÁ QUE SUA FOME É EMOCIONAL? (1) SEXO É COLA (1) SEXO TÂNTRICO (1) SEXUALIDADE (2) Shakespeare. O bardo (1) Sidarta Ribeiro (4) SIGMUND FREUD (4) SIMONE DE BEAUVOIR (1) Simone Weil (1) SINCERICÍDIO: OS RISCOS DE SE TORNAR UM KAMIKAZE DA VERDADE (1) SÓ DE SACANAGEM (2) SÓ ELAS ENTENDERÃO (1) SOCIOLOGIA (10) SÓCRATES (2) SOFRER POR ANTECIPAÇÃO (2) Solange Bittencourt Quintanilha (13) SOLITÁRIOS PRAZERES (1) STANISLAW PONTE PRETA (5) Stephen Kanitz (1) Steve Ayan (1) STEVE JOBS (5) SUAS IDEIAS SÃO SUAS? (1) SUPER TPM: UM TRANSTORNO DIFÍCIL DE SER DIAGNOSTICADO (1) Super YES (1) Suzana Herculano-Houzel (10) T.S. ELIOT (2) TALES DE MILETO (2) TATE BRITAIN MUSEUM (GALLERY) (1) TERAPIA (4) THE METROPOLITAN MUSEUM OF ART (1) THE NATIONAL GALLERY OF LONDON - Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (1) THIAGO DE MELLO (2) TODA CRIANÇA É UM MAGO - Augusto Branco (1) Tom Jobim (2) TOM JOBIM declamando Poema da Necessidade DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE (1) TONY BELLOTTO (3) Tour virtual - Você controla o que quer ver - Obra por obra (2) TRUQUE DO PANO: PROTEJA O CACHORRO DO BARULHO FEITO PELOS FOGOS DE ARTIFÍCIO (1) UM CACHORRO PRETO CHAMADO DEPRESSÃO (1) UM ENCONTRO COM LACAN (1) UM VÍRUS CHAMADO MEDO (1) UMA REFLEXÃO FABULOSA (1) UNIÃO EUROPEIA INVESTE EM PROGRAMA PARA PREVER O FUTURO (1) ÚNICO SER HUMANO DA HISTÓRIA A SER ATINGIDO POR UM METEORITO (1) velhice (2) Viagem ao passado (2) VICTOR HUGO (4) VÍDEO - O NASCIMENTO DE UM GOLFINHO (1) VÍDEO - PALESTRA - MEDO X CRIATIVIDADE (1) VÍDEO ENTREVISTA (2) VÍDEO PALESTRA (14) Vinícius de Moraes (3) VIVIANE MOSÉ (4) VLADIMIR MAIAKOVSKI (2) W. B. YEATS (1) W. H. Auden (2) WALCYR CARRASCO (4) WALT WHITMAN (4) Walter Kaufmann (1) Way Herbert (1) Wilhelm Reich (2) WILLIAM FAULKNER (1) William Shakespeare (4) WILSON SIMONAL e SARAH VAUGHAN (1)

RACISMO AQUI NÃO!

RACISMO AQUI NÃO!